A hora do Adeus

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*leia o capítulo ouvindo Runaway - Aurora*

Acordar na enfermaria é assustador, principalmente depois de todo o ocorrido, parece um sonho que passou de relance a cabeça de Amélia, ela ainda tem a vista extremamente turva, consegue ver Scorpius levantando de um leito um pouco afastado, ele olha para ela de relance mas não vem até seu encontro a mesma não resiste muito acordada e desmaia novamente, ainda está fraca demais, ao segundo dia de todo o ocorrido a menina acorda, Pedro está sentado dormindo na poltrona ao lado do leito ela se levanta devagar, ainda sente as feridas mas elas não estão mais lá.

- Bom dia - Pedro acorda

- Bom dia - a voz sai fraca mas ela conforme a menina se senta volta ao normal.

- como está se sentido ? - ele se aproxima do leito.

- Esfaqueada - ela soa um pouco irônica.

- Bom, não está errada

- Onde está....- é brevemente interrompida.

- Ele está bem - o menino acena com a cabeça.

- Não deveria estar perto de mim Pedro

- Não tenho medo dele - o menino da de ombros - você vai ter que me aturar - ele brinca

- Aturar a todos nós - a voz da Índia soa do outro lado do corredor.

Amélia da um abraço apertado em cada um, com a força que tinha, justo ela a menina que não gostava de abraços viu a importância dos mesmo após tudo acontecer, foi até o quarto com Thayná, se trocar e tomar um banho, suas malas já estavam prontas, a Índia tinha cuidado disso e atualizou a menina a respeito de tudo pela porta do banheiro.

- Marcos foi pego, as aulas ano que vem começarão em abril, o ministério passará um mês em CB revistando e tentando trazer mais segurança ainda para a escola, foi emitido também um aviso nacional a respeito do ocorrido os índios querem se isolar vai acontecer uma reunião da S.I.M - ela suspira fundo - sinto que tempos sóbrios chegam até nós - ela diz fechando a última mala - quanto a ele... não fala com ninguém a dois dias o vemos pelos corredores, parece um fantasma, não consigo imaginar o quão difícil isso tudo deve ter sido pra ele, principalmente com todo o histórico da família dele enfim você mais que ninguém sabe.

Amélia pensava a respeito, a dor que deveria estar tomando o menino, que talvez fosse de fato melhor ele voltar a Inglaterra, mas ao mesmo tempo o quão faria de tudo para tê-lo perto de si.

- Vamos, farão uma homenagem a Dylan hoje, ele foi declarado campeão do Torneio, protegeu Ashley até o fim, ela está arrasada parece uma viúva- a Índia hoje não usava seus adereços, hoje não existia distinção eram todos alunos independente de qualquer coisa.

Todos foram ao grande salão, se sentaram , Scorpius estava  sentado um pouco a frente das meninas sozinho, Dourado disse lindas palavras sobre coragem e bravura e lamentou incansavelmente a morte do garoto, depois o diretor de IIvermorny, tinha mais propriedade pra falar, Ashley também disse algumas palavras, não conseguiu dizer muitas, foi interrompida pelas lágrimas, Vânia e Alexei se despediram, a final hoje de qualquer forma seria o dia que acabaria o torneio, depois Ashley as escolas fizeram suas despedidas assim como as entradas, não com tanta vida e alegria, a felicidade se encontrava distante era um dia de luto.
       Estava na hora de ir embora, muitas despedidas eram vistas e muitas pessoas cumprimentavam Amélia com orgulho por sua bravura, outras a evitavam, tinham medo do que podia lhes acontecer ao se aproximar dela, Hayato e Thayná desciam as escadas de mãos dadas passariam por muita coisa durante os 4 meses à frente.

    - Bom nos vemos daqui a Dois meses- A Índia se despedia da amiga com um abraço apertado - vou lhe escrever todo dia

- Toda semana é suficiente- Amélia ria um pouco

- Você não muda - a Índia brinca-  te mandarei fotos do Japão.

- Por favor, preciso disso.

- E você se cuida Amélia- Hayato tenta soar um pouco carinhoso.

- me cuidarei amigo, e você cuida dela - Amélia aponta - mande fotos suas nas aldeias indígenas - ela ri e o abraça.

- Viu só amor, fui promovido, sou oficialmente amigo - ele diz animado - Parece que ela mudou.

- Nem tanto- Amélia revira os olhos.

   Um pouco a baixo Amélia o vê, finalmente ele está ali, ajeitando as malas diante das escadas  seus olhos estão fundos, algumas olheiras roxas , está abatido, porém um pouco melhor que antes. A menina fica hesitante mas segue seu coração, o alcança nas escadas quando seus olhos se encontram é como se conversarem por si só, sentissem a dor um do outro, depois de todo ocorrido será que ainda daria certo? Amélia o abraça forte, o mesmo larga as malas e a aperta mais forte ainda, quando o abraço se desfaz seus rostos estão próximos, Amélia resolve falar, precisa falar.

- Sei que deve estar mal com tudo que aconteceu, eu também estou você sabe, eu sei que precisa ir, sei que precisa de um tempo só, um tempo para você mas...- suspira fundo- se quiser proteger sua família, se quiser se afastar de tudo isso, tudo que você odeia, se não quiser voltar eu.... eu vou entender - ela diz algumas lágrimas começam a sair de seus olhos- mas se quiser lutar, se quiser voltar por.... por CB, por nós, por... por mim, eu estarei aqui pra você, estaremos juntos contra tudo isso, eu...eu te amo.

   O menino a pega firme com uma mão no rosto e outra na cintura da menina a dando um beijo profundo, um beijo diferente dos outros que já tinham dado, tinha muito sentimento no beijo, muita dor,  os lábios de ambos tinham necessidade daquilo, tinham necessidade do toque, as lágrimas do menino agora escorriam pela pele de Amélia também, lágrimas quentes e por alguma forma confusa um tanto quanto reconfortante, após o beijo eles se olham profundamente por quase um minuto, sem palavras.

- Eu sei, você precisa ir- a menina diz, consegue entendê-lo apenas pelo olhar - Espero receber notícias suas de Londres.

   Ele apenas assente com a cabeça e desaparece em meio a multidão de alunos indo embora, será essa uma despedida ou apenas um até breve, a dúvida paira sobre a cabeça da menina, que se despede de Pedro e Caio um pouco depois de se recuperar da conversa com Scorpius, a menina vai até a escuna, está na hora de ir pra casa, abraçar sua avó, desenhar e talvez com o tempo consiga fingir que nada aconteceu, talvez consiga deixar de lado a ideia de ser a heroína do mundo, quem sabe o ministério não consiga acabar sozinho com isso , quem sabe.... são pensamentos que surgem durante todo o trajeto da escuna pelo rio Amazonas, com seus fones a música parece uma trilha sonora em seus ouvidos.

"But now take me home
Take me home where I belong
I can't take it anymore"

Descendo do barco já em Manaus, ainda com a música, quando se aproximava pela chave de portal de volta ao rio, uma arara passa por ela despejando um bilhete.

" Minha Amélia, temo e afirmo que infelizmente o lar não é mais seguro, não volte para a casa, em breve estaremos juntas, eu lhe prometo, vá para a casa dos Oliveira, até breve
       Com amor vovó "

  A menina fica sem rumo por alguns segundos, mas logo lembra que precisa ser forte, precisa se manter de pé, saber que pelo menos Pedro estará lá a anima um pouco mas, esse é o começo, de um caminho desconhecido a adentrar.

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Comecem a se preparar, muita coisa por vir, agora a fic vai ficar num fogo de acontecimentos sem fim, estão prontos ?

Castelo bruxo Where stories live. Discover now