19 - ELA NÃO FOI EMBORA

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- Você e Maleah - Cassian gesticulou como se dissesse que era algo obvio - Para um mestre espião seu raciocínio está bem lento.

- Não estou com Maleah - Podia jurar que me faltava o ar.

- Ela também não está conosco - Cassian replicou perdendo um pouco da diversão em seus olhos.

"Não, não, não Maleah não" Supliquei para qualquer deus que pudesse ouvir.

- Atravessamos juntos, mas quando cheguei aqui ela não estava. Pensei que tivéssemos chegado aqui em pontos diferentes. Imaginei que ela já estaria em casa, por isso vim até aqui...

Meu mundo foi caindo aos pedaços, a compreensão do que ela tinha feito foi me atingindo aos poucos. Maleah tinha ficado, Maleah tinha se arriscado pela estupida esperança de encontrar algo que pudesse deter Raoni. Que pudesse nos manter a salvo...

- Maleah ficou no chalé - Rhysand constatou incrédulo

- Vou voltar para lá agora - Não era um pedido, apenas uma informação.

Mas antes que atravessasse até ela, a porta da frente se abriu com um baque.

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Maleah

Pensei que encontraria nossa senhora aqui - Uma voz cruel soou - Mas só vejo um ratinho alado para brincarmos.

Tentei atravessar, mas não consegui.

Tentei usar minhas sombras, mas não consegui

Alguma coisa estava bloqueando minha magia, estaria completamente indefesa contra essa criatura.

"Merda, merda. Mas que Merda" Pensei. Espero que esse livro seja útil o suficiente se vou morrer por causa dele.

A criatura esguia serpenteava em minha direção, caminhava lentamente como se quisesse me torturar, como se quisesse saborear minha dor.

Dei alguns passos para trás, mas bati com as costas em alguma coisa. O chalé não tinha outra saída, eu morreria ali.

O Nagga se aproximou e apertou o meu pescoço com uma de suas mãos ossudas, o aperto foi tão forte que me sufocou. Ele apertou com mais intensidade arrastando uma de suas enormes garras, tirando sangue.

E então tudo ficou muito frio. Até mesmo o barulho da horda de Naggas do lado de fora se calou.

- Solte - a.

Os olhos da criatura se arregalaram e para minha surpresa, ele obedeceu.

- Minha senhora - A criatura se ajoelhou.

Uma fêmea, oculta pela escuridão, se erguia as minhas costas.

Senti as amarras sob minhas sombras se soltando. Não sob minha habilidade de atravessar, mas pelo menos poderia usar minhas sombras.

- Mate-o - A fêmea ordenou com uma voz doce e cruel nos meus ouvidos - Ele teria feito coisas terríveis a você. Mate-o, menina.

A criatura começou a choramingar e implorar pela vida.

- Por favor, minha senhora. Por Favor - Ele implorava.

Se ela fazia uma criatura como aquela implorar, o perigo real desse chalé não era essa criatura medonha. Era ela. Lidaria com aquela criatura depois.

Invoquei as ramificações de minhas sombras, me virei em sua direção e a ataquei.

Com um balançar de mãos, ela reduziu meu poder a nada.

CORTE DE SOMBRAS DA LUAWhere stories live. Discover now