Comings and goings ||Kakashi Hatake

Capitulo 78

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Chapter 78

Minhas pálpebras se abriram lentamente e eu consegui recobrar a consciência no momento em que escutei o "Bip" do monitor de sinais vitais. Sentia uma vertigem insuportável, meu corpo parecia estar pesando toneladas, além da terrível sensação de estar com a cabeça girando...e girando...

-Saturação de oxigênio em 90%...95%...99%...||Uma voz calma, comentou, conforme eu tentava desembaçar minha visão, mais pessoas apareciam na minha frente, colocando mais aparelhos e ferramentas para verificar meus batimentos e pressão arterial.

-Frequência cardíaca em 77 bpm||Um homem vestido com um jaleco branco informou.

Retiraram a máscara da oxigenoterapia, minha visão foi melhorando aos poucos, mas eu já conseguia reconhecer alguns rostos. Minato, Hiruzen, Kurenai, Asuma, Gai, Iruka, Genma e Kakashi.

-Kyara!!||Kakashi exclamou, me ensurdecendo por alguns segundos. Depois pulou em um abraço, que por pouco não me sufocou, tive a ligeira impressão de que meus pulmões foram esmagados.

-Ai...||Murmurei em reação à dor.

Senti o tecido da minha roupa molhar e ouvi soluços baixos no meu pé do ouvido. Eu retribui o abraço, deslizando a palma da minha mão nas suas costas, numa tentativa de acalmá-lo. Aquele abraço foi o suficiente para me lembrar de como eu precisava voltar, precisava continuar em Konoha, Kakashi precisava de mim, ele mais do que qualquer outro. Os enfermeiros retiraram mais da metade da turma que estava ali, os médicos que pediram, precisavam de espaço para trabalhar. 

Minhas mãos tentaram confortar Kakashi, mas seu choro só começou a cessar depois de longos minutos. Ele se afastou e me fitou com o olhar, senti meu coração falhar um batimento e o aparelho que o monitorava confirmou aquilo, soando um "bip" mais alto que os demais, mas Kakashi não prestou atenção naquela diferença.

-Você quase me mata do coração||Ele fingiu uma irritação, enquanto secava as lágrimas e eu me sentei na maca para ajudá-lo||Pensei que você iria me deixar||As lágrimas voltaram a brotar em seus olhos.

- Eu te disse, nós só morreremos juntos||O assegurei, sabendo que não conseguiria cumprir aquela promessa, por ser uma Deusa, ou 85% Deusa, eu era imortal, então eu que sentiria a dor imensurável de perdê-lo primeiro.

Ele balançou a cabeça em negação.

-Você passou 3 meses em coma||Explicou, levantando a mão para passar carinhosamente pelo meu cabelo||E acordou no último bip daquela máquina ali.

Respirei fundo, são tantas coisas para explicar, tantas coisas para contar, eu sabia que teria tempo, mas só conseguia pensar em uma coisa para declarar:

-Obrigada por me esperar

Sua reação foi simples, mas insuportavelmente bela. Ele segurou minha mão, macia e ainda fraca, perto do peito e a beijou. Um calafrio percorreu minha espinha e se espalhou pelo corpo. Eu odiava pensar nessa sensação quando estava longe dele, mas quando estávamos juntos, era como se eu nunca tivesse odiado, pelo contrário, eu gostava dos arrepios e calafrios, e da sensação de não me importar com o amanhã, ou o mais tarde, ou o daqui a pouco. Eu não sei dizer se esse menino é o meu remédio ou o meu veneno, as situações me deixavam em dúvida nessa questão.