47. Point Of View Mare Barrow

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Eu não gostava de mentir para o meus pai, mas naquela noite, depois que havíamos saído do restaurante que serviu de lugar para a comemoração do meu aniversário, ele me ligou, perguntando onde eu havia parado. Eu realmente planejava ir até a festa de Ann mais tarde, então não foi uma mentira tão vergonhosa assim — só me adiantei no tempo um pouquinho —, mas quando ele perguntou de Shade, tive que dizer que não fazia ideia de onde ele estava.

— Onde enfiou aqueles saltos altos que eu te dei? — Shade perguntou a mim, quebrando o silêncio que jazia entre nós.

— Você não me deu nada. Só ganhou um cupom para uma loja de sapatos femininos e não sabia onde enfiar.

— Ou seja, um ótimo presente.

Bufei, rindo da sua cara.

Continuei concentrada nas ruas, ainda nervosa e duvidando da decisão de Shade de ir embora assim de repente. Ele iria embora naquela noite, no dia do meu aniversário.

— Você tem algum problema com all star? — perguntei, após Shade julgar minha elegância em meu próprio aniversário. — Você nem sabe por uma gravata, Shade.

— Eu só fiz uma pergunta! Não precisa jogar pedras em mim.

Estalei a língua, fechando a cara.

— E desde quando você sabe dirigir?

— Quantas perguntas!

— Você acabou de passar por um sinal vermelho — comentou, se virando para olhar para trás.

— Você está me deixando nervosa!

— O que? Eu não estou fazendo nada.

— Estamos mentindo para a mamãe e o papai, para você fugir.

— Fugir é uma palavra muito forte.

— Você está saindo da cidade sem avisar a ninguém e sem dizer para onde está indo!

— Você sabe que vou voltar para São Francisco.

— Shade! — parei o carro no acostamento, e ele não pareceu gostar muito. — Eu acho melhor você não fazer isso. Hoje é sexta-feira, você pode voltar para casa, conversar com a mamãe, você está vendo como ela já está bem melhor. Fique o resto de fim de semana, e depois você pode voltar para sua namorada.

Ele bufou, e encostou a cabeça no vidro da janela.

— Não em faça agir como sua irmã mais velha — pedi. — Pelo meu aniversário, meu presente — meu tom de voz era apelador.

— Mamãe vai ficar pior, Mare, eu tenho certeza. Eu quase pirei com esse lance de ser pai.

— Então volte para casa e conte ao papai, ele pode decidir se a mamãe pode saber ou não — do jeito que ele andava preocupado com ela, dificilmente ele permitiria. — Acho que nada pode ser pior do que fingir que está fazendo uma faculdade que perdeu a bolsa há meses.

Nessa curta semana que Shade estava em casa, meu pai havia descoberto toda a merda que o filho mais novo havia feito. Eu vi o quanto ele estava descepcionado, talvez nem ligasse tanto para o dinheiro perdido. Não houve muita confusão, por mim — que havia pedido isso — e por minha mãe que já havia passado o suficiente.  Eles tiverem uma boa conversa, e mais tarde éramos só Gisa, Trammy e eu entre a tensão desses dois. Se Bree estivesse em casa, ele já teria saído de casa.

— Eu vou ser um homem morto, Mare.

— Você já está todo cheio de merda, o que custa se sujar mais?

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