24. Point Of View Elane Haven

341 35 65
                                    

Até os meus quinze anos, eu amava ginástica artística. Era algo que eu eu realmente era boa, e me sentia feliz ao fazer. Comecei cedo, as aulas foram meu presente de aniversário de quatro anos dado pelo meu pai, e por isso eu tinha grande futuro naquilo. Era o que todos costumavam dizer.

No entanto, um pouco antes do meu décimo quinto aniversário — quando já não tinha tanta graça comemorar aniversários — a ginástica perdia seu valor em meu coração. Demorei bons meses para contar a meus pais que não era aquilo que queria para mim, eu sabia bem a emoção e o orgulho que os dois sentiam quando me viam competir e levar medalhas para casa.

Mas eles teriam que aceitar. Repeti essa frases em minha cabeça um tanto de dias, afinal, era só um collant de lycra.

Mas não foi bem assim. Eu lhes contei. Deu merda para um caralho.

"Ginástica artística não é para mim"

Meu pai se enfureceu, jurando de pé juntos que eu estava jogando meu futuro e meu talento gigantesco no lixo. Meus pais estavam irados comigo, e ficou assim por longas semana. Me lembro que a única pessoa que pareceu me entender, e apoiar minha decisão foi Evangeline.

Isso foi quando me descobri verdadeiramente, minha sexualidade, meu carinho especial por Evangeline, e por mais um milhão de garotas diferentes. Lembro de ter contando isso a minha mãe, jogando todo o resto da merda no ventilador, também lembro de ela ter dado de ombros, como se isso não chegasse aos pés ao lance da ginástica. Talvez não chegasse mesmo.

Bom... Mais tarde eu descobri que Evangeline só havia minha apoiado minha decisão de abandonar a ginástica, porque era única coisa que eu era melhor que ela, e Evangeline não gostava que pessoas fossem que ela em alguma coisa. E as coisas continuam assim, a nunca fui boa em algo quanto Evangeline. Minha melhor amiga, a garota dos meus sonhos.

Eu nunca me senti mal pelo namoro de Evangeline com Cal, em minha cabeça aquilo nunca foi real. Ela estava com ele, mas costumava rir da sua cara quando estávamos a sós entre quatro paredes.

Então eu passei a imaginar se ela ria da minha cara quando estava com outras pessoas.

Eu sempre estive alí para ela, coisa que eu nunca entendi o porquê. Não sabia se era meu coração ou meu corpo — porque se fosse meu cérebro seria uma puta sacanagem — que sempre me levava de volta para Evangeline, mas em um certo ponto da minha vida eu parei de pensar e só deixei a bola rolar. E isso era horrível.

Nossa relação confusa se dissipava quando ela estava perto demais de Cal, mas só bastava um afastamento dos dois para voltarmos a nossos dias bons. Com o término apaziguado de namoro dos dois, foi como se a bandeira que iniciasse uma corrida de carros estivesse balançando. Uma corrida que eu não fazia ideia para onde me levaria.

Mas nada ocorreu bem, minha relação com Evangeline estava pior a cada dia. Cal não estava lá, eu não fazia ideia o que nos enchia de problemas. Até que eu percebi que era a própria Evangeline.

Maven era uma pessoa legal. Ele queria poupar as emoções de Kilorn ao desconforto que estar do lado de Evangeline noite e dia... Mas e eu? Ele poderia dizer quantas vezes quisesse que eu estava a altura da garota, que eu nunca iria me deixar abater por suas palavras ou ações, mas isso era mentira, e eu era a única que parecia saber disso.

Era bom... Era bom pra caralho estar com Evangeline. Eu gostava de estar abraçada em seu corpo, sentir o cheiro do seu perfume que ela não troca desde os doze anos, pentear seus longos cabelos que ela insistia em pratear, olhar em seus lindos olhos negros — tão idênticos aos meus e mesmo assim carregando coisas diferente — e enchegar alí um amor caótico e perfeitamente imperfeito.

Help-me | MarevenKde žijí příběhy. Začni objevovat