45. Point Of View Maven Calore

371 30 138
                                    

Acompanhei, com o olhar, Mare sair da sala, carregando seu mau humor que estão ela sempre dispunhia quando falava comigo, ou me via.

Talvez eu a irritasse, minha simples presença a irritava. Eu não sabia se aquilo era bom ou ruim, mas pelo menos ela não  olhava para mim com tristeza, como se eu fosse culpado por toda sua tristeza acumulada. Assim era como se eu só fosse um empecilho em seu dia a dia, eu podia conviver com isso.

Deixei que Mare tomasse alguns minutos de frente, então a segui. Ela estava liberada do colégio, e eu também podia me auto liberar

A encontrei no estacionamento, parada no meio, mexendo no celular.

— Está sem carona? — perguntei, e ela se assustou.

— Não precisa se incomodar — rapidamente ela disse. — Meu pai vem me buscar.

— Não precisa incomodar seu pai antes de tempo, se quiser eu posso te levar.

— Não tem aula para assistir? — questionou.

— Não muitas.

Ela assentiu, mas voltou a dar atenção ao seu celular.

— Não, obrigada. Eu prefiro esperar o meu pai.

— Ok — eu disse, então me encostei na parede mais próxima, e continuaria alí pelo tempo nescessário.

Mare digitou alguns números no celular, e os levou ao orelha. Em seguida esperou, andando de um lado para o outro como fazemos quando alguém não atende uma ligação importante.

— Ocupado? — perguntei.

— Ele vai atender — ela ressaltou.

E ela tentou por mais algumas vezes, talvez duas ou três, antes de olhar para mim com sua típica cara insatisfeita e derrotada, que eu já conhecia muito bem.

— Você realmente não tem o que fazer, não é? — ela perguntou, cruzando os braços.

— Agora eu tenho, levar você para casa.

Mare revirou os olhos.

— Sem gracinhas — sua ordem ainda soava como um pedido desabusado.

Quando chegamos ao meu carro, abri a porta do carona para ela, como nos velhos tempo. E quando passamos saída do colégio, felizmente não fui parado por estar cabulando as últimas aulas.

O fim da tarde se aproximava, as aulas seriam encerradas me menos de duas horas. Provavelmente ninguém sentiria minha falta, não se levassem em conta todas as aulas que matei no ano anterior — vivo, não jogado em um vala como muitos já pensaram —, e que não fizeram a mínima diferença em minha vida. Mas mesmo assim, Mare resolveu me questionar sobre.

— Pensei que estivesse interessado em estudar e ter um currículo de gênio, digo... Você até entrou no time de beisebol. Sabe que não vai conseguir isso fungindo do colégio, não é?

— Eu estou te fazendo um favor. Da pra você ser um pouquinho menos mal agradecida?

Mare abriu a boca, completamente incrédula ao ouvir aquilo da minha boca.

— Eu estou te dando um conselho! — exclamou, a voz afinada. — E por que está dizendo isso como se eu tivesse pedido algo a você?! Você está aqui por vontade própria!

— Eu também não me lembro de ter te arrastado para esse carro.

— Estou aqui porque preciso.

— Ou seja, você precisa de mim — finalizei, e ela não pareceu satisfeita.

Mare voltou a revirar os olhos, bufando e desviando o olhar. 

Help-me | MarevenWhere stories live. Discover now