Mesmo totalmente alterada percebi seu olhar e suas bochechas coradas tanto pelo álcool quanto pela vergonha. Estávamos perto, quase colados. Seu cheiro era amadeirado, mas com cheiro de chuva. Estávamos sujos de barro, mas o barro não cheirava ao frescor da chuva da primavera. Seu hálito era o mesmo que o meu: álcool com a fragrância de morango.
Aquilo era só o álcool.
Nada era real. Na manhã seguinte, um de nós, se não os dois, já nos arrependeríamos.– Eu... Bom, você quer colocar uma roupa do meu irmão? Tenho certeza que ele não vai se importar.
– Uma roupa do Príncipe Albert!?
– Não, uma roupa do babaca do meu irmão. – Corrigi, dando uma risadinha. Me ergui, lhe estendendo uma das mãos – Vem, caçamos um pijaminha de ursinhos pra você.
– Eu não gosto de ursinhos, prefiro estrelinhas. – Debochou, pegando a minha mão apenas por pegar já que de alguma forma milagrosa, conseguiu se por de pé agarrando minha mão e a garrafa praticamenfe vazia de champagne.
– Ok, um pijama de estrelinhas para uma estrelona. – Ri fraco, ainda de mãos dadas com ele. Olhei em volta a fim de achar meus saltos.
– O que foi, Bea?
– Meus saltos, eu atirei por aí...
– Você tirou quando que eu não vi?
Nem mesmo eu sabia. Olhei em volta.
– Azar. Vamos achar um pijama pra você, amanhã eu acho eles.
– Você tem certeza?
Assenti, caminhando com ele para dentro do palácio. A maioria dos empregados do palácio estavam no salão servindo, alguns seguranças nos corredores principais, mas nada excessivo.
– Vou lhe deixar na minha suíte, lá deve ter um roupão preto na frente do vaso sanitário e algumas toalhas num armário, pode usar o que quiser, lavam todos os dias as toalhas. – Continuei a caminhar, dessa vez mais rápido com ele. Quando chegamos no terceiro andar, o empurrei rapidamente para a minha suíte. – Eu já venho, fique a vontade e não repare na minha bagunça.
Ele balançou a cabeça.
Corri para o quarto do meu irmão. Perto dele, havia o Herman, um dos seguranças dele.
– E aí, Herman, qual é a boa? Meio cansadão?
– Um pouco, mas meu turno tá quase acabando. – O homem de trinta e poucos anos me encarou. Herman tinha quase dois metros de altura e pele negra. Seus lábios eram carnudos e olhos esbugalhados, sempre atento como uma águia. Um dos melhores seguranças da família. – Por quê tá toda suja de barro, senhorita?
– Hermanzito, eu preciso de um favor seu.
– O que aconteceu?
– Nada não, Herman, eu só preciso do meu pijama de volta. Albert trouxe uma das namoradinhas dele e até hoje não me devolveu. Eu não consigo dormir sem ele direito. Quebra essa pra mim, Herman...
– Senhorita, sabe que eu não posso...
– Por favor, cara... Eu nunca te pedi nada, eu quero o meu pijaminha!
– Lici, você bebeu!?
Uma voz esganiçada apareceu atrás de mim. Sthephanie era a menos chegada em baile, sempre dormia mais cedo.
– Bebi e preciso de um favor, Ste. – Virei para ela, que estava de braços cruzados. – Tem um dos pijamas do seu ex namoradinho?
– Do Pierre? Por quê quer eles?
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monte carlo | ayrton senna ✔️
FanfictionA fanfic "Monte Carlo" de sennavich conta a história de romance entre a Princesa Felicia de Mônaco e o famoso piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna. A história se passa durante o Grande Prêmio de Mônaco, em Monte Carlo, onde Felicia conhece Ayrton. Os do...