Minhas canções suas

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Não podemos falar de futuro, mas fizemos alguns planos.
Parte dos meus planos de vida incluem Dulce Maria.
Os meus planos?
Você e a música.

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Na Convivência com os fãs vieram muitos fãs clubes da Argentina e não tínhamos muito tempo pra estar com todos, mas fazíamos o máximo que podíamos. Christopher estava do outro lado da sala com alguns fãs enquanto eu agradecia aos fãs por estarem sempre conosco. Eu nunca entendi a minha instabilidade emocional, passei a maior parte da tarde tranquila, pra não falar da noite. Enfim, estava tudo bem até um certo momento. Eu tô parecendo uma louca, são apenas fãs. Como sorriem, como ele sorri! Respira Dulce Maria. É difícil aceitar a proximidade e abertura dele com as fãs porque eu às vezes me fecho num mundo tão meu que pouco respondo aos meus. Mas pra ele, não tem tempo ruim, ele sempre sorri, se esforça pra sempre sair bem nas fotos, como se isso fosse necessário!

É só ele abrir aquele sorriso...
Vou olhar pro outro lado e fingir que nada está acontecendo.
Aja com naturalidade Dulce Maria, tranquila...

- "Dulceeeeee!" – Ouço meu nome ressoar de sua direção e me viro num segundo. A menina me abraça e eu permaneço paralisada por um instante enquanto Chris me olha talvez imaginando o que eu estava sentindo nesse momento já que eu não respondia a ela. – "Oi" – falo baixo e sem jeito para o motivo de meus ciúmes bobo agarrado em mim agora. Ah, insegurança.

Depois disso, fui juntando as minhas inúmeras coisas espalhadas por um canto daquele lugar e logo tratei de juntar-me a ele. O momento de estar com fãs era obviamente uma coisa muito individual para nós 6. Cada um com a sua personalidade e o seu jeito de estar com as pessoas que fazem que tudo isso ocorra. Mesmo assim, tinha vezes que eu precisava estar ao lado dele, quis estar perto e não demorei para tomar esse rumo.

Logo já estava em sua companhia.

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Algumas vezes, durante esta tarde saíamos a janela para cumprimentar os fãs que faziam guarda na frente do hotel. Nesse dia, já haviam dezenas de fãs na frente do hotel com suas câmeras atrás de alguma foto, alguma recordação. Dulce estava ao meu lado quando pude ouvir sua vozinha e ver seu olhar pequeno pedindo por mim:

- "Chris" – olhei de imediato a menina dos meus olhos...

- "Oi chiquita" – Chego mais perto e passo meu braço por seu pescoço enquanto ela entrelaça seus dedos com os meus.

- "Tenho fome, onde vamos hoje?" Ela faz cara de faminta ao me pedir algo tão simples... eu dou um beijo em seu pescoço e pouso minha boca em seu ouvindo sussurrando:

- "Pensei em pedir comida no quarto para não desperdiçar esse momento" – Ela se vira para mim batendo em meu peito de leve e falando forte:

- "Safado" – a olho sorrindo e tomado por uma melodia que não saía da minha cabeça já tinha dias arrisco umas palavras e canto enquanto a olho nos olhos:

- "Eu preciso de você, preciso de você" – ela me envolve com os seus braços pequenos me fazendo ficar ainda mais próximo e fala receosa:

- "Só se você prometer cantar assim pra mim sempre..." – me surpreendo com seu pedido e confirmo balançando a cabeça num "sim".

Você pode ainda não saber,
mas você é o motivo das minhas canções há algum tempo!

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Se dependêssemos dele, ficávamos pelo hotel mesmo, mas cedendo aos pedidos de todos resolvemos sair para jantar novamente em Puerto Madero. A variedade era tanta que se passássemos um mês na Argentina poderíamos comer todos os dias por lá que não enjoaríamos.

Conversa vai, conversa vem, garrafa vai, garrafa vem, enfim, estávamos muito a vontade quando ouço o telefone do Christopher tocar. Quem era? Ele teve que sair dali pra atender seu telefone porque havia um pouco de barulho. Any acabava de falar com Rodrigo pelo telefone e eu senti que ela já estava um pouco alegre. Aproveitei que ela havia desligado pra perguntar como ela estava.

- "Any, tá tudo bem?" – pergunto enquanto vejo Christopher voltar à mesa.

- "Ai ai, sinto saudades dele, só isso" – ela me olha enquanto deixa um sorriso se alargar em seu rosto, isso acontecia frequentemente depois que ela falava com ele e eu sorrio pouco, eu sabia muito bem o que era sentir saudades.

- "Vou ter que sair" – ouço a voz dele e me viro para ele procurando saber mais...

- "O que houve?" – Any pergunta antes de mim e ele sorri nos respondendo:

- "Adivinhem... Andaram bebendo demais por aí" – Fico em silêncio enquanto Any solta uma gargalhada e depois completa:

- "Ai Poncho, não toma jeito" – Continuo em silêncio e ele percebe que eu não estava muito feliz com aquilo.

- "Na verdade, Ricardo e Bj que beberam demais dessa vez" – ele nos responde e depois segura a minha mão me encarando: - "Você quer ir comigo? Buscar eles?" – Sorrio pouco e quase aceito quando somos interrompidos por Anahí que pede:

- "Ah não, isso vai ser muito chato, deixa ela comigo, eu preciso mais dela" – ele me olha como se esperasse o meu consentimento, espero alguns segundos e cedo ao pedido de Any.

- "Tudo bem, eu fico com você Any, mas logo vamos porque já está tarde" – falo consciente de que se Anahi bebesse mais, eu poderia ter que carregá-la até o hotel.

Anahí consente com a cabeça e ele me dá um selinho rápido antes de sair.

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Saio de lá me preparando para encontrar eles caídos no chão e não pra menos. Ricardo tava conversando com a parede enquanto Bj brincava com uma garrafa vazia. Quando cheguei logo me avisaram que Poncho tava por aí catando moedas pelo chão. Enfim, são esses meus amigos, não sou de julgar ninguém. Chego dando um tapinha nas costas de Ricardo que me olha sério como se eu estivesse interrompendo uma conversa dele com a Madonna.

- "Foi mal por interromper a tua conversa, mas acho que já tá na hora de ir, não?" – enquanto eu tentava levantar sinto uma coisa me empurrando por trás e me assusto quando vejo que é o Bj se escorando em mim...

- "Ah não, agooooran não só mais umm.." – Ricardo tenta falar e eu tento me livrar de Bj sem derrubá-lo no chão.

- "Vamos" – insisto colocando o seu braço no meu pescoço e segurando Bj com a outra mão, Dulce cadê você? Fiquei imaginando ela toda pequena tentando levantar esses dois e não pude deixar de sorrir com a imagem.

- "Mas eu to cunversando...depois... ih ih" – Ricardo soluçava e eu particularmente precisava de ajuda, avisto Poncho de longe que pelo menos era capaz de andar sozinho e o chamo, mas de nada adianta.

- "Ricardo vem, traz a pessoa ou o que é que seja que você ta conversando junto vai" – tomara que ele não tente arrastar a coluna com a gente...

Uma alma em sã consciência, por favor.

Luisillo, até que enfim!

Nem acreditei quando entramos no táxi. Achei engraçado que mesmo sem espaço Ricardo não parava de tagarelar com algo ao lado dele. Se não fosse tão engraçado eu até teria medo dessa cena.

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Disfraces y Antifaces (Português)Where stories live. Discover now