Sintonia

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Luisillo, até que enfim!

Nem acreditei quando entramos no táxi. Achei engraçado que mesmo sem espaço Ricardo não parava de tagarelar com algo ao lado dele. Se não fosse tão engraçado eu até teria medo dessa cena.

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Depois que me livrei da função com os caras, precisava mais do que nunca dela.

Andei até a porta do meu quarto imaginando que ao abrir a porta a veria encolhida num canto da cama só esperando alguém para abraçá-la. Foi melhor que isso. Dulce vestia apenas uma camisola branca, fininha e um pouco transparente e eu vi minha imaginação voar depois disso. Pude observá-la por pouco tempo antes dela notar minha presença e me chamar baixinho. Tirei a camisa, a calça, as meias e deitei ao seu lado e logo pude sentir suas mãos pequenas em minhas costas...

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- "Demorou, senti sua falta" – falei sem demoras quando o via se ajeitando na cama e passando seus braços ao meu redor fazendo-me ficar mais próxima de sua respiração.

- "Você precisava ver a situação deles, queria que você tivesse visto" – ele fala acariciando minhas costas devagar e aproveitando pra beijar o meu pescoço.

- "Eu imagino, deu muito trabalho?" – pergunto enquanto me entregava em suas mãos...

- "Ricardo inventou um amigo imaginário e Bj beijava a garrafa" – sorrio e ele também.

- "Mas não quero perder ainda mais tempo com eles, agora só quero você" – ouço sua voz grave em meu ouvido e sinto um arrepio subir por meu corpo enquanto meu coração acelera...

Nesse momento o único som que eu podia escutar eram sussurros de amor que diziam palavras que eu não fazia muita questão de entender pela necessidade de entrega que agora me invadia, fazendo com que meu corpo fosse totalmente dele a cada toque a cada carícia e cada beijo que ele me dava, provocando que uma corrente elétrica subisse pela minha coluna e todos os meus pelos se arrepiassem, como se uma brisa muito suave e fresca acariciasse minha pele quase nua. Então minha boca buscou a dele, e ele com um meio sorriso a aceitou, eu senti que o mundo voltava a fazer sentido, que o mal não existia, que nada podia me tocar, só ele.

Que éramos os únicos no mundo, eu sendo dele e ele sendo meu, como cada noite de paixão que vivemos. Como cada segundo que podemos ser nós mesmos. E quando nossas línguas dançaram juntas, mesclando nossos seres, nada era segredo e voltávamos a ser normais e especiais, um para o outro.

Porque é assim que ele me faz sentir.

Suas mãos que agora percorriam cada parte do meu corpo e me acariciavam por inteira, faziam-me sentir como se o mundo lá fora não existisse, como se o nosso segredo não fosse mais um segredo, fosse a única verdade, a única realidade, algo que todos sabiam e não só nós dois ainda que eu prefira assim, ter isso para mim, ter ele só para mim, essas carícias que me embebedavam aos poucos. É meu, tudo aquilo que ele fazia era meu, feito para mim, comigo e por mim.

As pessoas tinham apenas a versão das câmeras.

Eu tinha os bastidores.

Eu tinha a história completa...

Uma leve mordida chega até meu ombro e eu sorrio, provocando que ele me mordesse de volta. Ele o faz e eu acaricio os seus cabelos e busco seu olhar, sua boca, beijando-a de leve para depois ir ao seu nariz, bochecha e chegar onde ele mais gosta, seu pescoço era meu e minha língua saboreou aquele pedaço em especial como se fosse o doce mais gostoso do mundo, fazendo ele se arrepiar e soltar um leve gemido, ficando pronto para o que viria mais tarde.

A única hora em que eu deixo de pensar nos aborrecimentos

Que nunca deixaram de fazer parte do meu mundo,

Nas decisões e nos problemas que tenho pela frente,

É nessa hora que eu os deixo para trás...

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A minha vontade era fazer com que ela se sentisse desejada, com que ela sentisse um pouco do que o seu corpo, o seu jeito, a sua respiração provocam em mim. O conjunto de todas as suas características que por muitas vezes me deixavam sem reação: o modo como ela fala, doce e delicado, o som da sua risada, seus olhos misteriosos de amêndoas... tudo isso me convidando a me arriscar, implorando-me por perigo, sem garantia de que um dia eu consiga decifrá-los, seus olhos são mistério. Tudo isso é vontade, tudo isso é real.

Culpem-me por viver.

Eu deslizava minhas mãos por seu corpo pequeno e parecia que cada vez que eu a tocava havia algo novo para descobrir. Minhas mãos sempre sentiram esse prazer da descoberta ao tocá-la, procurava encontrar o seu prazer máximo e eu era tomado por uma imensa alegria quando sentia em sua voz cheia de suspiros que eu havia conseguido fazê-la chegar lá. Depois de uns segundos a abraço forte segurando suas mãos e pronto pra me colocar entre o seu corpo. Desfrutava cada olhar e cada carícia, era um momento mágico onde amor e prazer se complementavam, conexão e química invadiam nossos corpos, não sobrando espaço para questionamentos. Quando eu não agüentava mais um milésimo de espera senti duas mãos me apertarem avisando-me que já estava na nossa hora, nossos corpos se encontram numa explosão de suspiros e em um segundo ouço sua voz sem fôlego:

"Obrigada" – seus olhos me encontram e eu sorrio ao seu agradecimento beijando-a na cabeça.

Obrigada?

Busco seus olhos e confiança em minha voz antes de dizer:

- "Obrigada você, por tornar tudo isso real, mais uma vez..."

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Disfraces y Antifaces (Português)Kde žijí příběhy. Začni objevovat