Nobody say it was easy

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(Leia ouvindo a música The Scientist)

Acordei e não a vi ao meu lado. Ao procurá-la, a encontrei olhando pela janela. Eram umas 4h30 da madrugada. Chamei por seu nome, para se deitar comigo e quando se virou pude sentir seus olhos marejados.

"Você não pôde dormir muito, não é?" - A abracei enquanto ela se juntava a mim.

"Quase nada" - deitamos olhando para o teto e ficamos em silêncio por longos minutos antes dela começar a falar...

"Não sei o que estamos fazendo, Chris" - a vi começar mais uma vez um diálogo cheio de suas inseguranças quanto a nós dois...

"Eu também não, mas eu quero fazer... seja o que for..." - falei firme ainda sem me direcionar a ela.

"Isso está me machucando, não consigo encontrar sentido em te manter próximo a mim diante desse futuro..."

"Dul, precisamos conversar mesmo. Não vou te dizer que não temo pelo que está por vir, seria um mentiroso se dissesse que estou cheio de coragem e firmeza" - agora sim a virei para mim e continuei - "Ninguém falou que seria fácil." - seus olhos marejaram e ela falou com voz trêmula...

"Se fosse fácil, não era para nós, como você sempre diz, não é mesmo?" - ela sorriu um pouco e eu correspondi concordando e sorrindo de canto.

"Você não prefere esperar isso tudo passar e tentarmos num futuro próximo? Não acha que será mais saudável para todos?" - enrijeci com as palavras dela.

"Dul, quero estar aqui, por ti e contigo, impeça-me disso se for capaz..." - arrisquei um carinho em seu rosto e ela se afastou.

"Não me peça isso, quem sou eu para te impedir de alguma coisa..." - ela segurou minha mão e beijou a ponta dos meus dedos... "mas para te dizer a verdade, nem eu sei que script vou estar seguindo... Pedro não me informa de muitas coisas, tudo chega feito ordens e não tenho voz nenhuma para questionar. Estou me sentindo sufocada".

A abraço forte e digo "Então não me impeça de estar aqui e te ajudar a passar por isso com mais leveza. Não me afaste mais uma vez, meu amor..." - minha voz sai um pouco trêmula.

"Não sei se cabe a mim te impedir ou não, como já disse...Só sinto que preciso de um espaço, me falta ar..." - Eu não entendia, sinceramente, o que ela tentava comunicar. Mas tentei fazer o que ela me pediu, não seria mais um cara a pressioná-la, mesmo sabendo que não era eu que estava a sufocando, mas as consequências de suas escolhas.

"Você quer ficar sozinha?" - digo e ela responde rapidamente com um "sim" sem falar, apenas balançando a cabeça. - "Tudo bem, só preciso te dizer uma coisa antes disso..."

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"Você quer ficar sozinha?" - balanço a cabeça em um singelo "sim" e o ouço dizer com firmeza - "Tudo bem, só preciso te dizer uma coisa antes disso..."

"Não vou abrir mão do que construímos juntos." - ele me olha dentro dos olhos com tanta voracidade que sinto receio em discordar. - "Vou te dar o espaço que você quer, mesmo sabendo que não sou eu o responsável por te fazer sentir assim. Só que não vou me afastar completamente, estarei te apoiando e nos apoiando frente a todos".

"Tudo bem, Chris." - digo com voz embargada, como ele podia ser tão compreensivo? - "Estaremos no México em alguns dias e as coisas ficarão mais claras... Sinto que preciso de chão, de casa, para poder recuperar a confiança nas minhas próprias escolhas..." - se é que isso é possível, pensei baixinho e o beijei com amor enquanto escorriam pequenas lágrimas por meus olhos.

Disfraces y Antifaces (Português)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant