Minutos se passaram arrastados antes que Cassian entrasse pela abertura da barraca, literalmente arrastando o senhor da Outunal pelo pescoço, o olhar assassino ignorando tudo a frente, até mesmo a solicitação de Helion para que ele o soltasse. Eu não precisei olhar muito para saber o motivo de Eris estar aqui, ou o olhar de Cassian disparado dele para Rhysand assim como o inalar pesado de Rhys atrás de mim para saber que o desgraçado tinha alguma coisa haver com o desaparecimento dela.

Eu se quer penso quando deixo que as sombras se desprendam, rompendo o espaço da cabana num cúpula densa e revolta, ao mesmo tempo que eu mesmo cruzo o espaço, uma das mãos indo diretamente contra o pescoço exposto do macho ruivo cujo maldito sorriso ainda marcava seu rosto debochado. A outra mão desce imediatamente a procura da adaga, que se materializa em minha mão até que eu a erga... ao menos uma vez entretanto, o brilho de ódio contido em seu olhar me disse que talvez, talvez, Eris não fosse o bastardo covarde e que dessa vez ao menos ele se defenderia.

O braço coberto com a malha grossa do couro avermelhado subiu contra a lâmina da adaga, segurando o golpe que viria certeiro contra a pele da garganta exposta, o ruído característico do metal contra o couro grosso e endurecido foi abafado pelo caos fora da redoma negra e densa das sombras, assim como o pedido e as ordens de pare dos outros. Eu não pararia, até que esse maldito dissesse o que sabia, ou até que ele acabasse sem a língua.

Eris empurrou o braço para cima, forçando a malha da armadura contra a lâmina, a outra mão livre se fechou quando ele a puxou pronta para atingir minha lateral oposta, solto o aperto contra seu pescoço, minha mão agora indo de encontro ao seu punho fechado, apertando tão forte que eu quase posso sentir o osso reclamar, embora o sorriso de Eris ainda demonstre que talvez, ele esteja apreciando isso.

— Onde. Ela. Está? — por um momento eu quase se quer reconheço o tom da minha voz, ao redor, as palavras ecoam atravéz da redoma densa das sombras enquanto elas sibilam as palavras de volta, tão ameaçadoras e gélidas quando eu as falei.

Forço a adaga mais uma vez, mais para baixo, ao passo que Eris manter o braço para cima, forcando firmemente contra.

— Desculpe desaponta-lo, mas dessa vez não estou com tanta paciência para me manter passivo, mestre espião.

O tom do macho veio desprovido de emoção alguma, embora o maldito sorriso sarcástico ainda estivesse de enfeite no rosto do desgraçado. Eris empurrou o braço contra a lâmina com mais força, o olhar como um desafio para que eu empurrasse mais para baixo, afim de acerta-lo. Agilmente, seu joelho se levanta contra minha lateral, acertando minhas costelas dolorosamente, o movimento foi rápido o bastante para que eu soltasse seu pulso preso sob meu aperto e hábil o bastante para que ele puxasse o braço de sob a lâmina da adaga, girando o corpo as minhas costas, o punho fechado ele lança a base do cotovelo em minha direção e eu o seguro, a palma aberta para impedir o impacto contra meu rosto.

O sorriso voltou ao rosto sério do macho, antes d p0e desaparecer sob o olhar psicopata e talvez, até mesmo um culpado do macho a minha frente. Havia muitas coisas sobre Eris, mas culpa, com certeza não era algo que poderia se passar pelo semblante do miserável.

— Eu vou arrancar esse seu maldito sorriso.— as palavras saem novamente, furiosas, ecoando contra as paredes da redoma feita pelas sombras densas ao redor.

Eris se moveu novamente, desviando do golpe pesado quando eu ergui minha outra mão, um novo passo para o lado e estamos na mesma posição de defesa/ataque de antes, a ponta da adaga em minha mão apontada para seu estômago, os dedos dele firmemente travados ao redor do meu punho.

— Sim, você pode. — a maldita voz enfadonha soou novamente, tediosa, talvez até mesmo frustrada quando ele falou. O sorriso já não estava mais em seu rosto, mas nem pela falta dele que a minha raiva havia sido diminuida. — Podemos ficar aqui o dia todo, você atacando e eu me defendendo, sinceramente... eu não me importo... — ele diz, os olhos avermelhados entediados em minha direção quando ele inclinou a cabeça. — Mas a cada minutos que desperdiçamos aqui, é um minutos a mais que ela caminha em direção a morte para proteger vocês.

Ele diz, e é quase como se tudo ao meu redor desmoronasse com as malditas palavras. Ele sabia... o que tinha acontecido, onde ela estava... O maldito realmente sabia. E apesar do tom sarcástico de suas palavras, algo por trás me informou que — de alguma forma destorcida — ele talvez se importasse. Talvez fosse por isso que eu diminuí a força empunhadas no cabo da adaga contra ele, ou apenas pelo fato de que, se eu o matasse, ele não me diria nada mesmo se eu fosse atrás de sua alma no inferno do além mundo.

— Diga. — sibilei de volta, mesmo quando ele soltou deliberadamente os dedos ao redor do meu pulso e ergueu as mãos em sinal de rendição eu não deixei a postura de ataque. Qualquer maldito passo em falso, qualquer sinal de uma mentira em qualquer uma de suas palavras traiçoeiras, eu não hesitaria em lhe cortar a garganta ao meio. E ele sabia disso.

— Você realmente não percebeu não é? — Eris disse, um sorriso estranho que não chegava ao olhar psicótico do macho.

Se ele não falasse logo, eu realmente, arrancaria as informações com a ponta da Reveladora.

— Nesse momento, sua parceira está a caminho de se entregar a Ykner para salvar a vida de vocês.

✯✯✯

O salão brilhou em um branco perfeitamente imaculado diante de seus olhos. Era tudo como se ela se recordava, as pilastras de mármore branco com riscas negras que pareciam como filamentos de veias sanguíneas abaixo de pele branca, os tapetes ricos e finos sobre o chão também branco, do mesmo mármore das pilastras, do mesmo mármore que todo o resto. O trono em marfim sobre a parte alta, depois de um lance de exatos cinco degraus, onde ele estava prostrado, uma das pernas jogadas sobre um dos braços do trono, o braço apoiado sobre ela, a outra mão ele levou a alisar a barba grossa e bem desenhada sobre seu rosto bonito.

É como dizem. As vezes, monstros são mais bonitos do que aparentam. E ele era o perfeito sinônimo disso, os cabelos castanhos escuros, os olhos tão negros quanto a escuridão maldosa que abrigava dentro de si, a cicatriz marcando a sobrancelha negra, grossa e bem desenhada. Até o mesmo o sorriso, o maldito sorriso bonito que levou um arrepio lento pela coluna de Callyen quando ele prendeu os olhos negros sobre ela assim que ela entrou pelas grandes portas do salão.

Não foi um arrepio de medo, entretanto. Foi algo mais pesado, mais lento e ameaçador. Um arrepio que, provavelmente, se sente quando você está diante da morte, ou quando se tem conhecimento de que está encarando algo que — para você — se aparenta ser como o próprio demônio.

Porque era isso que Ykner significava para Cally. A personificação de seus próprios demônios.

Pior, ele a recordava de que, no fundo, ela também era um.

Pior, ele a recordava de que, no fundo, ela também era um

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N/A: oiê meus amores tudo bem com todos(as)?

Então, alguns avisos e bora lá

• Estamos na reta final de PdS e isso não é um treinamento. Faltam dois capítulos para o final da fic, e depois disso teremos três - isso mesmo, três - epílogo. Um de Calliel é claro, mas queria saber quais os outros dois vocês gostariam?

NESSIAN
ERIS
FEYSAND
MOR
LUCIEN

• O book do Eris virá depois de um descanso meu, então, provavelmente depois de um mês após a finalização dessa aqui.

• Teremos sim o book Nessian, provavelmente eu vou escrever e postar junto com o do Eris, ou quando o do Eris estiver na metade eu começo a postar, beleza?

• OS CAPÍTULOS FINAIS DE PDS serão escritos em terceira pessoa, para melhor entendimento porque assim vai mostrar o ponto de vista de todos — incluindo Ykner gostoso/seboso.

No mais é isso, boa leitura e até mais.

Príncipe das SombrasWhere stories live. Discover now