CAPÍTULO 55

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CALLYEN

Eu não tinha medo. E eles poderiam me olhar desde o ódio mortal velado em cores vibrantes de seus olhares, até mesmo com total surpresa por minhas palavras. Embora, a surpresa espelhasse que não era de fato mentira.

— Eu ouvi histórias senhores. Sobre os governantes mais poderosos de Prythian, eu ouvi os sussurros... — eu disse encarando Eris por um momento suficiente para que ele estreitasse seus olhos para mim de volta. — ouvi os gritos. E por um momento acreditei que qualquer um de vocês fosse capaz de se erguer para ajudar, ao invés de questionarem sobre minha origem. Pelo visto senhores, as histórias que ouvi não precedem vocês.

Eles se falaram por um momento e eu inspirei profundamente, buscando por um minimo de consolo na lufada de ar que inspirei.

Realmente, essa é apenas a segunda vez que alguém conseguiu calar suas bocas.

Ouço a voz de Azriel levemente debochada em minha cabeça, embora seu rosto permanecesse uma máscara de indiferença.

Segunda?  

Questiono de volta, e eu posso vero resquício de admiração do outro lado da ponte.

Feyre conseguiu calá-los por alguns segundos anteriormente.

Ignoro a pontada de admiração que transpassou através da ponte e observo os senhores, todos calados incluindo Rhysand e Feyre.

— Senhores, entendo que nesse momento confiança não é algo para ser doada livremente. — Rhysand inicia depois de se mover um tanto desconfortável em sua poltrona. — Entretanto, novamente Prythian está diante de um inimigo em comum, e se não quisermos esperar e sermos novamente massacrados, sugiro que deixemos as diferenças de lado por um momento e nos unirmos para enfrentar essa nova ameaça.

— Uma ameaça que supostamente foi trazida por ela. — o senhor do inverno aponta novamente, e questiono se ele vê o olhar de sua parceira.

— A ameaça já estava aqui senhores. Se não acreditam em mim, permitam-me que eu lhes mostre. — ofereço.

Por um momento absolutamente todos me olham de forma estranha, até mesmo os senhores de Azriel, até que Rhysand me lança um olhar de advertência sobre o que ele vê de minhas intenções. Eu ainda não tinha pleno controle sobre meus poderes, mas sabia que, se eu podia entrar e sentir suas mentes mesmo abaixo dos escudos firmemente erguidos talvez eu pudesse expandir as minhas para dentro deles. Eu já havia conseguido uma vez, mesmo que dolorosamente.

— Como? — ouço o questionamento de Helion e por um momento eu quase perco a coragem de continuar com isso. Eu mostraria tudo para eles. Uma mão aperta a base da minha coluna e imediatamente eu sinto o conforto do toque. Respiro fundo algumas vezes antes de fechar os olhos e baixar os escudos da minha mente, eu sinto meu olhos arderem a medida que eles mudam, a medida que eu expandi as paredes para além da minha mente e para fora, sentindo a manipulação borbulhando em minhas veias em chamas lilás e destruidoras. Eu prendo o poder em mim, deixando apenas que a Manipulação rasteje para fora, e se choque contra as paredes diamantinas das mentes nessa sala.

Ouço as exclamações de dor e surpresa quando a fumaça densa roxa escura choca contra eles, consumindo como uma garra viscosa e apertando a procura de uma falha. Mas não é preciso. Os escudos, mesmo que densos, eram como uma via de mão dupla, uma janela de vidro, transparente. Eles veriam, mesmo que eu transpassasse. Eu lanço tudo, a formação dos exércitos de Ykner, a Legião Vermelha, o treinamento da Inquisição. As batalhas travadas contra cidades inocentes, tudo o que eu fora obrigada a fazer em nome das ideologias de Ykner. As mortes, os banhos de sangue, as crianças e mulheres mortas... Tudo.

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