Capítulo 76

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Jamie Dornan

Me aproximo da minha mulher e a abraço. Ela não pode passar por situações de estresse.

- Calma.

- Podemos falar com mais privacidade lá fora? - pergunta a enfermeira a Alice, a mesma que ligou, enquanto a outra ajuda a mãe de Dak, se deitar na cama.

Saímos os três do quarto e fechamos a porta.

- A senhora Steele tem recebido, nestes últimos dias, uma visita de uma Amélia. Ela nunca nos disse o apelido dela. Sempre que ela saia, Carla ficava perturbada, mas nós nuca entendemos o porquê, porque ela não falava o motivo. Sempre dizia que era saudades da filha, que já não a vinha visitar a algum tempo. - Dak estremece. - Mas nós sabíamos que era mentira. Nós dias que ela não vinha, Carla ficava muito bem.

- Será que você nos pode descrever a mulher?

- Posso ate fazer melhor. Fui eu que liguei, à pouco, para ver se Dakota conseguia nos identificar a pessoa, pois ela foi apanhada numa das câmaras e notasse a cara.

- Claro. Podemos fazer isso.

Confesso que estou com medo. Se for a Amélia que eu conheço, a minha ex-mulher, ela pode apostar que irá ter consequências.

A enfermeira nos manda a seguir. Entramos dentro de uma sala, cheia de tv's, todas com imagens.

- Aqui é a sala de segurança. Aguardem aqui uns segundos, o detetive já deve de estar a chegar para falar com vocês.

Assentimos e ela sai da sala, nos deixando sozinhos. 

- Estou com medo. - Dak admite. - E se for realmente a sua ex? Como ela pode ter chegado a este ponto?

- Não sabemos se é ela.

Dakota me olha, com os olhos bastante vermelhos, de tanto chorar.

- Como não, Jamie? Tudo aponta para ela! Agora só não entendo o porquê de ela querer magoar a minha mãe, uma pessoa indefesa.

Agarro ela e a aperto num abraço.

A porta se abre e entram dois senhor. Um policial e o detetive, ambos com umas pastas nas mãos.

- Boa tarde, sou o detetive Clark. E este é o meu colega Payne.

Ele nos indica, uma mesa num canto, que eu nem tinha reparado. 

Nos sentamos, Dakota ao meu lado, já um pouco mais calma.

- Já vos devem ter passado o que vos trouxe até aqui. - confirmamos. - Fizemos algumas investigações, com a imagem captada e a pessoa em questão, trata-se de Amélia Branco, mais conehcida como Amélia Warner. Mas precisamos da confirmação de vocês.

Ele nos coloca algumas imagens à nossa frente, e é possível ver Amélia, acompanhada com um outro homem, de chapéu e óculos escuros.

- Sim é ela. - confirmo. Eu conheço Amélia, mesmo de olhos fechados...

Dakota dá um grito e coloca as mãos à boca. A abraço de lado, tentando a confortar.

- Amélia é casada com Collin Branco, um drogado, que já cometeu alguns crimes, e procupado pela polícia.

- Podemos ver que ela já foi casado com o senhor também. - o policial diz olhando para mim.

- Sim, foi. Fomos casados durante alguns anos, nas nos separamos há quase três anos.

- E posso saber o motivo do divórcio?

Olho para Dak, que está de olhos fechados e com a mão na barriga.

Tento relatar mais ou menos, a minha história. Ocultando alguns aspetos, pois Dakota era menor na altura e não quero ter problemas, apesar de que, o clube onde ela andava, é totalmente legal.

- Então, o motivo do divórcio foi porque sua ex-mulher não aceitou você ficar com uma filha que você tinha, com outra mulher?

- Sim. Mas o nosso casamento já não andava bem. Amélia sempre desprezou as filhas. Ela apenas as quis, pois pensava que as meninas me iam fazer ficar presa a ela, mas ela enganou-se.

- E ela aceitou o divórcio?

- Ao início não. Amélia me traía.

- Pelo que percebi, Matilde foi tão fruto de uma traição. - o policial diz, me olhando de lado.

- Sim. Mas foi a única vez.

- E nem era para acontecer. - Dakota diz, quebrando o seu silêncio.

- Mas veio, e eu não me arrependo. - digo a olhando. Olho novamente para os homens à minha frente. - Eu posso ter cometido alguns erros, mas me envolver com Dakota não foi um deles. Eu só quero entender o que Amélia esteve a fazer aqui, nesta clinica, e porque Dakota não foi informada?

- Vamos ser sinceros. A senhorita Johnson já não vinha aqui há algum tempo e, tenho a certeza que, se não fosse esta chamada, Ela também não viria.

- Isso não é verdade! - Dakota se levanta, batendo com as mãos na mesa, chorando e gritando.

- Você sabe que é. - o detetive diz, com calma.

- Você não sabe de nada sobre mim.

- Ah, você quer que eu comece a enumerar a sua vida? - pergunta com um sorriso debochado.

- Mas que merda de detetive é você?

- Um ótimo detetive, que investigou a vida da mulher com quem você anda. Você sabia que ela já foi prostituta? - ele joga algumas fotos de Dakota vestidas de forma invulgar.

- Eu recuso-me a continuar! - digo, fazendo mesmo que Dakota fez.

- Mas é claro que sabe. Tenho a certeza que você está com ela, porque ela é ótima na cama, não? - pergunta o policial.

- Vamos! - pego na mão na Dakota e a puxo para fora da sala. - Vamos tirar a sua mãe daqui. Não sei o motivo de Amélia ter vindo cá, estes dias, mas ela não virá encontrar mais a sua mãe.

Ela apenas concorda com a cabeça. Seu rosto está abatido de tanto chorar. Depois de uma manhã como a de hoje, ela devia de estar a descansar e não estar a passar por um estresse como estem.

- Depois vamos para casa, para você descansar.

Ela encosta sua cabeça no meu peito e chora ainda mais.

- Que mal fiz eu a Deus, para merecer uma vida como esta?

For You (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now