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Demorou um pouco para o sol se fazer presente no quarto de Pete na manhã seguinte, atravessando as janelas em feixes iluminados e pontilhados por partículas de poeira fina. O rosto inchado do garoto ainda estava aconchegado contra os travesseiros macios, confortável e imerso em um sono profundo, sem nem mesmo se mover.

Seu cabelo preto-azeviche estava bagunçado sobre a superfície clara, metade do corpo com os músculos trêmulos em movimentos automáticos, e seus roncos baixos e adoráveis criando um barulho gostoso em meio ao silêncio pacífico que envolvia o lugar. Pitchaya estava deitado em sua cama sem nada para cobrir a nudez, com exceção do edredom branco e grosso protegendo a parte inferior de seu corpo, dos joelhos à cintura. Seus ombros proeminentes e pele lisa leitosa estavam totalmente expostos, algumas marcas avermelhadas formando hematomas leves, bem como alguns arranhões estreitos espalhando-se pelas costas.

Pete estava inspirando fundo quando Ae entrou no quarto pela terceira vez para verificar seu estado, encontrando-o ainda desacordado. A preocupação foi automática.

— Já são quase onze horas — murmurou Ae para si mesmo.

Para ele, o horário estava bem além do que era acostumado a acordar, mas para qualquer pessoa que passou por tantas rodadas de sexo em uma mesma noite, era nada menos que o esperado.

E o sexo que ambos tiveram na noite passada fora totalmente incrível.

O tipo de sexo que fez Ae se dedicar de corpo e alma para o amor de sua vida... Especialmente o último de todos, quando ele finalmente admitiu que não conseguiria mais ficar duro depois de usar todo o resto de sua energia para satisfazer o garoto que tanto amava.

Assim, vê-lo dormir profundamente daquela forma o fez pensar que seu namorado também havia usado cada pedacinho de sua energia, a ponto de não conseguir sequer acordar.

O colchão macio afundou um pouco quando Ae sentou ao lado de Pete, deslizando as mãos pelo braço lisinho, para cima e para baixo, diversas vezes.

— Pete — chamou, baixinho. — Já são onze horas.

Sua preocupação maior, no fim, era por estar se sentindo um pouco culpado de ser o responsável pelo namorado estar tão exausto.

Era totalmente culpa dele, afinal.

No início, tentou sacudi-lo bem devagar, mas suas tentativas foram completamente em vão, já que, em resposta, Pete não se moveu um centímetro sequer.

— Pete... Ei, Pete... — Suas mãos ásperas continuavam sacudindo o pobre rapaz. Era uma sorte que Pete não estivesse demonstrando outros sinais de fraqueza, como febre ou calafrios, senão Ae ficaria realmente louco de preocupação.

Queria que ele dormisse um pouco mais, mas, contando com as horas que ficaram juntos desde a noite anterior, já havia se passado doze horas desde que Pete havia comido pela última vez.

— Ei... Pete, acorda, huh? São onze da manhã. — Ae começou a sacudi-lo um pouco mais forte.

Se aquele fosse Pond, não hesitaria em chutá-lo para fora da cama depois de chamar uma única vez, mas, como se tratava de Pete, os movimentos e atitudes tornavam-se automaticamente gentis e cuidadosos.

— Hm...

Ótimo. Parecia estar funcionando.

A Bela Adormecida começou a se mexer, barulhos abafados arranhando a garganta seca e um movimento do globo ocular por trás das pálpebras antes de abri-las lentamente.

— Ae? — Pete perguntou com sua voz rouca e devastadoramente sexy. Seus olhos estavam grudando nas primeiras piscadelas, levando um tempo até conseguir focar a visão no ambiente ao seu redor.

Love by Chance (pt-br)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant