Love by Chance (pt-br)

1.0 ❖ 22

A E

Eu realmente não consigo entender o que está acontecendo comigo.

Por que estou sempre pensando em sexo quando estou perto de Pete?

Isso sequer é normal?

Quando nós ainda não estávamos em um relacionamento, eu só queria poder abraçá-lo, tocar em seu rosto e, eventualmente, beijá-lo. Agora, no entanto, o que eu realmente quero, e muito, é poder transar com ele. O tempo todo.

Solto um suspiro. Antes de eu me dar conta dos meus verdadeiros sentimentos por Pete, sempre pensava em suas bochechas fofas, suas mãos macias e seu cabelo suave. Para início de conversa, não sei nem mesmo o motivo de ter me atraído dessa forma por esses detalhes em específico, já que fui me tocar de que realmente possuo sentimentos maiores por ele apenas recentemente. Eu cheguei a pensar, inicialmente, que esse era o motivo de achar os detalhes de Pete tão perfeitos — porque gosto dele. Só que depois de começarmos a, de fato, namorar, não é mais sobre isso que penso o tempo inteiro.

Não penso mais em suas bochechas fofas, em suas mãos delicadas e em seu cabelo alinhado; não com a mesma frequência de antes, ao menos. Agora, só consigo pensar em como Pete ficaria se eu o jogasse na cama e passasse o dia inteiro transando com ele, e, porcaria, tudo o que eu mais quero é ver seu corpo inteiro descoberto e vermelho, corando só para mim, enquanto o toco de todas as formas possíveis.

— Puta que me pariu! — grito, socando meu travesseiro com força, de novo, de novo e de novo. — Porra, porra, porra, porra! Para de ficar pensando isso sobre o seu próprio namorado, Ae! Qual é o seu problema?! Seu doente!

Mesmo com toda a frustração acumulada dentro de mim e de toda a raiva que sinto pelo universo ter colocado um garoto tão irresistível ao meu lado, ele ainda resolve ficar ao meu lado quando fecho a boca no momento exato em que a porta do quarto abre, dando passagem a Pond, que está segurando o telefone com uma das mãos, grudado à orelha, e, com a outra, a toalha, esfregando-a no cabelo úmido. Não consigo entender o motivo de todo mundo levar o próprio celular quando vai tomar banho, mas não tenho muito tempo de me questionar sobre isso, porque sua voz sempre alta demais exclama:

— Qual é, Aim! Não tem nada de errado em ter pensamentos desse tipo com a minha própria namorada! — Não consigo entender o que ela grita do outro lado da linha, mas é o suficiente para fazer Pond gargalhar. — Tarde demais. Você não pode impedir minhas próprias necessidades. Além do mais, você mesma falou que homens são mais tarados do que as mulheres, então por que está tentando me censurar agora? Ou será que está agindo assim porque quer que eu pense em outra coisa, hein?

Não faço ideia de qual está sendo o rumo da conversa desses dois, mas, julgando pelo sorriso malicioso no rosto idiota do meu amigo, tenho quase certeza de que Pond está insistindo em falar sobre algo inapropriado.

Eu tive a chance de ter uma conversa com ela alguns dias atrás, porque estava curioso sobre como ela faz para lidar com Pond. À primeira vista, Aim parece ser o tipo de garota que jamais se interessaria por alguém feito o meu melhor amigo, mas ela acabou sendo mais mente aberta do que eu estava esperando.

— Eu prefiro ter alguém como o Pond, que fala as coisas sem pudor algum, do que ter outra pessoa que esconde as coisas de mim, mas depois sai falando pelas minhas costas. Sabe, as garotas não são tão inocentes assim sobre o tipo de coisa que os homens fazem e pensam quando estão sozinhos, Ae. Está tudo bem.

Quando ela me falou isso, foi impossível concordar ainda mais com suas palavras. Apenas a ouvi em silêncio, anotando mentalmente todas as coisas importantes que poderiam vir a me ajudar com Pete no futuro, já que não tive coragem de conversar abertamente com ela sobre essas coisas. Pensei que estava cedo demais para isso, pois ela e Pond não completaram nem um mês de relacionamento ainda, então não quis parecer invasivo ou algo do tipo.