New Dreams || Harry Potter Imagines

Severus Snape - Two faces part.3

Chegou o dia em que a escola deveria abrir seus portões para os alunos, e com ela veio uma estranha sensação de desconforto, que fez você duvidar se deveria se inscrever para isso.

Envolvida em um cobertor, você se protegeu da luz do sol, que começou a vazar por uma fenda estreita entre cortinas pesadas com franjas, desejando poder ficar na cama até a próxima semana - ou melhor, até o próximo ano - e pular todo esse procedimento de conhecer crianças e - o que parecia ainda mais assustador - ministrar sua primeira aula. Você pegou um travesseiro e o puxou sobre o rosto, deixando escapar um forte gemido de desagrado. Um momento depois, o travesseiro pousou de volta em um colchão com um baque duro e rolou pela cama, em sua opinião - proibitivamente largo para uma pessoa. Depois de uma fração de segundo se equilibrando na borda, ele caiu no chão. Você não se importou. Olhando para o teto, você se arrependeu de ter ficado na casa de Snape por muito tempo na noite passada, mas uma vez que esse pensamento cruzou sua mente, seus lábios se esticaram em um sorriso satisfeito. Não, definitivamente não era algo de que você deveria se arrepender.

Um de seus pés tocou o tapete e logo o outro se juntou a ele, quando você finalmente encontrou forças para sentar-se direito. Sair da cama nunca foi uma tarefa fácil para você, especialmente em dias como este. A única coisa que o fez inventar foi a chance de conhecer seu colega Professor, que provavelmente poderia lhe dar um conselho sobre como sobreviver ao seu primeiro dia de ensino. Você não sentia vontade de agir como espinhoso e reservado perto dele; você já confiava nele o suficiente para compartilhar algumas de suas inseguranças. Acontece às vezes: você encontra uma pessoa e, em um nível mais profundo do que a percepção humana permite, você de alguma forma percebe que se encaixa, mesmo que não saibam muito um do outro ou mesmo nada.

"Ele certamente não está lá", você disse a si mesmo, girando a maçaneta da porta da sala dos professores, mas ainda esperando que ele estivesse. Quanto mais espaço da sala a porta que se abriu revelava, menos esperança restava em seu coração, que foi substituída por amarga decepção, uma vez que você entrou e não o encontrou. Lamentavelmente, havia uma estatura baixa do Professor Flitwick ao invés. Não que você não gostasse dele - do contrário, ele conseguia combinar inteligência com senso de humor de uma maneira agradavelmente engenhosa e simples, você não conseguia resistir ao seu charme cativante - mas no momento você simplesmente não se sentia entusiasmado com qualquer conversa abstrata.

"Um pouco nervosa, não é?" ele sorriu de cima do braço de um sofá.

"Eu estou ..." surpresa, você admitiu hesitantemente. "Como você...?"

"Sempre me sinto nervoso no primeiro dia do semestre, mesmo depois de todos esses anos", respondeu ele com a voz esganiçada.

Mais tarde, você pensou que foi até bom que você conheceu ninguém menos que este homem minúsculo. Ele definitivamente era uma pessoa melhor para discutir o assunto que incomodava vocês dois, ele - claramente - em uma extensão muito menor. Ele persuadiu você de que não havia nada com que se preocupar e, considerando a indiferença o pior dos vícios, expressou sua aprovação em levar as coisas perto do coração.

Por mais que o professor Flitwick o ajudasse a superar a excitação, ainda havia algo que não lhe dava paz. Estava ficando escuro; os alunos estavam chegando. Ocupado com os preparativos do banquete do início do semestre, aparentemente cada um de seus colegas correu pelo castelo certificando-se de que tudo estava pronto; até fantasmas da escola se reuniram no Hall de Entrada para cumprimentar os recém-chegados, mas Snape nunca apareceu. Nem mesmo Dumbledore, mas sua ausência não te incomodou nem um pouco. Na esperança de afugentar os pensamentos irritantes, você percorreu o Salão Principal, admirando a vista das velas flutuantes sob o teto encantadas por se parecerem com o céu.