A Herdeira Perdida [Em Andamento]

A Verdade Sombria

Fenlands 957 D.C

Consigo sentir meus batimentos cardíacos e a minha respiração precipitada,  será que Salazar irá acreditar em mim?  bobagens, claro que sim, eu o amo e ele também me ama, e é isso que importa.
Quando chego em sua cabana quase oculta por conta do pantano, avisto diversas de suas plantas mágicas que ele me falara com  quando me visitou pela última vez.  Chego em frente a porta de sua casa pensei em desistir, eu não aguentaria sua rejeição, só não suportaria...Tentei afastar todos os pensamentos negativos da mente e finalmente dei três batidas na porta.

— O que você faz aqui? Ele pergunta com uma expressão rígida porém surpresa. 

— Salazar, eu tive que vir porque eu precisava discut…. 

— Entre logo antes que alguém te veja por aqui. 
Falou enquanto observava se tinha alguém por perto. Minhas mãos estavam começando a suar, e eu estava começando a ter um pressentimento ruim enquanto entrava dentro de sua casa. 

— Mas então, o que há de tão importante para dizer? 
Não conseguia olhar diretamente em seus olhos verdes e profundos, eu era fraca, mas tinha, eu tinha que dizer.

— Olhe, eu não estava pressentindo isso, e não esperava que isso fosse acontecer mas eu sei que vamos conseguir, juntos. Apesar de ser inesperado, eu estou extremamente feliz, Salazar, eu estou esperando uma criança. 

— O QUE?! não, não é possível, eu te falei depois daquela noite para tomar cuidado! não é possível, ESSA CRIANÇA NÃO É MINHA ATHENA!! Eu deveria saber, que tolice minha, tolice! não devia ter falado a você sobre minha plantação mágica, agora você vem em com uma criança de um trouxa qualquer alegando ser minha. 

— Eu nunca me atreveria Salazar! você foi o único que  amei, e o único que tive relações. 

— Amar? —  ele fala como se fosse uma piada.

 — Você deve estar louca, eu nunca te amei, aquilo foi uma única noite. Você não passa de uma mentirosa sem caráter!  Que passa noites com dezenas de homens e acha que me enganara com suas mentiras!! 

 Suas palavras me queimavam mais que ferrugem após tocar o fogo, Salazar, o  homem que mais amo na vida, estava me assassinando com suas palavras de acusação.  

— Salazar por favor!! precisa acreditar em mim, você é o único que amei! 

— BASTA! saia daqui Athena, e não se atreva voltar! se você caminhar sobre essas 
terras com esta criança, eu irei te denunciar a igreja como bruxa, e a cidade inteira saberá, e você vai terminar coberta em chamas na praça principal! SAIA! 

Salazar me empurrou para fora de sua casa, desabei a chorar quando voltava  a vila, o que eu iria fazer com esta criança?   

20‌ ‌de‌ ‌Abril‌ ‌1991‌ ‌-‌ ‌Londres‌

No dia de seu aniversário você deveria sentir alegria, felicidade, e imaginar como vai ser aquele dia especial, bem eu não sinto isso a um bom tempo, hoje acordei nessa cama, mais uma cama, em um quarto onde eu nem me dou o trabalho de decorar, pois nunca sei se vamos ficar na mesma casa por semanas ou meses. Decidi que irei fazer como nos anos anteriores, fazer as mesmas coisas que eu faria em um dia normal, eu não tinha amigos para fazer uma festa e meus pais pareciam muito ocupados para fazer uma comemoração  grandiosa. Para começar o dia, irei começar fazendo o que mais gosto, desenhar. Desenhar me deixa preparada para começar o dia e enfrentar qualquer coisa, a ponta do lápis deslizando pelo papel me deixa calma e parece ser a única coisa que consigo controlar na vida. 

Meus pensamentos foram interrompidos depois de ouvir meus pais discutindo no andar debaixo, eu acho melhor dar uma olhada o que estava acontecendo. Desci as escadas sem fazer barulho até espiar atrás da parede que divide a sala de visitas e o corredor.

— Mas ela está crescendo Martha! Precisa saber a verdade.

— Se ela for, estaremos correndo grande perigo, eu também não aguento mais fugir de cidade em cidade, mas ela não pode ir.

— A garota não tem amigos! não tem vida! ela já tem 11 anos e fica trancada o dia todo no quarto e nem consegue se adaptar na escola porque já temos que fugir para outro lugar.

— Eu estou preocupada Peter — Minha mãe fala com a voz embargada.

— Depois do que aconteceu com Lillian e James… Eu não quero que aconteça o mesmo conosco! Foi um milagre Harry ter sobrevivido, pobre menino...

Minha mãe começa a chorar nos braços de meu pai, quem eram James, Lilian e Harry? o que aconteceu com eles? 

— Querida ela estará segura em Hogwarts, vai ter uma vida melhor e é a melhor coisa a se fazer, e Dumbledore está no comando, podemos pedir ajuda a ele para não precisarmos ficar fugindo enquanto Emma está estudando.

— Você está certo Peter, é o melhor a se fazer. 

Pera pera pera, eles estão querendo me botar em uma tal de “Hogwarts” sem me perguntar nada? Que absurdo! já basta eu ficar mudando de escola quase todo o mês, isso é ridículo! 

— Emma? — Meu pai pergunta um pouco preocupado. Fiquei tão furiosa e confusa tentando entender o que eles queriam dizer que esqueci que estava me escondendo.

—  Não precisam esconder mais nada,  já sei que vamos nos mudar de novo não é? Eles se entreolharam antes de tentar dar explicações. 

— Querida… Está na hora de conversarmos, acho melhor se sentar. Minha mãe disse apontando ao sofá. 

Mesmo depois de tirar a conclusão que aquilo era só mais uma conversa onde eles falam que iríamos nos mudar novamente, tive a sensação que eles estavam escondendo muitas coisas de mim. Me sentei no sofá na frente deles, esperando por alguma explicação, talvez eles falassem quem eram aquelas pessoas.

— Então filha, sei que tem várias perguntas sobre nossa família, e porque nos mudamos tanto, mas tem coisas que você só vai entender quando estiver mais velha, mas mesmo assim você está crescendo e está na hora de começar a entender algumas coisas.

Eu escutava atentamente meu pai, tentando entender o que ele quer dizer. Tenho tantas perguntas, quem é Harry e o que aconteceu com ele? por que essa tal de Hogwarts mudaria minha vida? De onde meus pais tinham tanto dinheiro se não sei exatamente o que faziam? Mas a grande questão é, estamos correndo perigo esse tempo todo?