Pensamentos desacertados

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No dia seguinte eu não sei como que eu consegui ficar com tanta raiva apenas no começo do dia, ao ver Harry e Rony perfeitamente bem na mesa da Grifinória, tomando seu café da manhã como se nada tivesse acontecido no dia anterior, não que eu não estava feliz por “nada” ter acontecido com eles depois de algo tão grave, mas tanto eu quanto Mione ficamos emburradas com os dois, tanto que ela raramente falava com eles quando cheguei, parecia ocupada demais com seu livro.

— Eu não acredito! — Reclamei sentando do lado de Rony e Harry. — Que tipo de criatura mística entrou no cérebro de vocês?! o que pensam que estavam fazendo?

— Podemos explicar eu juro Emy…quer dizer...  Emma — Ron estremeceu amedrontado.

— Por que vocês simplesmente não seguiram eu e Gina? Vocês estavam atrás de nós! 

— Nós seguimos. Corremos direto para a parede entre a plataforma 9 e 10, logo depois de vocês, mas quando corremos em direção a ela, batemos de cara na parede. — Harry explicou. — O portal se fechou bem na hora que tentamos atravessar.

— Como assim? Será que houve algum problema no portal? 

— Não sabemos. — Afirmou Rony. — Isso nunca aconteceu antes.

— Mas por que não mandaram uma coruja para Dumbledore? Ou McGonagall? Eles iriam te buscar. — Questionei desentendida.

— É… não pensamos nisso na hora. — Harry se justifica se defendendo da minha reação.

— Não pensaram… é claro que não pensaram... — Murmurei em um suspiro insatisfeito. — Já se perguntaram por que nunca foram nem pensados pelo chapéu em ir para a Corvinal? Se sim, se lembrem de ontem, e terão a resposta.

 — Respondi secamente, e ouvi Mione coçando a garganta, concordando com minhas palavras.

Antes de eu estar prestes a sair da mesa da Grifinória centenas de corujas começaram a entrar pelo Salão Principal, deixando seus pacotes para seus donos enquanto todos socializaram.

— Errol! — exclamou Rony, apanhando sua corujinha idosa, que já estava desmaiada, em cima da mesa, com as pernas para cima e um envelope vermelho e úmido no bico.
“Ah não" exclamou Rony.

— Você precisa aposentar essa pobre coruja Rony, isso simplesmente é cruel. — Falei encarando Errol, com a incerteza de que estava viva. 

— Tudo bem, ainda está vivo. — Falou Hermione, cutucando Errol devagarinho com a ponta dos dedos.

— Não é isso, é isto.
Rony apontou para o envelope vermelho vivo, e todos os Grifinórios à nossa volta olhavam para aquele envelope comum como se fosse um tipo de bomba nuclear.

— Que foi? — perguntou Harry.

— Ela...ela me mandou um “berrador” — disse Rony baixinho.

— É melhor abrir Rony — Neville disse baixinho. — Minha vó um dia me mandou um e eu não dei atenção... — Neville engoliu seco. — Foi horrível.

Aquela carta vermelha parecia um grande evento, pois em pouco tempo outros alunos saíram de suas mesas para bisbilhotar por trás de Rony, inclusive Kate, que nunca perdia uma confusão em Hogwarts, e que estava com um grupo de alunos hippies aleatórios, que olhavam curiosos e animados para a abertura do envelope. Eu queria muito perguntar o que era um “berrador” mas eu tinha a sensação que iriamos descobrir em apenas… um momento.

Rony estendeu a mão trêmula para apanhar o envelope do bico de sua coruja Errol, e abriu-o, Neville colocou as mãos nos ouvidos, parecia mesmo que aquilo estava prestes a explodir, um estrondo sacudiu o Salão Principal, fazendo poeira cair dos cantos das paredes. 

A Herdeira Perdida [Em Andamento]Where stories live. Discover now