Bogum

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Pov's Autora

Em uma das casas do tão conhecido bairro, estava o tão conhecido pastor que no momento estava sentado na cadeira, apoiando suas mãos sobre a mesa da cozinha enquanto bebericava uma xícara de café, algo que já era um costume seu.

— Aquelas vadias.. – Rosnou irritado — Quem elas pensam que são? – Deu uma risada irônica — Pensam que podem tirar Irene de mim, huh? – Falava como se estivesse conversando com alguém, apertando a xícara em suas mãos.

— TaeYeon..Aquela merdinha. – Falou entre dentes — Ela não tinha direito algum de voltar!! – Gritou de repente jogando o objeto de porcelana na parede à sua frente fazendo com que cacos cortantes fossem ao chão — Ela é minha filha!!Eu que criei aquela garota até quando a idiota da Tiffany me traiu!! – Bateu suas mãos na mesa, ameaçando jogá-la.

— Eu criei aquela garota.. – Sussurrou — Eu cuidei dela por todos esses anos para ser uma mulher culta e correta..E o que ela faz!? – Deu uma risada histérica, logo dando lugar à uma feição irritada — Virou a porra de uma doente, depois de tudo o que eu ensinei!! – Gritou segurando a cadeira em que sentava em suas mãos jogando-a em direção à parede causando um estrondo enorme.

— Por culpa da Kang.. – Falou o nome da garota com desgosto — Aquela desgraçada tirou minha filha de mim..E a levou para um mal caminho. – Rosnou dando um soco contra a parede — Ela vai pagar..Nem que seja com a própria vida. – Deu um sorriso fraco.

— Eu vou matar aquela garota.. – Murmurou e logo direcionou seu olhar para a porta quando ouviu a mesma ser arrombada.

— Senhor?Está tudo bem? – Bogum perguntou preocupado — Achei ter ouvido alguma coisa.. – Parou de falar ao ver o estado em que se encontrava a sua cozinha, com a cadeira jogada e a xícara quebrada.

— Eu estou bem, Bogum. – Deu um sorriso para o homem que agora se encontrava estático.

— O que aconteceu? – Perguntou.

— Nada, não é nada. – Se aproximou do mesmo, que agora piscava diversas vezes encarando o Bae completamente assustado.

— O-Onde estão Irene e a Senhora Bae? – Perguntou engolindo em seco.

— Ah..As duas?Elas me deixaram.. – Deu uma risada assustadora — Sabia disso, Bogum?Elas me abandonaram aqui para sabe o quê?Para virarem doentes.. – Falou em um sussurro e o Park apenas o encarou confuso.

— Eu não entendi..como assim para virarem doentes? – Perguntou curioso.

— As mulheres que eu tanto cuidei, fazem parte desses doentes que gostam de pessoas do mesmo gênero. – Rosnou apertando seus punhos.

— Espera, Irene é lésbica!? – Bogum perguntou espantado, começando a entender o porquê da mesma ser tão próxima de Seulgi.

— Não!!Eu não vou permitir isso!! – Gritou de repente assustando o Park que recuou um passo — Eu e você.. – Deu um sorriso fraco — Nós podemos mudar isso, Bogum..Você sempre gostou de Irene, não? – Perguntou dando um sorriso amedrontador.

— A-Ah, sim..Mas- – Antes que ele pudesse ir contra ao que lhe foi dito o mais velho segurou em seu ombro.

— Você pode tê-la como noiva se me ajudar. – Falou em desespero, mas aquilo apenas deixou Bogum ainda mais hesitante para aceitar — Me ajude, Bogum..Nós podemos tirar essa doença que há nela, e em minha esposa.

— Mas, por quê o senhor quer isso? – Perguntou incrédulo, não queria de forma alguma aceitar a proposta.

— O que elas tem é passageiro, Bogum.Tenho completa certeza disso, mas eu quero sua ajuda para que possamos tirar isso delas o mais rápido possível. – Deu um sorriso fraco.

— S-Senhor Bae, eu..não posso aceitar. – Falou hesitante.

Ele gostava muito de Irene desde o dia em que pôs seus olhos sobre a garota, mas não era contra relacionamentos entre duas pessoas do mesmo gênero e pelo que via as duas pareciam se gostar de verdade.

Então, apenas retirou a mão do Bae de seu ombro e respirou fundo antes de começar a falar.

— Eu posso até ter ficado um pouco triste por Irene já ser comprometida, Senhor. – Começou, e apenas com a palavra "comprometida" o Bae já bufava irritado — Mas contanto que ela continue feliz, eu não serei contra seu relacionamento com Seulgi..Isso é que é amor, você querer o bem da pessoa..Eu entendo sua irritação, mas ela é sua filha e o senhor devia estar feliz por ela, e não querer separá-la de quem a faz tão bem.. – Respirou fundo, tentando não surtar com o rosto sombrio do mais velho que agora o olhava com fúria — Eu sempre vejo as duas juntas e..eu sinto a felicidade delas de longe, então por quê o senhor não pode também? – Indagou.

— Porque isso é errado. – Rosnou — Um pecado..E eu estou profundamente decepcionado por você pensar assim, Bogum.Pensei que você fosse melhor do que isso. – Cruzou os braços.

— Não, Senhor. – Falou agora um pouco mais confiante — Achei que como um pastor o senhor deveria saber que explicitamente está escrito na Bíblia que devemos amar uns aos outros..E pelo que vejo você não está seguindo as palavras que tanto prega em sua igreja.

— Escute aqui, Bogum.Achei que você fosse um homem bom, que seria o certo para minha filha, mas você é só mais um desses que apoiam essa doença que chamam de amor. – Rosnou com desgosto.

— Com todo o respeito, Senhor.Não é você quem decide quem é o melhor para sua filha, eu posso sim ter tentado diversas vezes conquistá-la, mas parece que Seulgi foi a pessoa que ela escolheu para amar,e eu respeito isso, porque o relacionamento entre pessoas do mesmo gênero não tem diferença alguma entre pessoas de gêneros diferentes, o que elas compartilham entre si é o amor mais lindo e verdadeiro que eu já poderia ter visto.E se você não as aceita, então eu lamento informar que você está aos poucos perdendo o tanto de pessoas que estavam ao seu lado, incluindo à mim. – Rosnou.

— Vai se arrepender disso, Park. – Rosnou.

— O senhor também vai. – Retrucou — Se quiser eu mesmo digo à todos que o senhor é preconceituoso até mesmo com sua própria família, aposto que gostariam muito de saber isso, não acha? – Deu um sorriso irônico.

— Você está apoiando um bando de doentes!!Será que não entende!?

— Isso não é uma doença!Pare de dizer essas coisas idiotas, sua filha é uma pessoa normal e apenas se apaixonou por alguém do mesmo gênero, qual o problema que você tanto vê!? – Gritou profundamente irritado.

— Elas nem sequer podem reproduzir.. – Tentou se justificar.

— E o que isso tem a ver? – Perguntou.

— Você não me ouviu?Elas não podem ter filhos, como vocês aceitam uma coisa dessas!? – Gritou.

— Sabe, Senhor Bae..Elas podem não reproduzir por serem do mesmo gênero. – Falou afiado — Mas podem adotar o que pessoas de gêneros diferentes jogaram fora. – E apenas com aquela frase, o Senhor Bae já não havia mais argumentos — Aliás, uma criança não é lá um dos piores problemas.Elas merecem ser felizes, então as deixe e pare de tentar achar coisas que no fim só são problemas em sua cabeça. – Rosnou.

— Uh..

— É melhor não dizer nada, eu espero que o senhor melhore porque agora eu estou profundamente decepcionado com você. – Falou antes de sair da casa deixando o mais velho estático.














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