O que foi isso?

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Pov's Irene

Junto de Seulgi,andava na calçada já com uma sacola na mão enquanto olhava para os lados preocupada.

Aquela maldita sensação não me abandonava,eu sabia que estava em perigo.Aquele atendente da loja definitivamente não era alguém que eu poderia confiar,pelo menos não quando tal assunto envolvesse meu pai.

Eu sentia medo.Medo de vê-lo,medo do que ele poderia fazer comigo.

E principalmente,o que ele poderia fazer com Seulgi.

— Você está tensa.. – Ouvi ela murmurar.

— Um pouco,talvez. – Concordei e respirei fundo.

— Eu sinto muito.. – Falou baixo e eu a encarei de relance — Talvez eu deveria ter vindo só,e você não precisaria ouvir sobre..ele. – Suspirou e direcionou seu olhar para o chão entristecida.

— Não precisa se desculpar.Não tínhamos como saber o que aconteceria de qualquer forma. – Olhei ao redor outra vez,engolindo em seco nervosamente.

— As vezes sinto como se eu só fizesse escolhas ruins. – Deu uma risada sem humor e então eu a encarei interessada e completamente confusa.

— Por quê acha isso? – Perguntei.

— Hm..Por nada,eu..deixa pra lá. – Falou e respirou fundo.

— É normal cometer erros,Seulgi. – Falei baixo — Sinceramente,ninguém é perfeito.Não existe quem faça sempre escolhas boas,errar é algo humano.Se você pensa que o que fez hoje foi errado,saiba que de certa forma me deixou feliz. – Dei um sorriso fraco — E por mais que o que planejávamos para hoje não tenha saído como nos conformes,tente pensar apenas nas partes positivas,sim?

— Sim,você está certa. – Sorriu.

— Agora,apenas vamos para casa. – Falei e segurei seu braço,finalmente mantendo a calma andando ao lado da mais nova.

Porém,aquela calmaria não durou muito.

— Olha só quem eu achei aqui.. – Arregalei meus olhos ao ouvir aquela voz grave e assustadora pelas minhas costas.

Eu e Seulgi nos viramos em uma velocidade absurda vendo o mais velho dando um sorriso ladino,completamente falso enquanto alternava o olhar entre nós duas.

— P-Pai.. – Falei baixo,entrando em pânico.

— Irene. – Falou curto e grosso me encarando com uma carranca no rosto — Eu falei para não sair quando estivesse doente,querida. – Disse,entrando em uma atuação enquanto eu o encarava incrédulo.

Maldito atendente!

— Me deixe em paz. – Falei enquanto lentamente andava para trás,ainda segurando Seulgi tentando trazê-la comigo, mas ela mal se movia.

— Por quê?Eu sou seu pai,me preocupo com você e com a sua segurança..Ainda mais que você está com imunidade baixa,pode muito bem pegar certos tipos de doença. – Em sua última palavra direcionou seu olhar para a mais nova,e isso deixou ainda mais claro o que ele queria dizer com "doença".

Isso havia me irritado,demais.

— Bom,seja lá qual for a "doença" que você está se referindo,eu com toda a certeza já devo ter pego. – Falei afiada,e ele me encarou sério.

— O que disse? – Perguntou alto o suficiente para chamar a atenção das demais pessoas que andavam pela calçada.

— Isso mesmo que você ouviu.Agora,se me dá licença eu vou voltar para casa. – Falei tal frase para não refletir outro tipo de imagem para as pessoas que já olhavam a cena descaradamente.

Virei ás costas para ele que ficou paralisado no meio das pessoas,ainda sentia seu olhar sobre mim.Mas agora a única coisa que eu sentia era raiva,e não mais medo.

— O que foi isso? – Seulgi perguntou,parecendo assustada.

— Ele pode falar o que quiser de mim,mas sobre outras pessoas eu com certeza vou revidar na mesma moeda. – Rosnei e ela entre abriu a boca parecendo querer falar algo,mas apenas se manteve em silêncio e deu um sorriso fraco.

(...)

— Chegamos. – Seulgi falou ao abrir a porta,logo alguém pulou em cima dela me deixando assustada.

— Yay,minhas sapatonas voltaram!O que trouxeram?É comida?pra mim? – Disparou Jisoo.

— É..um celular,Jisoo. – Falei dando um sorriso fraco.

— Gente,tá muito rica você não é,dona Kang Seulgi da Silva Carvalho Pinto? – Perguntou cruzando os braços.

— Nem vem com essa,eu pedi do papai e da mamãe e eles me deram,simples assim. – Deu de ombros.

— Eu queria trocar meu celular,mas tenho preguiça de ir na loja..e de falar com o ser que vai me vender o celular..E de olhar na cara das pessoas. – Bufou — Bem,prefiro mofar no meu quarto.

— Se você me dissesse,eu teria trocado o seu,gênia. – Seulgi falou.

— Eu poderia,mas você me cobraria depois que eu sei. – Me olhou — Se tivesse uma irmã,saberia que nunca,jamais,em hipótese alguma deve confiar nela..Essas espécies são traiçoeiras. – Sussurrou em um tom assustador e eu apenas assenti,um pouco assustada.

— Não tenho irmã,então não sei a sensação. – Dei um sorriso fraco.

— Bom pra você,pitica. – Apertou minha bochecha e então suspirou como se acabasse de se lembrar de algo — Eu tenho que ir na casa da minha amiga hoje. – Nos encarou com os olhos arregalados.

— E..? – Seulgi Indagou confusa.

— Que horas são pelo amor da minha mamãezinha querida? – Perguntou desesperada.

— Uh..É dez pras uma. – Seulgi falou olhando em seu celular.

— FALA DE UM JEITO QUE EU ENTENDA! – Gritou.

— Doze e cinquenta,escandalosa. – Reclamou tampando suas orelhas.

— Puta merda,eu só tenho dez minutos! – Falou e saiu correndo para o quarto enquanto eu encarava a cena com um enorme ponto de interrogação sobre minha cabeça.

— O que foi isso? – Perguntei para a mais nova.

— Eu sinto que se eu entender..Nunca mais vou conseguir pensar normalmente. – Falou e segurou minha mão,me levando até o sofá — Hm..Você gostou do celular? – Perguntou envergonhada.

— Sim.Obrigada. – Falei e coloquei a sacola ao meu lado do estofado me inclinando em direção à ela.

Coloquei uma das minhas mãos em seu rosto,fechei meus olhos porém assim que ia me aproximar mais uma luz repentina atingiu meu rosto e eu arregalei meus olhos.

Olhei para o lado de onde a luz veio e vi uma Jisoo com um sorriso gigante no rosto segurando seu celular apontando em nossa direção,já com outra roupa.

— Meu casal é real mundo!! – Se pôs de joelhos,enquanto eu e Seulgi a encarávamos incrédulas — Eu só ia sair,mas aí eu vejo essa cena super fofa e não consegui segurar meus dedos!!Meu Deus eu preciso colocar essa foto como fundo do meu celular!! – Se pôs de pé outra vez e saiu da casa saltitando.

Virei meu olhar para Seulgi,que fez o mesmo me encarando atônita.

— O que foi isso? – Perguntamos juntas uma para a outra.

(N/A:Meus gritos enaltecendo esse casal maravilindo.)





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