30 - The night of the nights

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Ruel já havia dançado com algumas damas presentes - além de Elizabeth - e mesmo assim estava morto. Mal se lembrava de ao menos dois rostos femininos com que passou nas últimas horas. Estava exausto. Precisava ir embora, mas tomaria algo antes. Seu corpo desidratado pelo cansaço ansiava por algum líquido. O que mais desejava naquele momento era seu quarto, e em específico sua cama.

Como pessoas conseguiam encontrar alguém com quem casar em um baile?

Era exaustivo demais.

- Sua Graça? - alguém o chama com uma voz estranhamente arrastada enquanto chegava perto do balcão do bar.

Ruel se vira na direção da voz. Nunca vira o homem à sua frente, mas sentia a leve impressão de conhecê-lo.

- Já aproveitou bastante a noite? - o estranho perguntou com a voz enbargada e os olhos abrindo e fechando lentamente enquanto pedia um copo de bebida ao servente do bar. Este foi o momento em que Ruel percebeu que o homem estava claramente alterado.

- Eu não sei, mas o senhor aparentemente sim. - o servente chega com as bebidas, mas quando o homem estica o braço para pegá-las, Ruel interrompe, segurando seu braço - Não acha que já teve o suficiente por hoje?

- Está querendo mandar em quanto bebo? Aja como um homem, Sua Graça! - ele então puxa o braço da mão de Ruel e vira o copo na boca fazendo uma careta logo depois.

Ruel percebe que seria melhor se afastar, estava começando a se irritar com aquele indivíduo. E além do mais, não havia o que fazer com ele. Para seu próprio bem, Ruel desencosta da bancada do bar e resolve partir sem bebida alguma. Que morresse de sede, não estava a fim de aturar um bêbado por um copo de limonada.

- Com licença, senhor. Mas preciso partir.

- Espere! - o homem agarra agarra a manga de seu craque e puxa com força, fazendo-o perder o equilíbrio e tombar para o lado. Ruel sentiu um corpo bater contra o dele - além de um grito feminino como bônus.

Quando fica totalmente de pé e ereto novamente, ele se vira e acaba encarando os escuros olhos de Clarissa Williams.

Além de Taylor Bassett em pé à seu lado.

Oh não.

- Sr. Bassett, Srta. Williams, me desculpem. Aquele senhor... - Ruel se vira para mostrar, mas o homem já havia sumido de vista - Esqueçam. Me perdoem, estava de partida.

Assim que Ruel começou a se inclinar em um sinal de despedida, Taylor o interrompeu:

- Espere. Está tudo bem. - o jovem duque encara Taylor - Aliás, Ruel, já dançou com a Srta. Williams esta noite? Não tinha o visto antes, aliás. Não poderia perder a oportunidade de vê-los juntos mais uma vez e crescidos.

Oh não. Oh não. Oh não.

Ruel fica nervoso e seus olhos correm de Clarissa para Taylor e de Taylor para Clarissa.

O que ele menos queria aquela noite, que ótimo! Dançar com a jovem que estava, justamente, tentando esquecer há dias. Belíssima ideia, Sr. Bassett.

- Bem, para falar a verdade não, mas já dancei com muitas damas presentes. Acredite, estou tão cansado que seria capaz de pisar no pé da Srta. Williams por desatenção incontáveis vezes - Ruel tenta esquivar fingindo uma risada.

Mas é em vão.

- Creio que Clarissa não se importará, não é? - o homem pergunta.

Só então que Ruel olha para a jovem. Olha de verdade. Seu rosto estava estranhamente anormal. A expressão era uma mistura de desespero, raiva e cansaço. Ela definitivamente estava pior do que ele. Talvez explicasse seu silêncio ali por todo esse tempo. Nunca viu Clarissa deixar alguém dizer três palavras sem interrompê-la antes.

Through the time • RuelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora