1 - Younger

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"You and me were so, so close"

1790 - Inglaterra

-...oito...nove...dez! Estou indo!

Clarissa começa a caminhar em direção ao jardim enorme em frente à sua casa - também enorme. Ruel, seu amigo, sempre se escondia no mesmo lugar, - atrás do vaso de plantas branco no final do corredor florido - mas ele nunca havia percebido e não seria ela que o avisaria. Nunca ousaria perder o título de maior vencedora no pique-esconde.

A jovem menina andava lentamente, sem provocar nenhum barulho no chão, até que...

- TE ACHEI!

A garota saiu correndo a tempo de bater na árvore referencial da brincadeira antes de Ruel.

- Que droga! Você sempre ganha de mim. - Ruel estava ofegante da corrida, parecia que iria cair duro no chão a qualquer momento.

- Agora me ajude a achar Joshua.

- E porque eu faria isso?

- Porque é a regra que eu criei. Quem for encontrado e perder, terá que ajudar na procura dos outros.

- Isso não é justo.

- É sim.

- Você é chata.

- Você também. Agora vamos.

As duas crianças andam pelo lugar, Joshua sempre sabia como se esconder bem, Clarissa não havia contado, mas chamou Ruel pois sabia que não conseguiria encontrar ele sozinha.

- Clary - Ruel chama alguns minutos depois, quase sussurrando. Ele joga o queixo para frente indicando o lugar que Joshua estava escondido. Clarissa anda devagar até ver o pé do jovenzinho atrás de uma árvore.

- Oi Joshua! - e então sai correndo.

Essa era a relação dos três. Um trio inseparável de crianças, brincando a todo tempo, se ajudando, brigando, e rindo no final do dia. O mundo poderia estar desmoronando, mas quando estavam juntos venciam piratas, saudavam o rei, se casavam e tudo estava bem.

Se casavam...

Sempre que iriam brincar de casamento, Joshua fazia o papel de pai da noiva e Ruel era o jovem que esticava a mão para a donzela pegar no altar. O que chamava a atenção dos moradores da cidade. Todos percebiam a relação mais próxima e protetiva de Ruel e Clarissa. Quando outras crianças implicavam com a menina, era ele quem a protegia, quando precisava de ajuda, era ele quem ia correndo dar-lhe a mão. E de tanto se comportarem feito um casal de jovens apaixonados, a sociedade passou a ter a certeza de que quando crescessem, essa brincadeira se tornaria verdade e ambos passariam a portar uma aliança em seus dedos.

A única coisa que essa mesma sociedade não poderia prever, era o que aconteceria com a mãe de Ruel na noite daquele dia.

xxx

Após um dia inteiro de brincadeiras, um dos empregados da família de Ruel, Anthony, foi buscá-lo mais cedo.

- Aaah, mas logo agora que estávamos prestes a acabar com os piratas?

Through the time • RuelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora