13 - Someone you loved

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— Sim.

As palavras de Joshua soaram como um sussurro. Mesmo receoso da reação do velho amigo com a recém novidade, ele ainda o encarava nos olhos. Seria tudo, menos covarde, não devia nada a ninguém, somente à Clarissa e seu coração.

Há dois meses, Joshua a pediu em casamento no salão da casa dos Williams após darem um passeio à cavalo e ele então perceber que o maior erro de sua vida fora ainda não levá-la ao altar. E ninguém, nem mesmo Ruel, seria capaz de fazê-lo se arrepender desse dia.

Joshua ficou apenas encarando Ruel até que ele respondesse algo, mas o jovem à sua frente estava atônito demais para fazer alguma coisa além de se virar em direção à mesa e apoiar-se com as mãos, como se fosse cair a qualquer momento. Portanto, ele resolve se pronunciar.

— Olhe Ruel... — Joshua se aproxima e põe a mão no ombro do amigo, mas logo Ruel puxa o braço o impedindo de se aproximar.

— Não ouse...encostar em mim.

Sua voz era firme e extremamente fria. Joshua não chegou a conhecer esse Ruel, e no fundo, esperava nunca mais ouvi-lo falando dessa maneira com ele.

— Ruel, deixe-me explicar, por favor.

— Explicar o que? — ele explode com a voz carregada de mágoa — Pensei que era meu melhor amigo, Josh! Mas quando viro as costas você...rouba a mulher que amo?

— Eu não roubei nada de ninguém!

— Vocês estão noivos!

— Porque eu a amo! — um silêncio doloroso paira no ar — Porque quando ela estava sozinha, fingindo estar bem frente à todos, mas chorando por sua perda, eu estava lá! Quando doía, eu estava lá! Nós estávamos nessa juntos, e então nos apaixonamos. Você sabe muito bem que não mandamos em nosso coração. Então se quer saber, não Ruel, eu não me arrependo.

Se já estava com raiva, agora Ruel ficara furioso. Como ousava acusá-lo de deixar Clarissa sozinha quando ela mais precisava se ele não tinha escolha? Não aguentava mais olhar para o rosto de Joshua sem querer esmagá-lo, portanto foi isso o que fez em seguida.

O punho de Ruel acertou sua cara em cheio jogando-o para o lado. Caído no chão, é puxado pela gola de sua roupa e então jogado contra a parede.

— Como ousa me acusar de deixá-la sozinha?

— Nunca...disse isso. — Joshua estava com o nariz sangrando.

— Não seja covarde.

— Do que está falando? Pensamos que você estava morto.

Como eu poderia estar morto? Deixei de mandar apenas uma carta até... — Ruel prefere não ir nessa direção — Como se conclui que alguém está morto somente em alguns meses?

— Meses? Ruel, ficamos sem notícias suas por anos.

— Pare de mentir! — ele grita puxando e jogando Joshua contra a parede novamente.

— Não estou mentindo! Pergunte à Clarissa. Todos em Londres acreditam que está morto.

— Clarissa respondeu à todas as minhas cartas, tenho convicção do que falo.

— Que cartas? Ela ficou anos esperando por alguma notícia sua.

— Então eu estava tendo alucinações?

— Pare de pôr palavras em minha boca! Sabe que não faria isso com você, eu o respeito muito. Não estou mentindo, pergunte-a pessoalmente se quiser, ela está no salão. Aliás, não lhe devo nenhuma satisfação de nossas vidas, você que deve. Se não estava morto, o que estava fazendo?

Through the time • RuelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora