CAPÍTULO 9

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Alice Narrando

Escutei alguém tossir bem alto, era o homem. Ele havia acordado. Sua cabeça se moveu e seu rosto virou para o meu lado.

Não queria acreditar no que vi mas, aquele homem estava sem seus olhos. Duas manchas de sangue estavam marcando como lágrimas nos dois lados dos olhos.

Minha vontade era de gritar e sair correndo sem rumo e sem direção, sem me importar se sobreviveria ou não.

Mas, meu controle e meu desejo de sobrevivência falou mais alto, permaneci calada, comecei a andar abaixada  até o homem. No intuito de roubar alguma informação.

- Ei, meu senhor ? Desculpa estar te atrapalhando é que eu queria saber como eu saio daqui ? - Cochichei próximo a ele e percebi que não falei da maneira correta.

- Tem alguém aí ? Por favor não corra, eu não irei fazer um escândalo. Seja lá quem for só peço que tenha cuidado, eu serei o próximo. Ele está vindo, escuto suas enormes patas tocarem no chão com suas garras afiadas. Moça ? você ainda está aí ? - Ele parecia calmo, olhei para os lados e vi ossos humanos, cheguei a conclusão que na última vez que alguém chegou aqui em silêncio ele fez um barulho que resultou na morte daquele homem ou mulher. Suas palavras mesmo saindo devagar não consegui entender o que ele estava querendo dizer.

- A criatura, cuja cor é reluzente, arrancou meus olhos. Ela tem dois uivos. Um de hipnose e outro que geralmente usa para chamar alguém. Você está me entendendo ? Eu sei que ainda está aí pensativa que se me deixa aqui ou se leva um cego com você. A criatura é fêmea, ela se alimenta de olhos humanos para assim cuidar da sua cria. - Ele agora parecia estar nervoso, seu tom de voz se agravou um pouco me trazendo a sensação de que já não era mais seguro ficar ali.

- Ela está cuidando de um filhote ? Aqui ? Mas, que animal é esse ? - Essas perguntas não acharam espaço em meu cérebro então saíram.

- Está criatura vive aqui a anos. É a famosa mutação de Derick Barrow, um famoso cientista dos anos noventa que testou uma de suas teses de imortalidade em um animal, um gato sphynx. O nome desse cientista ainda passa pela boca de alguns ambiciosos.

- Ambisiosos ? - Perguntei enquanto essa palavra rodopiava por cada canto do meu cérebro me fazendo lembrar do dia em que o Nicolas murmurou algo semelhante à isso, enquanto estávamos no intervalo para almoço do cursinho de geografia, sim, nós quatro decidimos ser arquitetos juntos. Mais no final das contas o Edward virou enfermeiro, eu bióloga, a Amanda segue sua vida sempre do jeito que pode, não com os estudos " ela sempre diz que isso é para aprendiz ela não é uma aprendiz e sim, a dama de todos os roqueiros". e por último o Nicolas, apenas um aventureiro.

- Olha Edward, mesmo que não aprove, mais eu sei o que eu quero para meu futuro. E realmente não será desenhar casas para depois construir, amigo. Sei como conseguimos uma bolada de dinheiro. Já ouviu falar na teoria do talentoso Derick Barrow ? - Nicolas murmurou próximo a ele, enquanto rabiscava algo em seu caderno.

- Nunca ouvi falar ? É algum famoso da Austrália ? - Ed perguntou, enquanto anotava o que a moça de cabelos curtos e castanhos escrevia no quadro.

Eu, permanecia na cadeira de trás. Onde ouvia a conversa do Nícolas que estava sentado à minha frente. O Edward do seu lado.

- Não cara, você não está entendendo, o cara fez um experimento em um gato, e conseguiu bilhões após saber que o resultado do experimento deu em uma criatura acasular jóias.

- E o que você quer com isso ? - Edward largou a caneta e olhou em seus olhos, viu o desejo de ambição e desejou que a conversa termine ali mesmo.

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