Perdidos no Polo Sul

CAPÍTULO 4

Estava completamente perdida. Meus olhos estavam ardendo de cansaço desde quando os meninos chegaram com o Gregory.

Não sabia o que fazer agora, a única opção era esperar cada um deles terminar de ler a carta e logo depois opinar sobre o que vamos fazer dali por diante.

- Tem certeza de que quer fazer isso Alice ? - Jason perguntou me olhando dos pés a cabeça. Notando que em meus olhos havia cansaço, começamos a partir de sua pergunta trocar olhares no sentido de "conversar com os olhos" se é que essas são bem as palavras para descrever. Seu olhar se encontrou aos meus sua pupila veio a dilatar me trazendo uma sensação de conforto. Ele parecia me dizer algo com seus olhos. Como se eu precisava de "companhia" ele de certa forma parecia mostrar preocupação comigo.

- Tenho certeza, Jason. Não precisa se preocupar comigo, vou ficar bem! - Andei em direção a ele enquanto ele respirava paciente, em alguma parte do seu corpo pude sentir o cheiro de hortelã e alcaçuz, suspirei devagar e ele  percebeu. Me afastei  dele e dei apenas alguns tapinhas de leve em seu ombro que foi bem desenhado por Deus, aqueles antebraços me deixavam sem ar. Tive uma vontade repentina que parecia falar mais alto, querer agir sem minhas ordens. Estava a imaginar meu corpo se entrelaçando ao dele em algum ambiente agradável, em um lugar que sempre quis ir, um lugar alto. Onde fica a reluzente boas vindas de Hollywood, muito clichê não é mesmo ?

Ainda vou descobrir de onde vem esse cheiro de hortelã e alcaçuz.

Apaguei esses pensamentos que me deixavam excitada só de olhar para seus lábios.

Não posso, Jason é só um amigo de longa data. Não fomos feitos para ficar juntos. Apenas amigos.

Larguei meus pensamentos exagerados e ouvi Edward sussurrar com Jason algo que meus ouvidos não foram capazes de captar.

- Alice, você precisa ter cuidado. Seja lá o que for que atormentou esse rapaz da carta. - Ed permaneceu em silêncio de cabeça cabisbaixa com a carta erguida em sua mão direita completou:

- O Jason vai com você ! - Não ! - Interrompi alterando o tom de voz e  no mesmo instante começamos a discutir em poucos segundos.

- Não quero pôr ninguém em perigo, eu sou maior de idade posso muito bem me cuidar sozinha. E quando eu voltar quero explicações e motivos para este garoto está neste estado ! - Todos se calaram ao som rígido e ignorante da minha voz, estava se sentindo sufocada e mal humorada naquele momento.

Não quero que meus amigos se machuque por minha causa.

- Alice ? - Meus pés já tinham se movimentado, estava pondo o roupão mais uma vez e antes de ultrapassar a porta enferrujada alguém me chamou.

Era o Jason, eu não ficaria sem reconhecer sua voz, uma voz doce e calma porém baixa e delicada.

- Eu já falei, não quero ter que discutir com vocês novamente, me aguardem aqui. Vou pegar os equipamentos necessários com o médico que provavelmente está morto nesta caverna. - Exclamei diminuído o tom de arrogância, vendo que minha voz estava se acalmando ao decorrer do tempo.

- Hey? - 35 minutos - Edward me chamou e me entregou um cronômetro redondo e pequeno que marcava uma contagem regressiva de 35 minutos.

Conheço o mesmo como ninguém. Ele provavelmente calculou o tempo em que o garoto ainda teria de sobrevivência com o tempo que levaria para me chegar até a caverna que não saberia nem para que lado ficava.

- Tudo bem ! - Exclamei procurando oxigênio, sentia uma tontura lá no fundo acompanhada com um desconforto imenso. Pensei em olhar para os olhos de Jason mais uma vez para sentir novamente o desespero ir embora.

Más tentei evitar ao perceber disfarçadamente que ele já me olhava.

- Hey gata, deixa eu ir com você. Quero que fique segura, irei te proteger o quanto for necessário. - Ele segurou meu pulso firme antes de dar a partida, senti sua boca sussurrar próxima ao meu ouvido. Meus pelos se arrepiaram me trazendo uma segurança enorme.

Evitei olhar em seus olhos, estava a crer que se olhasse ele saberia que eu estava a torcer para que ele me acompanhe até esta estranha e desconhecida caverna.

- Não gato não preciso da sua proteção ! - Exclamei puxando meu pulso da sua mão grossa e úmida. Ele se assustou após me ver roubar seu próprio sutaque.

- Não dê uma de difícil, sei que você sente algo por mim. E irei lutar por esse sentimento, até não haver mais esperanças. - Já estava escalando um monte de neve quando escutei sua voz convencida gritar bem alto.

- Babaca - Exclamei sorridente comigo mesma enquanto subia neve acima.

Continua espero que tenham gostado da tensão no final kkk quem será esse aí ?