Prólogo Prt.2

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As vezes penso que a culpa seja minha, a culpa de fato é minha, 2 dias atrás estava atrás em um balcão atendendo os clientes do dono do bar.

Sempre tem que ter um nojento bar de motel que não valeria nem duas estrelas. Não tinha o que criticar foi a única estadia abaixo de quarenta dólares.

O velho gordo e arrogante me ocupará com o seu serviço, foi a única forma que ele encontrou para me pagar a dívida em que estava a dever aos 3 meses anteriores de hospedagem.

Estava a esfregar o chão de madeira clara, que estava encardido e nojento com maços de cigarros e bebidas derramadas por todo o lugar.

- Olha só, a adorável Alice que brigou muito para se livrar do coelho mais chapado de todos os tempos, estar a limpar o chão desse maldito bar por conta de uma dívida que poderia ser paga se não recusasse o gentil ato de solidariedade do seu melhor e aventureiro amigo, Edward ! - Um homem de botas largas e calças compridas acabou de entrar no bar.

Me levantei do chão largando o escovão ali mesmo, meus joelhos se estatalaram de dor por ficar mais de horas esfregando o chão.

Meus olhos admiravam o quarteto que estava ali a me encarar com um sorriso malicioso.

Edward o generoso rapaz de sorriso deslumbrante estava no meio, olhos castanhos escuros, cabelos negros ondulados e pele clara.

Do lado direito, Nicolas me analisou dos pés a cabeça com aquele sorriso que deixava suas bochechas bem gordinhas. Um homem quase velho de cabelos grisalhos, barba rala e olhos azuis escuros. Pele clara também, mas o que muda em sua pele é o facto de ser mais macia que um algodão.

Esse homem teimoso e imaginário vive sendo admirado por qualquer pessoa que lhe olhasse nos fundos de seus olhos.

De dia, seus olhos azuis escuros sendo encarados parecerá uma ilha deserta de mar fundo e perigoso.

A noite, um mar infinito de água escura em meio as estrelas radiantes que destacavam ao céu.

Do lado esquerdo, Amanda uma mulher batalhadora e misteriosa, olhos azuis claros e tragicamente viciada em cigarro. Seus cabelos são rosa, seu estilo é tipo punk. Algumas roupas discretas outras de cores reluzentes e chamativas. Em seu closet você só encontraria tênis de todos os tipos de cores. Verde bambu também se encontra.

Atrás do trio havia um garoto, ele estava escondido atrás do seu pai Nicolas, pude ouvir o barulho irritante de um mini game soar juntamente com os toques agressivos nos botões que estavam sendo torturados por aquele quase homem de 16 anos.

O garoto se chama Gregory, olhos azuis bem claros que são completamente diferente dos olhos azuis escuros de seu pai, provavelmente puxou os olhos da mãe que uma hora dessas está a curtir a vida com homens, bebidas, sexo e drogas.

Ele tem sardas, a única coisa que combina com seus olhos, que ficariam mais perfeitos e deslumbrantes se fossem verdes, seu cabelo grisalho tem como cor vermelho cor de sangue um ruivo diferente dos demais, um completo muleque rebelde e viciado em mini games que não é nada a cara do pai.

- O que vocês estão fazendo aqui ? estamos no início da semana, costumamos sair para beber à noite. E em fins de semana, estou errada ? - Minha voz saiu rouca e perdida, quase muda após ficar o dia inteiro calada esfregando o chão, sem ao menos colocar uma música que poderá até servir de animação para enfrentar o terrível e novo trabalho.

- Sim, mas, quando costumamos aparecer da forma mais repentina possível justamente em início de semana, com roupões bizarros, é porque algo de importante estará prestes a acontecer, correto ? - Nicolas falou estendendo as duas mãos mostrando que seus amigos estavam ali para iniciar mas uma aventura.

- Para onde vamos ? - Minha ridícula voz saiu em um tom de surpresa.

- Polo Sul - Nicolas falou com calma, apreciando um mapa que cobria a sua cara - não estamos preparados para tocar os pés na Antártida, o Polo Sul não é tão frio, você irá gostar da vista. - Nicolas explicou com paciência e com muita certeza de que o lugar é seguro e incrível após tirar suas conclusões pesquisando na web horas atrás.

- Não confie no Nícolas Alice, você sabe o quão ele é louco e teimoso, tudo de perigoso encanta e fascina sua mente imaginária, no Polo Sul só tem neve e neblina e leva uma temperatura em torno de 1° C ! - Amanda falou com ironia e um pouco de ânimo em sua voz.

- 1° C já é muito para seres humanos que vivem em Nova York, você não acha ? - Perguntei como se estivesse a resmungar para Nicolas que discordou no mesmo instante.

- Alice ?, você não iria querer ir para a Antártida que a temperatura de escalada está chegando a - 89.9° C queria ? - Nicolas resmungou, pareceu estar zangado e realmente estava zangado por algumas poucas palavras que chegaram a lhe ofender.

Todos nós rimos e sem demorar muito me troquei colocando uma roupa, blusa bege e calça jeans. Carregando nos braços um casaco que ganhei em uma aventura ao Canadá. Um conjunto de roupa simples como a de uma menina que estava prestes a ir para a freezer.

Todos nós saímos deixando o bar com o dono que acabara de reclamar após eu sair antes do serviço ser completo, pegamos um helicóptero particular do Ed.

Como todos os Edwards sempre há um que tenha o apelido como Ed e é assim que eu o chamo desde que não esteja irritada.

A lembrança se congelou me trazendo ao lugar onde estou agora, dentro de uma cabana velha de madeira, porta de ferro enferrujada, teias de aranha por todos os lados e eu, caída, desesperada e sem vida no chão.

O gelo me deixou sólida completamente empedrada, me deixando intacta, paralisada. Minhas mãos tremiam e meus olhos não se movimentam mais, sem esperanças, era o que estava a crer naquele momento.

Perdidos no Polo Sul Onde as histórias ganham vida. Descobre agora