Prólogo Prt.1

125 48 125
                                    

Acordei passando as mãos entre os olhos, pude perceber que ainda estava no mesmo lugar. Uma cabana velha de madeira escura, teias de aranhas por todos os lados do teto e um forte odor de madeira molhada que me fazia querer a adormecer mais uma vez.

Ainda estava sonolenta, algo me dizia que eu precisa chegar até a janela, como fazia todas as vezes em que acordava. Nova York tinha uma vista impressionante, mesmo que seja da janela de um velho apartamento de oito andares.

Olhei para os lados e já deveria saber que em um lugar como esse dentro do Polo Sul não haveria nenhuma janela.

Deitei mais uma vez no lugar mais estreito possível, me acazulando ainda tendo esperanças de que meu casaco simples servisse como um cobertor a esse imenso frio.

O gelo começou a me castigar já fazia alguns minutos, após perceber que no local em que estava não havia nenhum traje apropriado que poderia diminuir o frio que adentrava pela porta de ferro velha e enferrujada.

Meus lábios começaram a perder seus movimentos que minutos atrás se movia com meus dentes, como uma furadeira velha com defeito.

O segundo lugar mais gelado de todo o mundo tendo em primeiro lugar a Antártida, que não ficará muito longe daqui.

Pude sentir meu corpo gelar, minhas mãos começaram a tremer como os lábios e os dentes que agora perderam o movimento por conta do frio.

Estava se tornando uma manequim petrificada de gelo aos poucos.

A cabana era um espaço que estava ali apenas para visitantes e, eu era uma visitante, perdida e inocentemente tola.

Qualquer um em meu lugar se sentiria confiável e segura com
amigos aventureiros que já passou por aventuras perigosas.

Como no dia vinte e um de outubro que formos para o deserto do Saara.

E agora ? Estamos aqui, os outros  estão a procura do Gregory que se perdeu em meio a neblina reluzente que estava a cair.

As paredes da cabana eram desenhadas com detalhes como: corações e riscos que representavam dias. Nomes de pessoas e alguns rabiscos também estavam ali.

A única coisa que pensava após ver todo aquele espaço, era que outras pessoa já haviam passado por ali e por incrível que pareça não passaram pelo que estou a passar nesse exato momento.

Prometi a Jason que iria esperá-los aqui, Gregory ainda é uma criança, considero ele como, pelo seus 16 anos parecerem apenas 7, eu não sou muito de falar com ele, um garoto galego com sarnas que aparenta ter um 1,68 de altura.

Filho do Nicolas, nosso amigo e aventureiro mais velho de 49 anos, um homem um pouco longe de ser idoso, forte, e com uma imaginação clara, mas com uma teimosia incontrolável.

Meus lábios não conseguiram aquecee o frio, então ele os congelou sem piedade, comecei a gemer bem baixinho, não pude segurar nem evitar o que estava a sentir.

Não estou arrependida de estar aqui, não poderia nem sequer imaginar em deixar meus amigos se aventurar mais uma vez em um lugar diferente que sonho conhecer desde pequena.

Nossa amizade prevalece desde nossa infância, um quarteto no Polo Sul com um galego rebelde que não sabe largar seu mini game como se fosse uma criancinha ainda não amadurecida.

Nicolas errou em trazer o garoto, e errou novamente em decidir procurá-lo.

Certo que todos os pais se preocupam com seus filhos, mas ele poderia deixar que um de nós fosse a procura dele certo ?

Eles acabaram se preocupando demais por motivos certos. E que qualquer um diria o mesmo. O Gregory nunca fez uma expedição, ele mal conhece os cômodos de sua própria casa imagina ? Se ele conseguiria se encontrar aqui. E agora por esse mesmo motivo infelizmente todos foram a procura e me deixaram aqui, nesse estado.

Se essa história fosse ouvida por outra pessoa, de fato, me julgará por não trazer roupões que serviriam de refúgio e evitariam esse frio que agora, estava a congelar meu cérebro.

Perdidos no Polo Sul Onde as histórias ganham vida. Descobre agora