CAPÍTULO 5

25 14 0
                                    

Cenas fortes

Estava a escalar, meu roupão próprio para a ocasião estava coberto a neve que parecia aumentar a cada passo meu. Fato muito estranho.

A tarde já havia caído a tempos. O céu estava cinza enquanto flocos de neve caiam, o lugar era completamente um deserto, apenas neve e flocos que sempre sonhei pegá-los desde pequena. Mas essa não era o momento de admirar um floco de neve.

Não sabia para onde estava indo eo que mais me preocupava naquele momento era o tempo que estava a correr feito louco.

Desci ladeira abaixo, meus pés afundavam com o mesmo pela quantidade surreal, coisa não deveria acontecer. Dificultando minha caminhada. Os pequenos flocos estavam caindo, a vista era impressionante, incrível de se sentar ali mesmo e apreciar a vista com quem gostamos.

Uma neblina densa chegou, já bastava os flocos agora a neblina. Um vento aterrorizante espantava os floquinhos enquanto meus olhos tentavam procurar algum caminho, continuei a andar com dificuldade e me encontrei completamente apaixonada por uma aurora boreal de cor verde escuro reluzente a um claro. Um verdadeiro degradê, a famosa mistura de cores esverdeadas.

Como eu queria parar por alguns minutos e só desfrutar daquela beleza.

Vi toda a minha vida, e o quão ela estava virada de cabeça para baixo. Um completo desastre sem tempo.

Meus pensamentos estavam semeando uma sensação de inquietude e pressentimentos ruins.

Por que eu estou aqui ?

Nicolas nem se quer se ofereceu para ajudar ou querer ir em meu lugar para pedir ajuda, tudo anda muito estranho desde quando os rapazes saíram atrás do garoto que se perdeu na neve. E agora, ele está em uma cama velha e desconfortável com um profundo corte na barriga.

Estava continuando a andar pensando nesses fatores que estavam a castigar meu cérebro.

Quem andaria olhando para o chão ?

Eu estava fazendo isso nesse mesmo momento quando, ao levantar o rosto me deparei com uma caverna.

Será que é a mesma da carta ?

Pensei e logo tomei a decisão de prosseguir.

Era algo tão impressionante, uma caverna forrada a gelo azulado.

Meus pensamentos desapareceram um alívio veio a mim me fazendo acelerar o paço. Coloquei um sorriso no rosto e andei até ela sem pensar duas vezes, estava com um sentimento bom de "missão completa".

A entrada da caverna estava protegida, ossos humanos pareciam mandar eu parar ali mesmo. Como:
" Não dê mais nenhum passo à frente!". Aquela vista era de assustar qualquer um. Olhei em volta do lugar tudo normal, não aparentava ter nada de perigoso que me faça terminar como aqueles ossos caídos.

- Tem alguém aí ? - Gritei, e apenas ouvi meu eco. Parecia não ter ninguém.

Não estava a escutar ninguém nenhum ruído ou sinal de algum animal feroz.

Só agora pude perceber que estava desarmada. Coloquei as mãos nos bolsos do roupão, senti algo gelado tocar em meus dedos.

- Como não pude ver isso antes ? - Meu rosto se empalideceu, me lembrado das diversas vezes em que coloquei esse roupão e não coloquei as mãos nos bolsos dele.

Encontrei dentro do mesmo uma chave enferrujada, parecia estar bem velha. Seu material era bem resistente, tinha uma cor semelhante a ouro, um dourado escuro.

A chave tinha detalhes que me fez analisar por minutos, em uns dos  detalhes tinha dois rostos e uma espada separando-os. Círculos estavam envolta dos mesmos.

Não entendi o que aqueles detalhes significavam e provavelmente ficaria sem entender pelo facto dos símbolos serem enigmáticos.

Coloquei a chave gelada de volta ao bolso. Continuei a andar para dentro da caverna ainda se deparando com mais e mais ossos que apareciam durante a caminhada para dentro do mesmo, a quantidade parecia aumentar.

Agora, já não me importava mais se sobreviveria ou não.

Estava insegura, a cada passo meu para dentro o mesmo se tornava mais escuro, e a quantidade de ossos assustadora me aterrorizava.

Encontrei um caminho estreito, apenas isso além de ossos e rochas congeladas. Antes de passar pelo caminho pude ouvir uivos altos e pedregulhos gelados caírem à minha frente.

Gritei após ouvir aquele imenso uivo. Passei pelo caminho com pressa, percebi que não estava sozinha naquela caverna gelada.

A cada passo se aproximando do fim do caminho estreito o espaço ia se apertando mais ainda, comecei a despejar algumas lágrimas, estava em mente  que ficaria presa ali, mas, logo depois consegui atravessar e assim que atravessei voltei os olhos para o corredor.

Minha respiração permanecia acelerada a procura de fôlego.

Precisava de ar, um suor gelado escorria em minha testa. Meu estômago pesou e me senti presa, sem nenhuma saída ou nenhum outro caminho.

Aproximei o rosto do curto corredorzinho e Minhas pupilas dilatam ao se deparar com um monstro enorme de cor reluzente e deslumbrante. A criatura brilhava aos tons de cores violeta e azul marinho. Sua pele parecia ser tão macia, seus olhos ardiam em chamas, um vermelho escuro e espantoso, seus ouvidos eram antenas gigantes e cumpridas semelhante a cordas, seus dentes gigantescos pareciam ser muito afiados, uma gosma azulada saiu de sua boca. Suas quatro patas enormes estavam me atormentando ao me deparar com garras gigantescas que pareciam ser muito amoladas.

  Ele estava morrendo de fome e eu era sua próxima refeição

Ele uivava sem parar, parecia está me marcando. E esperando a hora certa para me atacar, mas eu não iria dar meu corpo por livre e espontânea vontade.

Ele não conseguia passar pelo corredor estreito, isso era bom.

A criatura desapareceu diante dos meus olhos, parecia estar correndo para algum lugar bem distante após seus uivos se derem por fim.

Coloquei a testa na parede de gelo sólido e azul. Ali comecei a pensar em alguma estratégia para mim sair dali e chegar até a cabana a tempo.

Virei as costas, coisa que era para mim ter feito desde quando atravessei o lugar estreito, mas o medo tinha falado mais alto.

Me vi verdadeiramente presa com um chão liso e azulado de gelo, o mesmo estava coberto a sangue. Parecia um mar vermelho e espantoso, amedrontador.

Coloquei a mão na boca para segurar o nervosismo e a vontade de gritar.

Ossos estavam espalhados por todo o lugar. Enquanto andava minhas pegadas atrás estavam sendo marcadas pelo sangue que parecia estar ali a pouco tempo.

Atravessei por uma outra entrada, desta vez ela era larga. Meu coração saltitava e minhas mãos começaram a tremer. Averiguei o espaço com meus olhos. O mar de sangue terminava ali mas ainda tinha rastos manchados formando um caminho.

Alguém tinha se arrastado no momento em que estava sangrando.

Estava andando e olhando para o chão esmagando minhas próprias mãos a cada passo. Levantei o rosto calmamente e encontrei um homem jovem sentado ali, que possivelmente permanecia desacordado por estar com a cabeça cabisbaixa.

- Hey ? O que está fazendo aqui ? - Minha voz trêmula soou com arrependimento de ter tocado os pés ali.

Perdidos no Polo Sul Onde as histórias ganham vida. Descobre agora