capítulo 2: Jogo do Amor

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O sinal tocou e a maioria dos alunos foram embora, só ficaram eu, Priscila, Violeta, Arthur, Paulo e Oliver. Nós nos aproximamos da professora antes de irmos, afinal, tínhamos uma questão que precisava ser respondida.

— Essa aula foi bem descontraída — começa Arthur apertando a alça da bolsa — Mas por que trocou o plano de aula? — pergunta com um olhar desconfiado.

Lá estávamos nós, enfrente a sua mesa, com nossas mochilas nas costas, esperando uma resposta, enquanto ela abria um lindo sorriso.

— A aula de hoje seria sobre um plano de vida com alguém que vocês iriam amar no futuro — ela começa — Mas antes de amar alguém que provavelmente vai permanecer por perto pelo resto de nossas vidas ou parte dela, temos que aprender a amar o próximo, a sermos atenciosos e sensíveis com os sentimentos seja lá de quem for — Continua e eu olho de relance para Arthur, que também me olhou envergonhado — Mesmo com todas as diferenças, mesmo se não nos conhecemos, sabemos que somos seres humanos, e temos tristezas — Diz, suspirando pesado — e raiva, e por isso lhes trouxe um jogo assim, para mostrarem o quanto se importam com os sentimentos dos outros — termina a explicação.

Quer saber? Essa professora é demais!

Depois dessa explicação, nós saímos da sala em silêncio, eu e Violeta fomos direto para minha casa, enquanto Priscila foi resolver alguns problemas. Eu geralmente nunca sei quais são esses problemas, ela não entre em muitos detalhes.

— Amiga, posso te fazer uma pergunta? — Diz Violeta, se jogando em minha cama.

— Você já fez, mas pode — Digo com um sorriso simples, guardando minha mochila.

— Sentiu medo da Leila hoje? — Pergunta curiosa, se arrumando na cama.

— Não, quero dizer, não muito, afinal, ela foi rude, mas não tem com o que se preocupar — Respondo me deitando ao lado dela.

A gente estava lá, deitadas uma do lado da outra, olhando para o meu teto que tem varias borboletas grudadas. Lembro-me até hoje de quando eramos pequenas e colamos aquelas borboletas no meu teto só para olharmos deitadas.

— Tem certeza? — Pergunta em tom desconfiado — Tem certeza que ela não precisa se preocupar sobre você e Arthur?

— Claro que tenho, ele só me emprestou o casaco porque, provavelmente, quis dar uma de cavalheiro e eu só aceitei porque minha mãe me pediu — Digo, pela milésima vez — E eu não sei porque todo esse drama, é só um casaco — Cruzo meus braços, bufando, fazendo uma mecha do meu cabelo voar.

— É... Tenho que concordar, é só um casaco — Sorri, com um leve suspiro.

Ficamos em silêncio por míseros segundos, ali, olhando as borboletas e relembrando as nossas palhaçadas naquele meu pequeno quarto.

— Você tem alguma ideia do que ele iria te dizer no jogo? — Pergunta Violeta, se sentando na cama.

— Não — digo sorrindo, me sentando também — por que tantas perguntas sobre ele? Tá interessada, Violeta? — pergunto desconfiada, rindo da cara de espanto de minha amiga.

— Tá maluca? Claro que não — responde nervosa e irritada — Só estou perguntando porque fiquei curiosa.

Novamente nos deitamos, conversamos sobre o dia e escutamos várias músicas, depois fomos ao mercado para comprar algumas coisas que minha mãe queria, o dia estava sendo normal de novo.

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