Soulmate

Está além do sangue

Oslaaaa!! Vim aqui trazer a atualização depois de muita luta para escrever. Esse cap possui conteúdo sensível, menção de suicídio e tortura, então para quem se sente desconfortável com esse tipo de assunto, recomendo que leia essa atualização pelo spirit, pois lá estará tudo censurado. Meu user é o mesmo.
Ademais, espero que gostem e boa leitura.

Inspirado em In My Blood do Shawn Mendes.

∆

É como se as paredes estivessem desmoronando

Às vezes sinto vontade de desistir

Mas eu não posso

Não está no meu sangue

Deitado no chão do banheiro

Sem sentir nada

Me sinto sobrecarregado e inseguro

Me dê algo

Que eu possa tomar para aliviar minha mente aos poucos

 

Astacia, quatro anos antes...

 

O barulho da costura perante o tecido preenchia o cômodo conforme os pés trabalhavam para alimentar o frenesi da máquina. O olhar era concentrado e atencioso em cada ponto dado e meramente milimetrado. Fixava-se unicamente naquele trabalho enquanto seus ouvidos eram azaradamente presenteados com a voz já muito bem conhecida por si do outro lado da porta.

Suspirou, limpando o suor na lateral do rosto e voltando a se dedicar nas peças sobre a cama. Seu olhar cansado caiu sobre elas com pesar, trazendo uma sensação de alívio ao mesmo tempo que preocupação.

— Senhor Choi? — A voz baixa da criada lhe chamou atenção, lhe levando a olhar em direção a porta e encarar a mulher franzina.

— O que foi? 

— Seu pai está lhe chamando. O filho alfa do Rei de Soleil acaba de chegar. 

Youngjae suspirou, fechando os olhos e engolindo seco à medida que recordava-se qual era sua função quando hóspedes de seu pai e negociantes chegavam em Astacia. 

Sentiu o estômago embrulhar em ânsia, mas respirou fundo, acenando a outra e avisando que desceria em breve. Levantou-se da cadeira, procurando por bons trajes enquanto sentia o corpo doer.

Vestia-se enquanto buscava controlar o choro que os olhos marejados já denunciavam vir. Odiava com todas suas forças ser um ômega e a maior prova daquilo estava nas marcas em seu corpo.

Odiava lembrar daqueles alfas lhe tocando e lhe obrigando a coisas que detestava fazer. 

Odiava quem havia se tornado e o que havia feito consigo.

Em um silêncio ruim ao peito e angustiante, terminou de se arrumar, buscando maquiar as olheiras e o semblante abatido; vestindo a máscara de bom ômega apenas para suprir os caprichos do seu pai.

Em uma última checada no espelho, pediu aos céus para que ao menos, aquele alfa fosse um pouco gentil consigo, mas Youngjae apenas riu da sua tolice em relação ao tal pedido. Jamais alguém iria lhe ouvir. Jamais alguém iria acreditar em si.