Cúmplice das tuas lágrimas e da tua confiança

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E vamo de cap

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— Estamos sobre duas luas Jinyoung. O que faremos a partir de agora?

Não dependia deles o que iria acontecer a partir daquele momento. A décima sétima badalada tinha tocado, anunciando a inicialização da chegada das luas. Não dependia mais de nenhum dos dois, fugir ou ficar.

Era tarde demais para se deixarem vencer por seus desejos e quereres. Tarde demais, para fugir do inevitável.

Os olhos do ômega fitaram intensos o alfa a sua frente. Jinyoung ainda sentia o formigamento na mão, que segundos atrás estava entrelaçada a semelhante do outro.

— Não podemos desistir do casamento... — A voz trêmula eclodiu pela pequena estufa, causando arrepios inexplicáveis pelo corpo do alfa. — N-nós precisamos ir até o final, eu sinto muito. — Jinyoung sentiu a voz embargar, mas não iria se dar ao desfrute de chorar em frente ao outro. Não era tão fraco a esse ponto.

— Sei disso... — Jaebum deu um passo à frente, suspirando audível. Seu corpo estava sentindo as transformações da chegada das duas luas. Era estranho o fato de se sentir imensamente bem, pois a noite que lhe cobria era fria, fria como tinha que ser. Seu corpo estava tão gélido, tão cálido, do modo que amava. — Ontem teve as apresentações das cortes, você não pôde ir, por estar no ritual... eles me pressionaram. Disseram que eu era obrigado a me casar com você por mil e um motivos. Se eu não subir naquele altar Jinyoung, serei deposto, mais precisamente, deserdado. — A fala saiu sem humor. Os dedos do ruivo brincavam com os galhos secos, enquanto um sorriso sem emoção alguma tomava seu lábios. — Eu não quero ser rei. Não me importo em ser deposto... em ser expulso do castelo. Nunca liguei para essa coroa em cima da minha cabeça. Mas, há pessoas que serão prejudicadas caso não me case com você. Meus amigos irão perder seus cargos que tanto tem apreço e eu não posso prejudicá-los. A corte japonesa está me cobrando de todos os lados. Eu tinha planos. Eu não iria me casar... iria fugir. Fugir como sempre fiz. — Jaebum quebrou uns galhinhos, amassando-os no tampo da mesa. Seus olhos estavam vidrados nas suas ações, sendo todos elas observadas com agonia pelo ômega. — Eu queria me casar com YoungJae, marcá-lo como meu ômega, construir uma família com ele... YoungJae foi o meu primeiro amor e sinto que será o único. Ele corre o risco de ser tão prejudicado quanto os demais e eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com ele. Você deve ter seus motivos para estar sendo obrigado a casar, assim como eu. — O olhar do ruivo correu em direção ao ômega, o observando de maneira intensa. — Eu... não tenho como impedir esta união. Apesar de ser um alfa, também não tenho liberdade... eu não tenho escolha. — As últimas palavras saíram em tom de amargura, sendo seguidas de um sorriso de falsa alegria. Era fácil para o alfa se esconder atrás de emoções desprovidas de qualquer veracidade.

Ah, poderia os dois terem algo em comum, já que liberdade nunca foi lhes dado e viver mascarando seus sentimentos sempre lhes convinha.

— Eu... tenho algo em mente. Há alguns dias lhe pedi para que dissesse as cortes que eu não era um ômega puro, só assim, você e, eu também, nos veríamos livres desse casamento, mas peço-te que não faças isso. E-eu... preciso desta união. Pessoas que no qual amo também pagarão o preço caso ela não aconteça. Por isso eu te peço que não contes a ninguém. — Jinyoung se aproximou trêmulo, ao par de que ficou mais próximo do ruivo, sentindo o cheiro forte dele emanar no ambiente. Aquele cheiro estava mais forte que o normal e Jinyoung lembrou-se do que o pai disse.

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