Caminhos Cruzados

315 39 32
                                    

Era inevitável, mas agora quem ditava as regras eram seus destinos traçados, que iriam lhes contradizer muito ainda.

O contato que tivera com o alfa ruivo ainda vagava em sua mente mesclado as sensações causadas em sua pele. Era insano se pegar pensando no momento em que se sentiu acolhido por aqueles braços fortes que se encaixaram tão bem ao seu redor. Quando sentiu seu irmão o puxar de leve, para se afastar do ruivo, não imaginou que uma parte de si, sentiu falta daquele friozinho que o alfa emanava.

Ah, ele odiava frio. Só de lembrar dos momentos em que foi obrigado a sentir lhe arrepiava até a alma, mas aquele alfa o deixava incerto de tudo e ao mesmo tempo, incerto de nada.

Os olhos do ômega miraram a vista que a bela sacada do salão de festas o dava. Ainda podia ver as aglomerações de muitos ao redor do castelo que Jinyoung considerava ser, em sua concepção, o castelo mais bonito que já viu. Diferente dos exageros de Soleil, o castelo de Carlon se mostrava simples, não simples de uma maneira que o mostrava pobre, longe disso, mas sim, de uma maneira elegante e sem exageros desnecessários. O castelo era enorme, num estilo rústico e um pouco avançado para a época vivida. Apesar do ômega saber que a construção já ultrapassava os cem anos, aquela arquitetura toda era avançada demais para os meados do século XX. E ele gostava daquilo. Gostava não só da arquitetura, como do povo que viu. Eram diferentes do povo soleiniense, que apesar de muito receptivo, ainda sofriam carência em seus bons modos. Carlon, parecia gritar por socorro silenciosamente, parecia pedir ajuda com o viver ali no vilarejo e se Jinyoung casasse mesmo com aquele alfa, ele iria se dispor a ajudá-los. 

— Contemplando o que será seu daqui três dias? — a voz suave adentrou os ouvidos do príncipe. Jinyoung se virou em direção ao dono da fala e vislumbrou um lindo ômega de pele tão branquinha quanto a sua e com os cabelos na mesma tonalidade que o seu. Um negro vivo e brilhante. Quem não os conhecece, poderia arriscar a dizer que os dois ômegas eram irmãos. Mas havia duas coisas perceptíveis que os diferenciavam: os olhos e o cheiro. — Deve estar muito feliz em conseguir um casamento nessa proporção, não é? Afinal, qualquer ômega daria a vida para estar em seu lugar. — Jinyoung olhou o ômega a sua frente, o mesmo segurava uma taça de vinho e o olhava de uma maneira indecifrável.

— Carlon é um reino muito belo e possui pessoas muito receptivas. Confesso que estou surpreso. Com toda certeza, muitos dariam bem mais que a vida para estarem aqui. — o Park sorriu mínimo para o outro. — A propósito, sou Park Jinyoung, so...

— Eu sei quem você é. Não perca seu tempo apresentando-se a mim. Me chamo Cho Sungmin, sou o ômega de Kyuhyung, o irmão mais velho de Jaebum. Não tive tempo de me desculpar pelo que fiz ontem quando lhe derrubei uma taça de vinho. Sinto muito. — o tom de falso arrependimento foi acompanhado da mão no peito. Jinyoung não queria dar atenção a seus instintos que rosnavam internamente para o modo que aquele ômega se dirigia a si. Oras, tinha sido privado de muitas coisas e uma delas, era de se relacionar com pessoas. Era normal seus instintos de ômega quererem lhe proteger, certo?

— Ah, não foi nada. Já passou. — o príncipe de Soleil se deteve em um sorriso doce e pequeno.

— Soube que passou a noite no quarto do alfa herdeiro, nada contra, até porque você precisa ter garantia de que ele te tomará como dele, mas...

— Não, não. Não é nada disso que você está pensando. Pelos Sóis, eu apenas passei mal e me mandaram para lá, apenas isso. — o ômega rapidamente tentou explicar, vendo os olhos verdes caírem sobre si.

— Calma querido, não precisa me explicar nadinha, mas sabe como é...os empregados são maldosos, você pode ficar mal falado. Não quero que meu futuro cunhado fique na boca de pessoas inferiores... Sei como é difícil manter o foco de um alfa só em um ômega, ainda mais o Jaebum que adora se enroscar por aí com ômegas... — Sungmin estava atento as expressões do príncipe, ah ele era tão vunerável quando está sozinho. Era quase palpável o veneno que saía nas suas falas, mas Jinyoung era inocente demais para perceber algo e Sungmin amou saber disso.

SoulmateWhere stories live. Discover now