Sobre duas luas part.1.

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— E se inicia a décima nona badalada, dando início a cerimônia de união entre dois jovens príncipes e seus reinos. — a voz do anfitrião da Lua ecoou pelo salão, fazendo com que todos os presentes se sentassem em seus assentos.



Jaebum subiu os dois degraus junto de Jinyoung que lhe segurava, como se nunca mais fosse o soltar. O ômega ainda estava nervoso, mas suas emoções já conseguia controlá-las.



— Confie em mim, tudo dará certo! — o olhar do alfa caiu sobre o moreno, que lhe devolveu o olhar da mesma forma, intenso e brilhante. Acima de tudo, confiante.


— Eu confio em você Alfa. Eu confio.








Jaebum apenas lhe sorriu desnorteado, ouvi-lo lhe chamar daquela maneira lhe fez arrepiar. Seu corpo inteiro deu espasmos com a fala.



— Hoje é a grande noite tão esperada por todos. A união do jovem Príncipe Ômega de Soleil, junto de nosso Príncipe Alfa, herdeiro de Carlon, Filho da majestosa Lua e o último da linhagem dos cavalheiros da noite. — A voz do anfitrião, atrás do altar enfeitado com inúmeras flores e com tecidos em seda sobre, ecoa pelo enorme salão. O homem de vestes escuras e já de certa idade era um homem vivido e que em suas linhas de vida já casara muitos alfas e ômegas. O casamento do rei fora feito por si e seguiria a tradição de casar o filho caçula do próprio... seria próspero. Jinyoung desenroscou o braço do semelhante do alfa, deixando suas mãos rente ao colo. O olhar era baixo, submisso como tinha que ser.

Os dois príncipes se puseram sentados sobre suas pernas um de frente para o outro. O ritual do casamento dava-se início sempre seguindo a tradição.


— Como anfitrião da Lua, começo agora esta união que perpetuará por muitos anos. Sobre o poder dos deuses colocado sobre mim, inicio o Sânscrito*. — Ao término da fala as três matriarcas ao lado do anfitrião trazem para o mais velho três bandejas, onde em cima delas estão designadas os sete elementos obrigatórios para a união das almas. O anfitrião pega a primeira tigela, onde dentro dela há pétalas de flores frescas*. — O primeiro elemento necessário para a união entre dois corpos: a beleza existente na pele e nos poros. Que os deuses da Lua conservem a beleza pura de ambos e que remeta a beleza da alma à beleza do corpo. — o homem de cabeça raspada e pintada derruba o líquido proveniente das flores frescas sobre a cabeça do alfa, que fecha os olhos sentindo o líquido ser absorvido pelo cabelo ruivo.

Em seguida Jinyoung sente o líquido sobre sua cabeça, sentindo um filete do líquido descer pela lateral de seu rosto. Seus olhos se mantiveram abertos, encarando o alfa a sua frente.

— O segundo elemento: Ghee*. O alimento que alimentará o fogo sagrado, este que nunca deverá ser apagado. — As duas matriarcas loiras põem o Ghee perante o anfitrião para que o mesmo abençoe, só assim as duas põem o pequeno cubinho na boca de ambos os príncipes que o engolem.

Era um momento de rito, onde o Sânscrito era levado a sério e recitado de modo emocionante e cheio de tradicionalidade. Jaebum sentia seu corpo agitar-se a cada novo elemento, seus olhos vez ou outra caíam sobre Jinyoung que parecia lhe suplicar para que tudo passasse logo. Sabia como o ômega estava se sentindo... sentia o mesmo que ele. Jaebum percebeu como o ômega era transparente, mesmo tentando se fazer de forte e de tentar aguentar todo aquele ritual sem derramar uma única lágrima. Era demais para o mais novo e o ruivo sabia disso. Sabia, porque ele também se sentia daquela forma... indefeso e vulnerável. Ali, sentado em frente ao ômega, com o anfitrião pondo e consagrando cada elemento, andando por eles, ele pôde sentir na pele o que é realmente se sentir alguém vulnerável.

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