▸ Capítulo 23.

4.9K 645 740
                                    


Antes.

Taehyung apertou os dentes, respirando fundo diversas vezes. Ele já teve cólicas antes com Hanu, mas nenhuma se parecia com essa.

— Rápido, Jeonggu. - Pediu choroso, puxando a blusa para cima para olhar a barriga e pedindo silenciosamente que Hanu parasse de fazê-lo sofrer. 


Agora.

Jungkook viu tudo escalar mais rápido do que ele conseguia compreender. As cólicas estavam desesperando Taehyung, e Jungkook se viu também desesperado (e totalmente despreparado). A dor parecia contínua, mas estável - Jungkook tentava analisar friamente. Taehyung não estava chorando exatamente de dor. Ele estava falando com Hanu e mencionando Sori, quem Jungkook sabia que era a outra criança.

A dor de Taehyung evoluiu então para uma dor emocional. Quando Jungkook tentou afagá-lo e levantá-lo para tomarem algum ar e ver se conseguia acalmá-lo, no entanto, uma mancha de sangue do tamanho de sua palma ficara nos lençóis - e o castanho pareceu subitamente prestes a cair.

E enquanto Taehyung chorava copiosamente e ameaçava passar mal, Jungkook tentava fazer cálculos mentais de tempo sem desampará-lo. Em quanto tempo ele conseguiria chegar no hospital com o Kim? Ele tinha tempo para trocar a roupa do rapaz? Será que dava ainda o tempo de tentar tranquilizar Tae e pedir que focasse em respirar direito?

Ele tinha medo que não desse, mas começou a fazer tudo como um louco na esperança de conseguir, e as tarefas se tornaram missões em que ele precisava finalizar, pois Taehyung era uma bagunça de choro, transtorno, headspace e pânico.

— Lindo, coopera comigo. Coloca o outro pé aqui senão não conseguimos sair.

— Mas o Hanu... - Ele disse entrecortado, sem realmente continuar.

— Olha pra mim. - Jungkook pediu, terminando de colocar a calça de elástico e confortável no castanho. Depois, levantou o corpo e colocou o rosto de Tae entre as mãos. - O Hanu está bem, ok? Tenha fé nele, meu bem.

Mas Taehyung continuou chorando, olhando para Jungkook com uma dor que o moreno jamais conseguiria mensurar.

~


O atendimento médico foi imediato. O relato eloquente do Jeon mais a aparência transtornada do Kim acabaram por chamar a atenção de uma médica obstetra que estava indo embora, e Deus sabe porquê, ela se compadeceu e o atendeu.

Jungkook só podia pensar que algumas pessoas eram anjos. 

— Quanto de sangue?

Jungkook tentou focar. Taehyung não tinha condições de responder, porque mesmo deitado numa maca, ele ainda segurava o corpo e parecia fazer uma força contra nenhuma ameaça - a não ser a que tinha em sua cabeça.

— Uma palma. - Respondeu perdido, sabendo que uma palma provavelmente não é unidade de medida para isso.

— Taehyung, eu não quero te dar remédios para ansiedade agora. - Ela disse, firme e carinhosa como só uma mãe saberia ser. - Como é o nome do seu filho?

Taehyung assentiu, segurando a barriga como se ela fosse cair. Seu choro diminuiu para choramingos. Jungkook sinceramente estava parado como um idiota, completamente desentendido.

— Vou perder o Hanu?

A médica franziu o cenho, negando com a cabeça. 

— Eu tenho certeza que não. Você está muito estressado, querido, e eu preciso que você se acalme agora. Pare de fazer força, você vai se machucar e pode machucar o seu bebê. Respira fundo. Vamos. - A médica segurou as mãos dele com as dela, mas Taehyung não achava que conseguia respirar mais. 

Begin -- jjk+kthOnde as histórias ganham vida. Descobre agora