Capítulo 14: Swim

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"Você escolheu dançar com o Diabo e acabou dando sorte;
As águas estão esfriando, deixe-me nadar em seu oceano;
Por aí na Califórnia, eu venho ansiando por isso;
Muito difícil te ignorar, especialmente quando estou fumando;
O mundo está em meus ombros, deixe seu corpo aberto para eu nadar."
– Swim, Chase Atlantic.



Dois dias mais tarde, o Coven voltou para New Orleans, mas Alexis ficou em Los Angeles.

Alexis não imaginou que seria tão difícil separar-se de suas irmãs, não depois de passar dois anos longe delas de livre espontânea vontade, mas as circunstâncias tornaram a despedida mais dolorosa. Não era só o peso da missão a ela confiada que lhe esmagava, mas também o fato de ter que mentir para as bruxas sobre apreciar a companhia do homem que elas odiavam, e acima de tudo, a tristeza de Madison, que lhe oprimia o coração mais do que qualquer outra dor.

Ela sabia, no momento em que viu a atriz entrar no avião de volta para a Louisiana com os olhos marejados, que o pseudo relacionamento que haviam engatado há pouco menos de um mês chegara ao fim, bem como qualquer perspectiva de reatar o que tiveram quando eram adolescentes. Não houve palavras para oficializar o rompimento, mas não era preciso, formalidades nunca foram recorrentes entre as duas. Mas a despeito de tudo, Alexis amava Madison e nunca deixaria de fazê-lo, e era impossível não sofrer com sua ausência hospedada no quarto de hotel que dividiu com ela por quase duas semanas, dormindo na cama que ainda exalava seu cheiro. Assim, não era espantoso que ela quisesse se ocupar de outras coisas para que a saudade não lhe atormentasse, e muito menos que tenha escolhido preencher aquele vazio indo visitar Michael logo no primeiro dia.

Lexi deixou o hotel pela manhã logo após a primeira refeição, e fez seu caminho pelo caótico trânsito de Los Angeles até o apartamento de Madelyn. Não avisou que iria, e nem tinha como, não sabia o número da mulher e Michael provavelmente não tinha um celular, poderia tentar se comunicar com ele através de magia, mas não queria perder tempo. Quanto antes chegasse, melhor.

Foi recebida pelo mesmo porteiro de dias atrás, que parecia lamentar seu retorno, achando que ela era mais uma jovem desvirtuada por Madelyn. O homem interfonou lá para cima, mas a voz no outro lado da linha não era a da senhorinha, e sim de Michael, que mal conseguiu conter o entusiasmo ao ouvir o nome de Alexis, e ficou esperando por ela na entrada do apartamento.

— Eu não esperava ver você tão cedo. – o garoto declarou, sorrindo de forma que poderia derreter qualquer coração desavisado.

— Sou uma mulher de palavra. – ela sorriu minimante, passando pela porta e ouvindo Michael fecha-la atrás dela. — Onde está Madelyn?

— Foi ao mercado, ela gosta de ir cedo para evitar tumulto. – Michael explicou. — Sente-se, Alexis.

Ela sentou-se no sofá da sala de estar sob o atento olhar do anticristo, que se demorou em suas pernas desnudas pelo vestido curto. Michael sentou-se também, e Alexis notou que ele estava se recuperando rápido da jornada na floresta. Ainda não era o que o garoto maravilha fora em seu auge, mas passava longe da sombra que ela encontrou na Igreja de Satã.

— Você parece melhor. – ela comentou.

— Sim, Madelyn tem sido boa para mim. – Michael respondeu, parecendo realmente grato a mulher, ignorando o fato de que ela só havia o acolhido em razão de ser o filho de seu senhor. — Ela me apresentou umas pessoas.

— A congregação?

— Também. – falou sem especificar. — Participei da Missa Negra, a Igreja agora me conhece e está ciente de que sou o anticristo.

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