Believer

Capítulo 4: Seven Wonders

"Mas se os nossos caminhos nunca se cruzarem;
Bem, você sabe que eu sinto muito, mas;
Se eu viver para ver as Sete Maravilhas;
Farei meu caminho até o fim do arco-íris;
Eu nunca viverei para igualar tal beleza novamente."
– Seven Wonders, Fleetwood Mac.

Duas semanas se passaram, e com a chegada da lua de sangue, o tempo que os bruxos dispunham para preparar seu garoto maravilha para o teste esgotou-se. O garoto – que Alexis descobriu, através de uma conversa com Madison, chamar-se Michael – com toda certeza era especial e infinitamente mais poderoso que seus instrutores. Ele fez o que Cordelia não pôde libertando Queenie do Hotel Cortez, e ainda foi além, desceu até o inferno e resgatou Madison. Mas, mesmo com tudo apontando para o sucesso de Michael, era difícil para Alexis acreditar que ele, um homem, pudesse de fato conquistar o título de Supremo em um Coven altamente matriarcal. Ela preferia crer que os feitos do rapaz eram frutos de uma especialidade mágica, que de alguma forma ele pudesse manipular a morte da mesma forma que sua saudosa irmã bruxa, Misty Day, podia manipular a vida. De qualquer forma, ela estava prestes a descobrir.

A lua de sangue já estava alta no céu quando os dois carros que levavam o pequeno séquito de Cordelia atravessaram os portões de Hawthorne. E o cenário da escola, sua escultura em espiral que levava ao subterrâneo, localizada no meio do nada e a luz vermelha do fenômeno lunar, fazia tudo parecer uma locação de filme de terror. Na porta de entrada, Ariel e Behold as esperavam para recepciona-las, exibindo sorrisos de satisfação que faziam parecer que Michael já havia passado no teste.

— Obrigado por virem, irmãs. – Ariel as recebeu com sua simpatia forçada.

Madison e Queenie olharam o homem de cima a baixo com expressões de julgamento, mas Alexis, Cordelia, Zoe e Myrtle, já acostumadas com o jeito de ser do diretor, não esboçaram reação alguma e seguiram a diante.

Elas encontraram Hawthorne mergulhada em absoluto silêncio, não viram nenhum estudante pelos corredores, certamente receberam ordens para ficarem fora do caminho durante a realização das Sete Maravilhas. As únicas almas vivas presentes no recinto onde o teste seria feito eram os instrutores, três deles pelo menos, pois não havia nem sinal de John Henry. Entre eles também estava, é claro, o próprio Michael.

Ele estava tão belo quanto da última vez que Alexis o viu, mas só então lhe ocorreu do quanto ele parecia jovem. Michael deveria ter, no máximo, dezessete anos, um ano a menos do que ela mesma tinha quando tentou as Sete Maravilhas, mas ele não parecia nada nervoso como ela esteve, na verdade, exalava confiança.

— Podemos começar? – perguntou Cordelia, e assim, deu-se início ao teste.

Telecinese foi a primeira maravilha, realizada com facilidade quando Michael apenas apontou para o objeto que desejava e o fez voar até as suas mãos. Partiu para o Concilium, controle da mente, e foi difícil segurar o riso quando ele coagiu Madison e Zoe, justo elas, a dançarem uma valsa na frente de todos. Durante o teste da Transmutação, Alexis levou um susto quando Michael desapareceu de seu campo de visão e surgiu atrás dela, sussurrando um "Bu" em seu ouvido que quase fez o coração dela sair pela boca. Adivinhação foi um dos mais fáceis, Myrtle colocou alguns cristais no chão para auxiliar na descoberta de onde Cordelia havia escondido seu relógio de bolso, e em questão de segundos, Michael encontrou o objeto dentro de uma caixa em cima do piano. Ele escolheu uma forma um tanto quanto inusitada de performar a Pirocinese, cortou a palma de sua mão e pingou o sangue em cima de uma vela apagada, que imediatamente ardeu em chamas. A esta altura, todas as mulheres na sala já estavam preocupadas com os rumos que o teste estava tomando. No Vitalum Vitalis, um rato morto foi colocado nas mãos de Michael, que com um sopro e as palavras mágicas, fez o animal voltar à vida. E assim, chegaram ao final e mais perigoso teste: Descensum.