Essencial como o ar que respiro.

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•Training Wheels - Melanie Martinez•

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•Training Wheels - Melanie Martinez•

Durante esse mês, o contato com o Rafael foi frequente, a confiança e empolgação só aumentava entre nós, e sem ao menos perceber compartilhávamos coisas íntimas, como a mãe dele que era super protetora ao extremo e praticamente invadia sua casa todos os dias para "cuidar" dele, e de como eu me sentia rejeitada e diminuída perto da minha irmã.

Era incrível o quanto eu sentia saudades dele todas as horas do meu dia, e ela apertava meu peito mais forte a cada minuto- mas é claro que eu não dizia isso à ele-, assim como a cada minuto, mais eu percebia que ele não ia tentar ter outro tipo de contato comigo que não fosse realmente amizade. Àquele ponto eu já o conhecia o suficiente para saber que ele não faria nada imoral, e que minhas tentativas de chegar perto dele seriam sempre frustradas.

Duas semanas atrás nós tínhamos ido a um museu há duas horas da nossa cidade, depois de eu ter dito que nunca tinha ido a um e que morria de vontade. Em um determinado momento enquanto estávamos lado a lado, tão próximos que as costas de nossas mãos se tocavam, ele disse que eu parecia uma mulher de uma das pinturas, e que eu daria uma perfeita obra de arte. Aquilo havia sido a coisa mais romântica que já escutei na minha vida, e emocionada eu me virei sorrindo de frente à ele, e pensei que seria o momento certo para um primeiro beijo de verdade, mas ele deu dois passos para trás, quebrando todo o clima.
E na quarta passada quando fui visita-lo na clínica no seu horário de almoço, ele disse que eu tinha iluminado seu dia que estava indo de mal a pior, e que o dei forças a continuar, e então quando eu respondi dizendo que queria iluminar todos os seus dias pelo resto de nossas vidas, ele descaradamente mudou de assunto.

Era sábado, e toda a família tinha se unido para organizar a área da piscina para a pool party da Sarah, que seria amanhã. Ela completaria 21 anos e ainda assim optou por algo juvenil e imaturo como uma festa na piscina, eu já tinha perdido a conta de quantas festas dessa ela dava por ano.
Ela queria o tema Hawaii, e eu fiquei responsável por encher todas as boias coloridas e em forma de flamingos e donuts e balões em formato de frutas, eram tantas cores fortes e vibrantes que quase me deixavam com dor de cabeça. Ela havia dito que ia chamar apenas alguns amigos da faculdade, mas pela quantidade de comida que ela tinha encomendado e que ainda tinha colocado minha mãe para fazer, ia vir a faculdade toda.

Toda vez que Rafael passava por mim para colocar algo no freezer, ele brincava fazendo alguma careta e eu ria para ele, claro que disfarçadamente porque minha irmã estava há metros de distância amarrando os balões que eu enchia por todo lado.

—Amor, coloque os picolés no fundo— ela gritou, e ele começou a tirar todas as bebidas que havia colocado lá.
A campainha tocou, e minha irmã deixou no chão os balões que estava pendurando— É para mim— ela gritou para meus pais não atenderem. Ela deu a volta na piscina— vá ajudar a mamãe na cozinha— disse ríspida quando passou por mim, provavelmente porque não queria que eu ficasse sozinha com Rafael, desde aquele surto que ela deu no meu quarto por causa dele, estava sempre fazendo de tudo para não ficarmos próximos.
Eu me levantei deixando os balões de lado e fui em direção a cozinha, mas Rafael me chamou.

A Irmã ExemplarWhere stories live. Discover now