Relacionamentos secretos.

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Eu achava que não era possível ter dias mais horríveis com a Sarah do que já tive nos últimos 18 anos, mas como diz aquela frase "nada é tão ruim que não possa piorar", essa havia sido uma semana mais do que péssima

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Eu achava que não era possível ter dias mais horríveis com a Sarah do que já tive nos últimos 18 anos, mas como diz aquela frase "nada é tão ruim que não possa piorar", essa havia sido uma semana mais do que péssima.

Eu estava sendo perseguida 24h por dia, os raros momentos em que eu saia do quarto eram perturbados pela Sarah me provocando e querendo brigar comigo. Eu estava usando um celular antigo da minha mãe, já que meu pai se recusou a me dar outro porque ele acreditava que eu tinha quebrado o meu de propósito.
Então sempre que Sarah me via ao celular, ela o arrancava da minha mão, para se certificar de que eu não estava falando com ele. Mas agora, nós só nos falávamos por ligação quando ele chegava do trabalho, e eu trancada no quarto para não ser interrompida.
Mas muitas dessas ligações caiam porque a Sarah continuava ligando para ele sem parar.

Não nos víamos mais, eu estava proibida de sair de casa por algumas semanas, ordens do meu pai, pelo menos até eu dizer o que tinha acontecido.
Mesmo tentando me distrair, eu ainda ficava depressiva por tudo que estava acontecendo, as coisas comigo eram 8 ou 80, ou estava tudo bom demais ou tudo ruim demais, e as coisas ruins sempre chegavam de uma vez só.

Eu estava estudando para o vestibular que faria na segunda-feira, prova essa que eu e Raquel combinamos de estudar juntas, já que faríamos juntas, tínhamos caído até na mesma sala, quem sabe eu tivesse uma chance de tentar falar com ela assim, pois agora estava incomunicável, ela se recusava a responder minhas mensagens.

Como eu não tinha mais o que fazer, nem para onde ir, minha semana se resumiu em estudos e eu estava até confiante por isso, pelo menos uma vaga para faculdade sairia dessa confusão toda. Mesmo eu ainda não tendo certeza do que realmente queria fazer, resolvi tentar moda, era a única coisa que me chamava um pouco mais de atenção, talvez eu me encontrasse.
E o que me dava um gás a mais para isso era o apoio do Rafael, sempre que a gente se falava ele perguntava como estavam indo os estudos, e fazia mil planos para mim, e já até disse que eu serei a consultora de moda particular dele.

—Fica tranquila, vai dar tudo certo— já era de madrugada, eu havia ligado para ele quando deduzi que minha irmã já estivesse dormindo.

—Não me fala para ficar tranquila que eu fico mais nervosa— só de pensar em entrar naquela sala e fazer a prova, meu estômago revirava— eu sinto que não estudei o suficiente.

—A única coisa que você fez na última semana foi estudar.

—Exatamente, na última semana apenas, não é o suficiente— antes disso a minha vida estava boa demais para eu me preocupar com estudos, futuro e blá blá blá— ninguém vira um gênio do dia para a noite.

—Amor, você já é super inteligente— dei um risinho desacreditada ao ouvir aquilo, eu sabia que não era inteligente. Quando se tinha a Sarah como parâmetro, qualquer um se sentia uma besta quadrada— é sério. E escuta, é um vestibular para uma faculdade particular, não querendo desmerecer ou algo do tipo, mas eles passam todo mundo.

A Irmã ExemplarWhere stories live. Discover now