Samantha sempre quis experimentar o amor verdadeiro, encontrar um garoto no qual ela ame e que a ame também, aquele amor maravilhoso que se podia sair gritando pelo mundo que está apaixonada, que é a pessoa mais feliz do mundo e nada mudaria isso.
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Durante a semana que passou, eu estava começando a me adaptar com a vida de viver numa casa onde todo mundo me odiava, todo mundo menos minha mãe, ela não me odiava tanto assim, pelo menos ainda me dava bom dia e olhava no meu olho, diferente do meu pai e minha irmã. E agora, estar no mesmo ambiente que a Sarah era quase um pecado, se eu estava na sala e ela chegava, eu era obrigada a sair. "Samantha, sua irmã não se sente confortável com você aqui". E as vezes parecia que ela fazia de propósito, eu ficava praticamente o tempo todo no meu quarto, e quando me permitia ir à piscina, ela ia atrás e levava o pai, e apenas com um olhar dele eu já sabia que deveria voltar ao meu quarto.
Pelo menos eu ainda tinha o meu celular, mas trocar mensagens com o Rafael não matava a saudade que eu sentia dele. Eu tinha tentado sair algumas vezes, falando que ia para outro lugar, mas a Sarah sempre dizia "é claro que ela está mentindo", e então eu estava vivendo praticamente em cárcere privado.
O único contato que eu tinha com o mundo exterior era com o Nicolas, ele ia todos os dias no portão da minha casa, e ficávamos conversando na garagem, nessa semana ele estava sendo um ótimo amigo e ombro para chorar.
—Ele já te chamou para ficar na casa dele, não é?
—Todos os dias— Rafael vinha sendo bem insistente com isso, ele dizia que era perigoso eu ficar ali com a Sarah, que conhecendo o temperamento dela, ela podia explodir a qualquer momento e tentar fazer algo comigo, mas eu dizia que era besteira.
—Então porque você não vai? Você é de maior, se sair daqui seus pais não vão mais poder te proibir de nada.
—É, mas eles continuam sendo meus pais, e eu amo eles, não quero que eles nunca mais olhem na minha cara, e além disso, eu não tenho emprego, esqueceu? Não quero viver às custas do Rafael.
—Sam, você não quer que eles te odeiem, mas eles querem te odiar, não é só porque é família que você precisa manter contato, eles não te tratam mais como família, esse laço acabou— ouvir aquilo machucou um pouco, mas eu sabia que era verdade, minha mãe não tanto, mas ela continuava no lado da Sarah, e se eles não tinham nem interesse em tentar entender o meu lado era porque eu e nada éramos a mesma coisa para eles— e emprego você arruma, você começa a faculdade em março, sempre tem estágios.
—E eu vou ficar até lá sendo sustentada por ele? Não obrigada— eu tive sorte de ter conseguido uma bolsa de estudos em moda, se meus pais ainda tivessem que pagar a minha faculdade, eu estaria mais ferrada ainda.
—Sei que não gosta da ideia, mas se ele te chama é porque não se importa com isso, e seria muito melhor para a sua saúde mental.
—Eu não conseguiria viver sem ter contato com eles, Nicolas. Estando aqui ainda tenho chances de que eles voltem a me tratar como antes— já era comum eu chorar entre as nossas conversas.
—Só pensa nisso, tá?— ele me puxou para um abraço— se eles não estão aqui para te apoiar, eu estou, pode contar comigo.
—Obrigada por ser esse amigo que você vem sendo para mim— ele beijou minha testa.
