Samantha sempre quis experimentar o amor verdadeiro, encontrar um garoto no qual ela ame e que a ame também, aquele amor maravilhoso que se podia sair gritando pelo mundo que está apaixonada, que é a pessoa mais feliz do mundo e nada mudaria isso.
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Mas "apenas amigos" não se olham desse jeito.
Eu escrevia várias mensagens e as apagava de novo, em um minuto eu queria inventar uma desculpa para não ir, pois o medo de fazer algo errado era enorme, mas no outro eu só queria que chegasse 18h logo para eu poder olhar para aquele rosto lindo e ter ele só para mim. Antes eu achava que ficava nervosa quando iria me encontrar com um garoto, mas nada se comparava a isso, estava tão ansiosa que perdi o apetite e não consegui nem almoçar, passei o dia todo tremendo, e a única coisa que me fez relaxar um pouco foi assistir alguns episódios de the good place.
Raquel havia me chamado para sair com ela e Monalisa, elas iriam assistir uma batalha de rap na pista de skate, em primeiro lugar eu estranhei aquilo, desde quando as duas eram amigas? Eu e Raquel só saímos com ela uma vez, mas eu estava preocupada demais com outra coisa para questionar aquilo agora. E segundo que aquilo com certeza não era meu tipo de rolê e eu tinha um programa melhor para fazer, ela pareceu ter ficado um pouco chateada por eu ter negado, mas não me importei, ela conquistou a amizade da Monalisa tão rápido assim, não precisava de mim.
Rafael não me falou onde íamos, apenas disse que achava que eu ia gostar, então depois de tomar banho e fazer chapinha no cabelo, coloquei uma roupa comum, calça jeans, coturno, uma camiseta branca apertadinha e um cardigã nas cores do arco íris. Ele queria me buscar na minha casa mesmo, mas eu falei que era melhor ele me esperar do lado de fora do condomínio, até os porteiros eram fofoqueiros, se alguém visse isso e contasse para meus pais ou minha irmã, poderia ser mal interpretado.
Então quando faltavam dez minutos para as 18h, eu saí do meu quarto na ponta dos pés, cuidando para não fazer muito barulho. Por sorte meu pai tinha saído para resolver umas coisas do escritório, ao passar pelo corredor, a porta da Sarah estava entreaberta e eu a vi sentada na escrivaninha com livros e cadernos em volta, ela parecia distraída. Fui até o quarto dos meus pais e abri a porta devagar, minha mãe estava sentada na cama assistindo televisão.
—Mãe, estou saindo com algumas colegas da escola— ela me olhou de cima a baixo, analisando minha roupa.
—Seu pai sabe disso?— ela abaixou o volume da TV.
—Não, ele não está aqui— dei de ombros, torcendo para ela me deixar ir mesmo assim.
—Sabe que ele não gosta disso.
—Mas eu só vou sair com as meninas da escola, por favor mãe, não é nada demais— pedi fazendo cara de piedade.
—Não volte tarde— dei um sorriso contido— se seu pai começar a te ligar e te procurar, não é culpa minha.
—Mãe, não deixa ele encher meu saco, se você deixou está tudo bem.
—Vamos ver como ele vai reagir a hora que chegar— fiquei chateada com a resposta dela, mas resolvi não contestar muito, era melhor aceitar isso antes que ela mudasse de ideia.
