・*:.。. dezesseis .。.:*・

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Às nove da manhã, a mãe de Jeongguk colocou uma sacola parda à sua frente, em cima da escrivaninha de seu quarto, obrigando-o tirar os olhos do livro que estudava.

— O que é isso? — o filho questionou.

— Kimchi. Leve para o Taehyung — ela sorriu e Jeongguk coçou a nuca. — Você gosta dele, não gosta?

— O quê? — ele a olhou sobressaltado.

— Ele é seu amigo, não é? — ela refez a pergunta, enxugando as mãos no pano de prato que carregava no ombro. — Você o ajuda porque ele é seu amigo e você gosta dele, né? Então, leve. A Minju disse que ele não tem família, aí eu... — ela olhou ao redor e limpou a garganta. Sua mãe nunca fora boa em expressar sentimentos, levaria décadas para admitir que havia se sensibilizado com a história de Taehyung e que seus instintos maternais queriam "cuidar dele e do bebê". — Enfim, leve. Agora.

— Agora?

— É, agora. Se você não levar agora, não vai levar nunca. Então vai logo!

— Por que não pede para a Minju levar? — Jeongguk murmurou e a mãe bateu em sua cabeça com a toalha.

— Porque estou mandando você!  E pare de me questionar — disse e saiu de seu quarto.

— Que droga — ele bufou, pegou a sacola e um casaco e saiu de casa.

A verdade era que Jeongguk não estava muito a fim de ver Taehyung. Já tinha atingido sua cota dois dias atrás, quando o vira com sua irmã em uma cena esquisita no banheiro. Claro, não havia sido nada além de um olhar enquanto Minju tirava-lhe o cabelo dos olhos, mas, mesmo assim... bem... tinha sido uma porra de um olhar enquanto Minju tirava a porra do cabelo da porra dos olhos do Taehyung, cacete!!!

E por que aquilo ainda o incomodava tanto?! Jeongguk vinha tentando não pensar naquilo porque, quanto mais pensava, menos achava que se irritava pelo fato de ser sua irmã — e mais achava que era pelo fato de ser Taehyung.

E se aquele pensamento estivesse certo... bem... então Jeongguk era gay? Ou bi? De qualquer forma, o que é que aquilo tinha de importância diante do mais complicado: se ele fosse mesmo gay e estivesse mesmo apaixonado por Taehyung, então... ele estava apaixonado por um pai solteiro de um bebê de meses de idade, sem família nenhuma, e que era heterossexual — e que podia se interessar pela sua irmã!

— Eu só faço merda — Jeongguk murmurou no meio da rua.

Não estava prestando atenção às coisas ao redor, por isso se assustou quando ouviu uma buzina. Seu reflexo foi olhar para o lado, e imediatamente sentiu duas mãos o puxarem com força. O carro passou voando pela faixa de pedestre e Jeongguk percebeu que o sinal para atravessar a rua estava vermelho.

— Ei, você tem que prestar mais atenção — o cara tirou as mãos de seu casaco.

— Desculpe! Obrigado, obrigado! — agradeceu se curvando.

— Não precisa agradecer, é só tomar mais cuidado — ele murmurou meio de mau humor e Jeongguk notou seu cabelo verde claro. O rapaz franziu-lhe a testa e apontou com a cabeça para a rua. — Agora abriu — disse, irritado.

Jeongguk agradeceu mais uma vez e se virou para a faixa de pedestres. Atravessou, com o estranho de cabelo verde andando ao seu lado. Na outra calçada, cada um foi para um lado, e não demorou até que o prédio de Taehyung estivesse bem ali, a apenas alguns passos.

Quando já na frente da porta do apartamento, Jeongguk pensou em deixar o kimchi na porta e ir embora, mas assim que ouviu um barulho de alguma coisa caindo, tocou a campainha imediatamente. Alguns segundos depois, Taehyung abriu a porta, com cara de cansado.

Uli ; kth+jjkDove le storie prendono vita. Scoprilo ora