・*:.。. vinte e três .。.:*・

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Duas semanas depois, Jeongguk ainda não tinha arranjado coragem de dizer coisa alguma a Taehyung. Nenhuma coisa que desse a entender seu interesse. Nadinha de nada.

Por isso, embora continuasse a vê-lo quase sempre e a trocar mensagens todos os dias, Jeongguk se sentia cada vez menos esperançoso. Claro, não que tivesse esperanças antes — muito pelo contrário. Era só que, agora que Jeongguk conhecia Park Jimin, Taehyung falava bastante deste. Apesar de não serem grandes detalhes nem grandes comentários a respeito de Jimin, a menor menção ao nome fazia Jeongguk recuar diante da ideia de se declarar. Não era apenas pela constante menção a outra pessoa, era também pelo fato de entender que Jimin estava se oferecendo para ajudar Taehyung com o que fosse preciso.

Assim, em todas as conclusões precipitadas, desesperadas e paranóicas de Jeongguk, Taehyung não precisaria mais dele em breve. Esqueceria de sua existência logo, de sua ajuda e de como Woo-tak parecia gostar de Jeongguk. Todos esses pensamentos convergiam para a insignificância de Jeongguk na vida de Taehyung.

Além disso, continuava a sempre achar que era cedo demais para dizer qualquer coisa. Talvez não pelo fato de Taehyung ser um homem e Jeongguk não saber sua sexualidade, mas pelo fato de ter um bebê. Se fosse uma mulher com um bebê, Jeongguk achava que ficaria tão receoso quanto se encontrava diante de Taehyung.

Mesmo assim, um lado dele ainda não conseguia entender a dificuldade. Não fora difícil chegar em Lisa e chamá-la para sair no primeiro dia em que a vira. Também não fora difícil dar em cima de Tzuyu, nem de Jinsol, Yujin, Soyeon ou Seolhyun... Jeongguk já tinha saído com tantas garotas antes, e com nenhuma delas se sentira desestabilizado, ansioso, sem ar e prestes a morrer como se sentia com Kim Taehyung.

Por que com Taehyung parecia tão impossível e difícil? Por que Jeongguk não podia simplesmente sorrir, elogiá-lo, brincar um pouco, e depois dizer que havia gostado dele e que queria conhecê-lo melhor? Era para ser simples, descomplicado, descontraído... E então Taehyung deveria fazer como todas as garotas com quem Jeongguk já tinha saído: sorrir, sem jeito ou escancarado, ou segurar um sorriso, e dizer sim, fosse alto, baixo ou apenas com a cabeça. Sim, vamos sair, aqui está meu número. Ou... Sim, vamos sair, sua irmã pode ficar com o Woo-tak?

Por que não era assim? Por que Jeongguk sentia que ia morrer só de pensar em Taehyung? Seu coração batia contra o peito como se fosse quebrar seus ossos e o sangue corria pelo corpo como se fosse arrebentar as veias. Por que tudo a respeito dele era demais? Demasiadamente difícil, complicado, estranho, bizarro, confuso, louco, inexplicável.

Ou será que os sentimentos de Jeongguk eram demais? Talvez devesse ser mais comedido...?

Depois de pensar muito, ele finalmente chegou a conclusão de que parte daquilo se devia ao fato de não saber como chegar em homens. Nunca havia feito aquilo. Não devia ser a mesma coisa, afinal, Taehyung não agia como as meninas com quem Jeongguk já saíra. Além disso, ele nem sabia se Taehyung o recusaria. Onde estavam os tais radares que as pessoas diziam possuir? E por que ninguém nunca havia lhe dito "ei, meu radar apita com você, Jeon Jeongguk"? Por que raios ele não tinha um radar para Taehyung?

Cansado de pensar sozinho, ele resolveu sair com o melhor amigo e se abrir. Sentado no sofá do apartamento de Hongbin, tomando um café quente naqueles últimos dias frios — logo chegariam os dias quentes —, Jeongguk contou tudo que estava acontecendo e sentindo, incluindo tudo que havia pensado nos últimos dias.

Hongbin o ouviu com atenção e curiosidade e, ao fim, deu de ombros de um jeito desanimador:

— Eu não sei também, cara.

Jeongguk fez uma careta emburrada e tomou um gole de café.

— Já sei — Hongbin sorriu e se achegou mais ao seu lado. — Treine comigo.

Uli ; kth+jjkKde žijí příběhy. Začni objevovat