— Ei tampinha... Respire, não quero correr o risco de você perder o controle comigo por perto. — ele diz e eu não entendo o sorriso debochado em seu tom de voz. Não quando eu era o motivo por sua senhora estar ferida, e seu melhor amigo, seu irmão estar morto. — Ele está bem. Você o salvou.

As palavras soaram como uma mentira. Eu não o havia salvado, muito pelo contrário, eu havia perdido o controle que eu nunca tiveram realmente, e matei o macho que eu amava. Mais lágrimas rolaram de meus olhos pelas bochechas, molhando a camisa de Cassian quando ele não fez nenhum movimento para me afastar, mesmo que eu sentisse — que eu visse — que ele não estava muito confortável.

— Vamos lá, Callyen, você não acredita em mim? — Cassian questiona algum tempo depois quando eu me afastei dele, mas permaneci no chão, não erguendo o olhar para ele. Engulo em seco.

— Eu ataquei vocês, machuquei sua grã senhora... Eu não devia.. — eu digo baixo, a voz falhando miseravelmente de vídeo ao esforço para respirar.

Cassian se levanta da minha frente, graciosamente, endireita as costas e as asas de forma elegante as costas e então, estendeu uma mão para mim. Eu não a peguei de imediato, não sabendo como agir quando eu tinha atacado a todos os que me cuidaram como sua e eu os havia traído.
Algo deve ter transparecido em minhas feições, porquê Cassian enrugou a sua e me olhou novamente.

— Ninguém está te julgando, você foi controlada, alguns aqui sabem como é se sentir dessa forma. — ele diz com a baixa e condescendente, e o olho, a expressão um tanto sombria, não combinava com ele. Olho para sua mão estendida novamente, antes de deslizar a minha por sua palma, sem o mínimo de esforço ele alavanca meu corpo para cima de meus pés e eu pego com o movimento devido a dor pelo meu corpo e músculos da barriga.

Olho para minha mão na sua, uma pequena faixa estava enrolada ao redor, e então me lembro de como, provavelmente, ela viera parar ali. Foi para salvar Cassian, mesmo que eu duvide agora que ele precisasse ser salvo de alguma maneira, e sim porque queria fazer Yvanik, ou qualquer um daqui escória maldita pagar com sangue. Eu segurei sua espada em meio ataque com a mão... Eu o transformei em uma poça de sangue antes de fazê-lo virar cinzas em meus pés.

Cassian me guiou pelo corredor para um quarto que eu conhecia bem, onde eu já passei um dia e uma noite. Estanquei meus pés ao batente da porta quando ele passou a minha frente para abrir a porta e entrar no quarto, permitindo que eu passasse por ele. Meu coração deu um salto doloroso quando eu o vi, descansando sobre a cama, as asas abertas as costas, seu peito estava apenas encoberto por bandagens, não havia o menor sinal de ferimentos por seu corpo, pelo menos até onde eu podia enxergar.

Eu solto uma respiração que não sabia que estava prendendo, quando me aproximo um passo para dentro, para mais perto. Fecho os olhos procurando a conexão brilhante do laço, torcendo aos deuses que ela estivesse ali. E estava. Brilhando em um azul cobalto, pulsando quente, eu me desvencilhei do aperto de Cassian em meu braço e corri aos tropeços a beirada da cama. Ele estava ali, seu peito subindo e descendo cálido a cada puxada de respiração. Ele estava vivo. O rosto sereno enquanto dormia. Ele estava vivo.

— Você o salvou no último momento, de alguma forma. — Cassian soa do batente da porta, inclinei minha cabeça para olha-lo sobre meu ombro. Ele tinha as sobrancelhas franzidas enquanto olhava para o irmão deitado na cama. A questão que se passou na cabeça dele enquanto o olhava foi a mesma espelhada na minha...

— Como?

— Esperávamos que você pudesse explicar.

— Eu... — não sei. E era verdade, algo ou alguém havia me orientado a fazer aquilo depois que de alguma forma eu recupero parte minha sanidade ao atacá-lo e feri-lo. Mas eu não fazia ideia de quem era, ou como inicialmente eu havia recuperado meu controle.

Príncipe das SombrasKde žijí příběhy. Začni objevovat