Capítulo 51 - Amor

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Você vai ter que encontrar

Aonde nasce a fonte do ser

E perceber meu coração

Bater mais forte só por você

O mundo lá sempre a rodar

E em cima dele tudo vale

Quem sabe isso quer dizer amor

Estrada de fazer o sonho acontecer

(Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor - Márcio Borges e Salomão Borges Filho)

Por Sakura

A gravidez por si só, já é um milagre da natureza. Como médica eu conheço as técnicas, estudo os casos, analiso pesquisas, colho dados, crio hipóteses e as testo. Mas apenas um pouco ou quase nada, me serve quando o trabalho de parto começa.

Dezesseis horas...

Eu estou em trabalho de parto há dezesseis horas de uma gravidez que eu e os gêmeos conseguimos levar até a 38ª semana. O que é raro em gravidez gemelar.

Eu fico me perguntando o que não é raro em relação aos meus filhos, no geral. Em nenhuma das gravidezes existiam condições favoráveis para a concepção. E, bom, cá estou eu, na banheira do hospital, outra vez, esperando que minhas novas crias venham para este mundo.

Já atingi os dez centímetros de dilatação e as contrações estão cada vez mais forte. A parte expulsiva do parto vai começar a qualquer momento, posso sentir o pulsar em meu ventre. Para a minha sorte e a das crianças, eles estão virados para baixo, até o momento do início do trabalho de parto. O que facilita, e muito, para nós três.

Olho ao redor do quarto e observo Tsunade e Mikoto numa conversa baixa. A face da mãe de Sasuke está preocupada, mas vejo minha madrinha tentando tranquilizá-la. Embora as duas tenham pedido que eu fizesse uma cesárea, eu decidi pelo parto natural e prometi que me cuidaria em dobro em relação a gravidez de Sarada. E foi o que fiz. Uma grávida exemplar.

Tsunade aceitou e respeitou a minha decisão, mas Mikoto foi dura na queda. Quando a bolsa estourou, as contrações ficaram ritmadas e estávamos a caminho do hospital, a cada segundo ela perguntava se eu não queria fazer uma cesariana. Eu a mandei à merda na sétima vez, sem nenhum remorso. Vendo-a preocupada desse jeito, agora, sinto uma pontinha de culpa e entendo o seu lado, embora isso não afete a minha decisão.

Sinto o dedilhar de Sasuke na base da minha coluna e respiro fundo porque sinto outra contração forte chegando. Depois da pontada solto o ar pela boca com a mandíbula travada. Aperto a perna esquerda de Sasuke para conter a dor. Não quero nem imaginar os hematomas que ficarão em sua pele branca. Dessa vez, ele está na banheira comigo e isso é muito reconfortante.

Ele tem sido tão companheiro e presente, que sinto meu peito encher de amor e vontade de chorar. Sempre atento e, às vezes, até um pouco chato. Não sei como ele conseguiu suportar alguns ataques de histeria que tive. Momentos em que nem eu me aguentava.

Vejo pequenos olhinhos negros já avermelhados pelo cansaço me fitarem. Sarada está deitada no granito em volta da banheira, usando um conjunto de moletom vermelho e agarrada ao seu boneco do Darth Vader que ela ganhou de Sasuke no seu aniversário de três anos.

- Filha... - falo baixinho e tentando aplacar a dor na voz. - Você não quer ir pra casa dormir? Não sei quanto tempo vai demorar aqui. Você está com os olhos vermelhos de sono.

- Não mama, eu quero ficar aqui. Você prometeu pra mim. - diz séria e bastante convicta.

Ter Sarada na sala de parto foi uma ideia que partiu dela. Ela queria, porque queria, saber por onde saem os bebês. Sobrou pra mim, explicar, já que Sasuke tremeu na base igual a vara verde. E eu não apenas expliquei por onde saem os bebês, como expliquei por onde eles entram e como funciona o sistema reprodutor masculino e feminino.

DaylightWhere stories live. Discover now