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Acordo pela quarta vez por causa dos pesadelos que tive com Laura morrendo, desde que deixamos ela no hospital não tivemos resposta e minha mãe achou melhor eu descansar um pouco.
Saio do meu quarto descendo as escadas indo para o lado externo da casa, sento no sofá olhando o céu ainda escuro lembrando como tudo começou. Apenas sabia da existência dela pelos boatos que corriam aqui na favela, a tal filha de Terror teria voltado e não me interessou muito saber quem ela era.
Alguns amigos meus me chamaram para ir ao baile só para curtir mesmo e eu não poderia deixar o Alemão naquela noite sem ao menos ficar com a morena. E desde então minha vida sempre se voltava a dela, a gente se tornou muito próximo em pouco tempo.
Cada discursão, cada briga, cada ciúmes bobo só fez com que nos aproximassemos mais ainda e aí ela engravidou. Sempre sonhei em ter um moleque e quando Laura apareceu na minha vida acho que isso só firmou.
— Acordado a essa hora? - me assusto assim que minha mãe diz parada no batente da porta.
— Não consigo dormir, toda vez que deito a cabeça no travesseiro só consigo imaginar ela e o nosso filho morrendo na minha frente.
— Não pensa isso, pelo amor de Deus! Olha, isso vai passar, você vai ver só. Já já vamos para o hospital e ela vai está bem, os médicos vão conseguir fazer com que ela e o bebê saiam de risco e ela vai poder continuar a gravidez junto a nós. - ela diz me tranquilizando enquanto me puxa para um abraço.
. . .
Saio do carro com meus pais tremendo de ansiedade, é o que o amor fez em mim. Entro no hospital indo até a família de Laura, abraço meus sogros e vejo apenas Luana dormindo num canto.
— Conseguiu dormir? - minha sogra pergunta e eu nego — Bom, nem eu, sabe, eu só quero minha filhinha de volta, abraçada a mim, ansiosas para a vinda do baby.
Sinto meu coração errar as batidas a cada segundo que passa, não sei nem mais respirar direito. Não gosto nada dessa sensação, minhas mãos suam frio e eu não paro de pensar no pior. Logo vejo Mônica, a obstetra, chegar com mais dois médicos, bem sérios, por sinal.
— E aí amiga, me fala, como está a Laura? E o bebê? Eles estão bem? Ou não? Aconteceu algo?
— Calma Letícia, respira um pouco! Temos duas notícias, uma boa e a outra nem tanto. Preferem ouvir qual primeiro? - preferimos a ruim é claro - Bom, com a perfuração da adaga houve a necessidade de retirar o feto o mais rápido possível, mesmo prematuro, ele já estava sentindo falta de ar e estava sufocando.
— A boa é que conseguimos salvar a vida dos dois, eles estão fora de perigo, apenas precisam de um tempo no hospital mas fora isso estão bem, e nossa equipe vai estar de prontidão para assegurar que nada de mal aconteça nesse tempo. - outro médico diz e a única coisa que eu quero saber é se posso vê-los.
— Já foi liberada a visita? - pergunto ansioso querendo ver minha mulher.
— Apenas a garota, o pequeno ainda está muito frágil e suscetível a qualquer contágio de doenças.
— É um menino? - ela assente e eu sorrio de ponta a ponta, eu estava certo, é um garoto.
Não vejo a hora de poder vê-lo, pegar no colo, brincar, estar junto dele, vê seu crescimento.
Acompanho a médica com Terror e Letícia indo até o quarto onde Laura está, meu coração está mais do que acelerado para poder ver o amor da minha vida de novo.
Paro na porta vendo a mesma dormir, conectada a alguns fios continua linda, depois de uns minutos conversando com a doutora ouço a voz dela fazendo eu me arrepiar inteiro.
— Mãe? Pai? - ela diz olhando para os desesperada tentando levantar mas eles logo a acalmam para que ela não se machuque.
Os dois abraçam Laura com cuidado e assim ela me vê, dou o melhor sorriso que posso chegando perto dela, inspiro seu cheiro, único, beijo seu rosto querendo dar muito mais.
— Eu pensei que nunca mais fosse ver vocês! - ela diz fraca e eu a repreendo.
— Nem diz isso filha, você precisa saber de uma coisa. - meu sogro diz chegando mais perto dela e ela logo se desespera.
A mesma olha para sua barriga e começa a fungar.
— O que foi? Perdi o bebê? O Henrique matou o meu bebê?
— Não, nada disso, com a facada foi necessário fazer uma cirurgia filha, o bebê não conseguia mais respirar. - Letícia diz e Laura para de choramingar olhando por todo o quarto. - Ele não está aqui no quarto mas logo logo você verá, e sabe o Bernado estava certo.
— É um menino, amor! - digo assim que ela olha para mim, vejo um sorriso lindo brotar em seu rosto.
O sorriso que eu quero admirar pelo resto da vida.
Continua...
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A filha do dono do morro
Fanfiction+16/ Laura, sempre foi alvo de muitos inimigos de seu pai, por isso foi morar com sua tia na Europa quando ainda tinha seus 13 anos. Agora, com 17 anos, ela quer voltar para sua família o mais depressa possível. Bernado, o futuro dono do morro da V...