Cap. 71

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- segunda-feira, 02:26 -

- O que foi? - pergunto cobrindo meus olhos, com o travesseiro, por causa da claridade - Pai, apaga a luz, por favor!

- Filha, levanta, Bernado bateu o carro. - a única coisa que eu faço é pegar meu óculos e um casaco já que está chovendo.

Desço as escadas correndo atrás de papai, entro no carro vendo o mundo cair.

O céu estava limpinho agora.

Eu estava num sonhinho tão bom.

Amarro meu cabelo com a xuxinha que sempre trago comigo ouvindo mamão falar com tia Isa sobre o acidente por ligação.

Papai não falou se foi grave ou se Bernado ainda estava no Alemão.

Começo a me preocupar, pensando nas milhares possibilidades.

Papai para o carro em frente a emergência do hospital e eu desço correndo até a entrada.

Molhei a droga da minha pantufa de unicórnio.

- Boa noite, eu quero ver o paciente Bernado Nunes, foi um acidente de carro. - falo para ela que me olha com cara de merda.

Deve ser porque estou parecendo uma criança de 12 anos com esse pijama às 2 da manhã.

Fala sério, até eu ia olhar para mim mesmo com cara de merda.

Mas esse não é o caso.

- Boa noite, quarto 132. - ela fala e eu subo as escadas já que eu teria que esperar o elevador descer para depois subir com ele e blá blá blá.

Ando pelo corredor até achar o quarto 132, entro vendo Bernado com alguns band-aid  no rosto e o braço esquerdo engessado.

Respiro fundo antes de chegar perto do mesmo, meu neném se machucou.

O mesmo dormia tranquilo, agora que eu não estou entendendo nada mesmo.

Esse acidente do nada, antes dele sair da minha casa não estava chovendo nem nada.

Ele dirige super bem, o carro dele não tem nenhum arranhão sequer.

E além disso, ele nem estava com sono antes. Por isso não faz sentindo algum esse acidente. 

Talvez alguém tenha feito algo no carro para ele sofrer esse acidente, só pode ser isso.

Nesse meio em que a gente vive, só acontece coisa ruim. 

Lá vai eu com minhas conspirações.

Beijo sua testa agradecendo por não ser tão sério, pelo menos não aparenta ser algo grave.

Deito ao seu lado ouvindo sua respiração. Por um momento que fecho os olhos sinto ele se mexer debaixo de mim. 

- Ai! - ouço ele gemer baixo e eu me afasto.

Já estou fazendo coisa errada, daqui a pouco eu mato ele.

Olha o exagero Laura

Tô falando sério Jussa

- Amor, como que você bateu o carro? Me fala, por favor, não me vem com ideia de que você dormiu em?!

- Te amo também minha vida linda, obrigado pela preocupação. - ele fala e eu bato em seu peito nu brava por ele não me levar a sério - Tá, tá bom, eu não sei como foi, só me lembro do carro perder o controle e eu bater.

- Graças a Deus você está bem garoto, fiquei preocupada pô. Vou pedir para os menores verem seu carro, certeza que tem caroço nesse angu.

- Vem aqui me beijar vem. Não se preocupa com isso agora não. - o mesmo fala e eu nego rindo.

Só quer atenção.

Esse meu bebezinho lindo, tá dodói.

Subo encima da maca, ou melhor, fico encima dele o beijando.

Sinto Jack acordar, infelizmente vai ter que abaixar sozinho.

Rebolo encima pirraçando ele que na mesma hora me faz parar me tirando de cima dele.

Paramos de rir quando entra uma loira oxigenada no quarto, a mesma só tem olhos para Bernado.

É o certo não? Ele é o paciente.

Nossa senhora, só comentei Jussara.

Bom mesmo, largue de ser tão ciumentaaaa

- Está sentindo alguma dor, senhor Nunes? - tenho certeza de que ele deve estar adorando essa azeda tocar no tanquinho dele.

E tem mais, aposto que ela tá com segundas intenções nesse tom de puta que ela fala.

Tentando ser sedutora com uma voz mais grossa, me poupe né.

Essas vacas não tem mais respeito não.

- Só sinto um desconforto no braço, ele fala olhando para o decote dela.

Decote esse que vai até o joelho.

Respiro fundo olhando para o lado de fora, como o morro é lindo não?

- O senhor vai querer alguma coisa? Alguma refeição, quer que eu aumente o ar? - ela pergunta para ele e eu me pergunto mais quanto tempo ela vai ficar.

Ele nega dizendo que está tudo ótimo e a megera sai do quarto nos deixando a sós.

Já estava na hora.

- Pode parar de implicar com toda garota que aparece na minha frente? 

- Se você parasse de olhar aqueles silicones de meia tigela, eu até poderia pensar no caso DESSA. - falo dando aumentando a voz.

- Laura, pelo amor de Deus! Você sabe que eu te amo muito mas...

Continua...

















A filha do dono do morroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora