Cap. 101

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*Terror narrando*

- 15:38 -

Chego na boca indo direto para a salinha onde Orelhinha está, já que o mesmo disse que tinha conseguido achar exatamente a localização de Laura.

Depois de horas tentando ele finalmente conseguiu, Bernado entra na salinha com uma cara nada boa, na verdade ninguém está, todos amam muito a minha menina.

— Agora é só bolar um plano, o safado deve está querendo fugir com ela. - digo a todos que estão na sala.

— Orelhinha fica aqui caso o celular mude de posição, alguns invadem e outros ficam nas estradas e os arredores caso o filha da puta queira fugir mesmo. - Bernado diz com um olhar vago.

— Quero todos aqui às 19:00. - digo por último e saio da sala para resolver a questão da segurança do morro, alguém tem que ficar para não invadirem o morro.

Converso com Caça-ratos e o mesmo diz que fica aqui tomando conta com alguns de seus valores, agradeço indo para minha casa.

Encontro Luana e Letícia na sala assistindo algum filme.

— Thiago, você precisa descansar, acabou de sair de uma cirurgia e quer ficar pagando de saudável por aí.

— Deve ser porque nossa filha foi sequestrada, não acha que minha cabeça está uma pilha, só queria dormir mas nem isso eu consigo. - solto cansado de tudo.

Letícia levanta e vem me abraçar afirmando que as coisas vão melhorar, vamos até a cozinha com ela perguntando se conseguimos achar a localização de Laura e eu assinto sentando na mesa para almoçar.

- 18:47 -

Estaciono a moto na frente da boca desejando que isso tudo acabe de uma vez, Orelhinha ficou na cola e viu que não houve mudança na localização, ao menos o desgraçado não fugiu pela tarde.

Pego as armas colocando no porta-malas do carro de Bernado, equipo o radinho e visto o colete à prova de balas. Deixo um beijo na testa dos meus filhos e beijo minha mulher vendo o carro sair do morro, a médica de Laura já está ciente no hospital caso ocorra algo e ela precise de socorro.

É hoje que vagabundo do Henrique vai ter o que merece, estou querendo pegar esse demônio a tempos e nada de conseguir. Desde o dia que ele espancou covardemente minha filha, grávida e indefesa.

Saímos do morro em alguns minutos com tudo pronto, os valores já estão localizados em todas as estradas que Henrique pode ter cogitado fugir e agora só falta irmos buscar minha filha.

Enquanto Bernado dirige pego meu celular ligando para Laura, não sei o porquê dela não já ter ligado, se estava com o celular esse tempo inteiro. Coloco no viva-voz vendo que está chamando mas ela não atende e logo desliga, olho para meu genro estranhando, o que será que aconteceu para ela não atender.

*Laura narrando*

Saio do minúsculo banheiro já vestida, meu coração está a mil a cada passo que dou até o quartinho, afinal eu não sei que horas vamos sair daqui. E se eu nunca puder voltar para minha filha, meu filho nunca ver seu pai de verdade, quantas saudades do carinho de Bê comigo.

Ouço a porta trancar e eu sento no colchão fino, junto as mãos e começo a orar, é minha única solução, não vejo outra que não seja essa. Até ouvir o toque do meu celular, me agilizo para pegar o celular e desligar, os filhos da puta não podem saber que estou com celular.

Não pude ligar, estou numa cabana tão pequena que escuto até os babacas sussurrando do lado de fora, espero que eles não tenham escutado o toque do celular. Olho para a porta assim que ouço alguém destrancar, respiro fundo alisando minha barriga sentindo algumas pontadas.

— Eu sei que não estou louco, ouvi o toque de um celular, e só pode ser dessa puta aí! - o tal do Jonas diz apontando para mim.

Henrique se aproxima de mim e já é o bastante para eu me encolher no colchão, ele se agacha na minha frente e faz um carinho no meu rosto vendo eu tremer mais que um pinscher.

— Laura, você está com algum celular? - ele pergunta olhando no fundo dos meus olhos.

O que ele espera que eu diga? Que sim? Ah claro, meu homem, toma aqui o celular, pode ficar.

Nego vendo ele rir e olhar para o capanga dele, e de repente o mesmo me puxa forte me fazendo sair do colchão. Ele tira o lençol mas nada acha e quando penso que não o toque volta. Maldita hora para me ligar, vejo ele olhar como um psicopata para mim e logo enfiar a mão no buraco do colchão e tirar o celular.

Logo ele joga no chão quebrando o celular e vem até mim apertando meu rosto.

- Vagabunda mentirosa! - xinga puxando meu cabelo com força me fazendo cair no chão.

Vejo as lágrimas molharem o chão e ele sair do quartinho falando algo com o capanga mas nem presto atenção, é agora que fudeu tudo mesmo. Ele vai voltar aqui e me matar, meu filho, minha esperança.

Choro encolhida no chão pensando no pior em todo tempo, soluço com saudades do meu namorado, meus irmãos, meus amigos, meus pais. Nunca mais vou vê-los, sinto isso.

Do nada a porta abre e Henrique entra me mandando levantar, faço o que ele manda contragosto e o mesmo diz que vamos agora. Tento relutar mas o mesmo me puxa para fora do quartinho, os caras também saem dando alguns papéis a Henrique, deve ser documentos falsos.

Henrique me coloca a força no carro e mesmo recebendo unhadas consegue colocar o cinto de segurança em mim, ele corre para o outro lado e entra no carro já dirigindo. Ele entra por uma mata e logo chega a uma estrada de terra, penso em pular do carro ou até atrapalhar ele mas desisto pensando no meu bebê.

Em alguns minutos dirigindo com vários pensamentos circulando minha cabeça sem parar vejo um carro passar voando do nosso lado, estranho olhando a placa pelo retrovisor e reconheço ser o carro de Bernado.

Continua...

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Bom, amorinhas do meu coração, eu quero pedir mil desculpas por não ter postado o fim da fanfic, algo que poderia ser resolvido ano passado, mas estava acontecendo tanta coisa que não pude terminar. Eu espero mesmo, de verdade, que vocês gostem, eu amei voltar a escrever, me trouxe uma paz que eu nem sabia que precisava.

A filha do dono do morroWhere stories live. Discover now