Capítulo 1

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          Descendo pela calçada direita da avenida movimentada que estava em horário de pico, Odilon era mais outro pedestre a caminho do almoço. Fizera esse trajeto já várias vezes e nenhuma coisa de anormal acontecia. Como quase todos os outros pedestres ele não ligava para as coisas a sua volta; ao que ocorria, por quem ele passava, etc. Dentre todos ele devia ser o mais concentrado. As pessoas a sua volta, muitas delas, pareciam estar seguindo para o mesmo objetivo que ele, entretanto, em direções diferentes. As lojas abertas, o trânsito na rua, o clima quente, tudo era rotina para ele, eram detalhes apenas. Somente lhe dera liberdade para ver os detalhes no começo, quando eram novos para ele, depois disso nunca mais. Hoje, são coisas comuns, o que acontecia ele já sabia, nada parecia estar fora do lugar e se algo por ventura estivesse ele não saberia; a não ser que alguém mostrasse, passaria por despercebido por ele. Contudo, ele ainda era capaz de ter a sua atenção chamada. Mesmo focado no que ia fazer, ou para onde estava indo, evitando ao máximo distrações, ele sempre era atento. O que dependia, e era o diferencial tentado ser apresentado aqui, era se ele daria maiores importâncias depois. Então, quando os assovios vieram, ele os ouviu, ele sempre ouvia. Alguém o chamando não seria despercebido.

          Ele estava apenas alguns metros do restaurante quando os assovios vieram. Estavam vindo do outro lado da rua, simples e fracos no começo, e mais fortes conforme o percurso dele, principalmente porque Odilon não olhava procurando saber o que era, continuando seu percorrer até a entrada do restaurante, mostrando total indiferença aos chamados, como se nem mesmo os estivesse escutando. Pelo som sabia que vinham de uma garota. E também sabia que eram para ele, não havia dúvida; não havia muitas pessoas quando ele estava chegando e com uma ponta de sua visão conseguia ver que a pessoa que lhe assoviava estava mirando para ele. Também sentiu meio incomodado com aquilo. Os assovios pararam antes mesmo de ele pegar na maçaneta da porta de vidro do restaurante e entrar.

          Dentro do restaurante estava seguro, qualquer chamado lá de fora provavelmente não seria ouvido ali dentro. Podia relaxar agora, não precisava ficar mais apreensivo, tudo estava normal outra vez. Mesmo assim ele tentava, gostara do que aconteceu, mesmo causando-lhe o que lhe causou; a retirada daquela rotina de que tanto vivenciar acostumara.

OS BONECOS ENGRAÇADOSWhere stories live. Discover now