Capítulo 10

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          O resto do dia foi bem tranquilo para Odilon

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          O resto do dia foi bem tranquilo para Odilon. Havia passado boa parte da manhã limpando o seu apartamento, então não restava muito coisa para se fazer durante a tarde. Ele assistiu televisão, leu um pouco e chegou mesmo a cochilar, mas não saiu de casa. Não se importava de ter essa vida caseira, sempre tinha algo para se ocupar, restava achar.

          Ainda estava no começo da noite, ele estava terminando de preparar alguma coisa para comer, quando ela ligou. Quando ele confirmou que era ela ao telefone, sendo pouco provável que fosse outra pessoa, no máximo Marcel ou um engano, ele desligou o fogo que ainda estava ligado no fogão. Pensou que ela conversaria muito com ele, que um fogo ligado poderia ser esquecido por ele, mas ela resumiu tudo apenas em chamando-o para ir a casa dela.

          — Você é insaciável assim mesmo? — perguntou ele.

          — Sou. Você gosta deste jeito?

          — Adoro — disse, sabendo que no começo dos relacionamentos sempre era assim, mas que depois mudava. — Estou indo.

          E ele gostava mesmo. Num relacionamento sempre era assim; bastava chamar que, estando disponível, ele iria. O segredo era sempre este, o chamado. Precisava dele. E estando com uma pessoa que o chamava ele sempre iria gostar.

          Algum tempo depois estava com ela. Ele pouco comeu daquilo que havia feito, imaginando que se sentisse muita fome poderiam pedir algo por telefone para comerem ou mesmo preparar algo na casa dela. Mas de certo que não sentiria fome.

          Antes de fazerem amor pouco falaram, trocando apenas um cumprimento rápido que foi seguido de beijos e carícias, acontecendo tudo a partir daí. Exatamente como na hora do almoço, agora ela também estava gulosa, guiando tudo o que acontecia. Ele adorava. Foi somente depois do sexo que começaram a falar.

          — Agora que tenho o número do seu celular, vou ligar para você constantemente — falou ela. — Espero que você não ligue para isso.

          — Não, não me é problema. Não sou muito fã de celular, de ligação em geral, eu acho; não ligo muito para isso porque não sei muito conversar, não sou bom de papo, mas atendo sempre. Lamento não ser muito conversador, um adepto dos telefones e das conversas; isto é algo que você terá que vencer para nós também... Muitos desses encontros irão acontecer se você ligar para mim.

          — E eu vou ligar — afirmou ela.

          E ela ligou, fazendo com que vários encontros acontecessem depois daquele, sempre na casa dela, duas vezes ao dia, sempre depois do almoço e de noite. Em todas as vezes ele dormia lá mesmo. Adoravam acordar um ao lado do outro, adoravam o tempo que passavam juntos. Tudo estava muito gostoso.

          Nos encontros após o almoço eles iam juntos para a casa dela, mas nos encontros à noite ela tinha que chamá-lo toda vez. Num desses encontros ela reclamou disso, pediu para que ele viesse até ela sem ser chamado, para que assim ela não precisasse ficar ligando toda vez. Desde então ele começou a ir de noite como rotina, não esperando que ela o chamasse. Algumas vezes ia após o jantar, outras vezes jantava lá. Aos poucos foi conseguindo equilibrar o seu tempo para cada coisa, acompanhando o momento exato em que ela o chamava, e quando começou a ir por conta própria sabia mais ou menos a hora em que isso acontecia.

OS BONECOS ENGRAÇADOSWhere stories live. Discover now