Capítulo 25

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Assim que chegou ao apartamento, ele foi para o sofá

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Assim que chegou ao apartamento, ele foi para o sofá. Não chegava às três horas da tarde ainda e ele já estava daquele jeito, abatido. A espera por alguma resposta naquela tentativa de conseguir algo do trabalho dela resultou em nada. Almejava descobrir o serviço dela e ser influenciado por ele em alguma ideia que pudesse ajudá-lo, algum ponto de onde poderia partir para algo mais, mas nada disso aconteceu, nem mesmo per- to disso chegou.

Odilon ficou nesse estado o resto da tarde, pouco se movendo do lugar em que estava, deixando-se de um jeito que em outras ocasiões poderia fazê-lo dormir facilmente. Não fez nada; não se preocupou com água, comida, distração ou ir ao banheiro. Aquele peso todo que só acumulava não ajudava, o tempo já passado sem uma solução, deixando-o sem forças para pensar em alguma coisa relacionada ao seu problema, que ainda nem sabia qual era, se matando apenas em saber que tinha um.

Quando Célia chegou já no fim de tarde ele ainda se encontrava no mesmo lugar, derramado no sofá olhando o chão da sala. Algum tempo depois que chegara até aquele momento seu pensamento voltara sempre ao mesmo lugar: tinha que montar um caminho para continuar; mas não conseguiu passar disso. O seu estado já piorara desde que sentara no sofá e passara da primeira meia hora nele, parecendo cansado agora, quase doente. Ele olhou-a entrando e cumprimentando-o, respondendo a ela apenas para em seguida voltar a olhar o chão à sua frente.

Assim que terminaram as formalidades, o que o levava a voltar ao que fazia, ela deixou a bolsa sobre a mesa ao lado da porta. Daquilo ele não gostou. Chamou a sua atenção mesmo ele não estando a olhar. Não o agradava. Lembrou que se fosse procurá-la ela estaria ali, não na cama, como deixara no dia anterior.

Sentado como em muitas vezes já esteve quando ela chegava, mais ou menos no mesmo lugar assistindo a televisão, a postura dele não chamara a atenção dela, o que não a permitiu reparar no estado dele. A reação dele a chegada dela, automática, como várias vezes fizera, também não ajudou.

Ela seguiu o mesmo esquema que sempre fazia; foi à cozinha beber água e depois disso ao banheiro tomar banho. Sozinho na sala, ele olhou a bolsa dela durante algum tempo, mas depois deixou de fazê-lo, estava cansado demais. Voltou a ficar do mesmo jeito, olhando o nada, pensando pouco, com o piscar dos olhos lento e calmo. Quando ela saiu do banho ele continuava na mesma.

Cheirosa, ainda com os cabelos algo molhado, parecendo nova, ela foi até a sua bolsa e retirou o celular de dentro dela. Mexendo no aparelho, pareceu teclar algo nele. Foi só então que reparou nele sentado com a televisão desligada.

— Por que não liga a TV? — indagou ela, de forma leve e natural, largando o celular de volta na bolsa.

— Não deve estar passando nada que presta, como sempre — respondeu ele, após um momento sem respondê-la.

Célia então o reparou de cabeça baixa.

— Algum problema, amor? — preocupou ela.

— Estou cansado.

OS BONECOS ENGRAÇADOSWhere stories live. Discover now